quarta-feira, maio 25, 2011

Ignorância e vontade

Pessoalmente, quem sabe por ignorância ou, seguramente, por vontade, considero qualquer sistema de representatividade uma real e grotesca falácia. Seja a fórmula de Hondt, a Imperiali, o duplo voto alemão, o norte-americano, o cociente Droop, o cociente Hare ou o método sainte-lague entre outros, com a agravante dos mínimos de três ou cinco por cento.
Ambos motivos, que levam à referida consideração, ignorância e vontade, partem, no primeiro caso, da impossibilidade de entender ou vislumbrar as razões pelas quais não resulta válida a representatividade directa. No segundo caso, a vontade, esta deriva da necessidade de conhecer os motivos pelos quais os partidos não estão representados de acordo com a vontade expressa nas urnas. Uma redundância que gera uma inquietação exponencial finita. Porém, entendo que surjam inúmeras questões que mereçam resposta ou argumentos a rebater na defesa desta dúvida.
Assim mesmo, no relativo a dúvidas, outras e muitas me assaltam, e, de entre essas, uma de enorme importância, relacionada também com o processo eleitoral: Qual o motivo pelo qual o o voto não é obrigatório?
Não é difícil perceber que, quem imponha uma nova obrigação à população será visto com maus olhos; que os diferentes níveis de esclarecimento (para alguns) podem desviar o resultado eleitoral; que a corrupção, as situações de carência, o medo, o preconceito, a indiferença ou mesmo a negação, a ânsia de poder, as relações próprias do capitalismo ou a “boa-fé”, entre outros e muitos factores (que me nego a menosprezar sobretudo se coerente com a dedicação que presto a determinadas matérias que resultam centrais na minha formação como indivíduo), poderiam resultar perniciosos, mas, mesmo com votos brancos e nulos, não será certo também que se chegaria sempre ao resultado mais ajustado à realidade do povo e do país?

Consciência.

Esclarecimento.

Mobilização.

Emancipação.

Liberdade.

Vida?

Sem comentários: