domingo, dezembro 14, 2014

2014



A modo de retrospectiva dos trezentos (300) últimos dias, a decisão que tomei há aproximadamente dois (2) anos, que entendia vital prescindir de tantos cuidados com a exposição do pensamento quantos aqueles motivados pelo medo infindo que oxalá controlara-mos da mesma forma que nos acreditamos conscientes de tudo o que sentimos, mas, que me tolhiam, oprimiam ou escravizaram mesmo em sonhos, resultou mais ajustada às expectativas que a margem de erro previamente assumida. Aquilo a que muitos chamam “Destino”, depois desta “travessia no deserto”; este “trabalho de campo”, começa a aparecer cada vez mais distante no horizonte, quase como um direito exclusivo de quem reclama o direito à vida.    

Por agora, lamentavelmente já sem o meu Pai no debate sobre conclusões preliminares, depois de destruída a confiança no discurso e na ação do meu anterior partido, tendo podido conhecer (sem muita dificuldade) a ética das relações partidárias com os executivos eleitos nos diferentes patamares da governação do nosso país e a de todos estes com o capital, a ideia de começar a olhar para o pseudorradicalíssimo burguês demagogo multifacetado mas concretamente aquele de fachada marxista/leninista, tipo PCP, como se de uma manipuladora balaustrada do inconformismo português se tratara, é intransponível.

Por outra parte, além da vida política, assinalada anteriormente por ter sido dos motivos centrais no que ao regresso a Portugal concernia, justificação, também, foi o meu Pai. Curiosamente, é agora, sem telefones nem combustível que valham, que encontro na sua trajetória elementos que, somente, reforçam o seu Socialismo desde a génese do seu partido até ao seu próprio repouso. Nunca esboçou mais que uma expressão de alegria e outra de quem nos diz que também no pensamento, apenas se parte da realidade, encontramos respostas através de relações sinápticas apenas funcionais depois de certo amadurecimento do indivíduo, algo não obrigatoriamente relacionado com a quantidade de experiencias (positivas/negativas). Sendo que, o conceito “realidade”, mais que aquele convindo socialmente, traduz desde o comportamento singular de um autista ao de qualquer cientista, outra coisa seria a hiper-realidade dentro da qual nos tentam manipular.            

Apolítico não, essa seria uma conversa estéril, tão estéril quanto uma mente despolitizada. Claramente, trata-se agora de procurar coerência, não com sonhos de outros, mas, com as necessidades do indivíduo que almeja um equilíbrio que jamais conseguirá esperando um Deus; a capacidade de voar ou, uma revolução de presos de dogmas falhados, ultrapassados, sustento do imobilismo mais cobarde no qual já nem os próprios acreditam.

Concluindo, escrever, compor, executar, ainda não. Ainda não descansei de amar.

domingo, agosto 17, 2014

Bitcoin

Por não ser fiduciária é apenas uma unidade contabilística para os alemães, sem obrigações legais por parte dos usuários nos estados unidos da américa segundo o departamento do tesouro em comunicado do "financial crimes enforcement network", praticamente incólume com relação á inflação, usada para pagar salários ou adquirir um automóvel aqui mesmo em Portugal, a BITCOIN é um activo virtual que se gera sem a intervenção de qualquer autoridade e que, curiosamente, também se pode obter, além do processo manual, com uma "maquinita" que se compra por aprox. €300 (também com bitcoins) no escaparate da rede.
Assim, atendendo á inicial segmentação da população em "user" e "non user", que a harmonização dependerá do crescimento económico mundial para adernar ou não no sentido da substituição natural da ferramenta (e essencialmente dos mecanismos de acesso à mesma) de relação com a sociedade da qual hoje somos apenas subordinados, colocam-se algumas questões: Alicerçará o conflito entre a economia real e este cada vez mais tangível paradigma algum tipo de violência; estaremos ante um solução que possa contribuir, até mesmo protagonizar, o desaparecimento do Estado?

terça-feira, maio 27, 2014

Apontamento


Por decisão própria, há dois anos, prescindi priorizar o sustento económico que me tinha até então proporcionado certa comodidade. Então, por base dessa aventura tomei o desafio de encontrar uma forma de me relacionar com a sociedade que usasse como ferramentas outros aspectos da relação humana que não apenas o económico.

Provocado o colapso de toda uma estrutura construída com assento no trabalho, na reflexão, na ponderação, mas que, se caracterizava por atribuir ao “super-eu” freudiano o papel de juiz da minha forma de existir, deparei com inusitadas realidades que, agora em condições de o afirmar, não apenas usufruem do condicionamento social próprio do actual modo de interação humana senão que, ajudam a forjar nas brasas essencialmente do maniqueísmo o gradeamento que efectivamente nos limita o caminhar.

Nesse sentido, utilizando subterfúgios mais ou menos ardilosos e outras vezes nem isso, nem sequer o silêncio, enquanto atitude, se pode considerar alheio à evolução do pensamento ou à manutenção desta fogueira de aparentes vontades, defendidas sempre pelos seus preconizadores.

Chegado aqui, devo negar-me fora da sociedade. Porém, depois de atravessar momentos que nunca tinha tido a oportunidade de entender, ainda que já conhecidos com base na partilha de episódios e/ou vidas de diferentes pessoas e na literatura que procurei e me chegou, devo aceitar que não existe ou existiu feito que mereça ou tenha merecido a vida de ninguém. Esta afirmação não se legitima internamente por assunção de qualquer incapacidade, mas, trata de evitar que a permeabilidade da mente justifique uma atribuição causal exógena como a predisposição do indivíduo para competir.

Longo, ainda que relativamente nem por isso, o caminhar da espécie tem sido protagonizado por massas condicionadas que, sem capacidade para decidir sobre os frutos da síntese do seu acervo de experiências, conclusões e melhores practicas, se permite assumir usurpada pelo poder cristalizado através de modelos que, qual auto-flagelados, obrigam ao hermetismo, ou, de outra maneira, à variação contida, à diversidade capada, enfim, à sociedade amedrontada, insegura, pueril, manipulável.

Vou então continuar, espero não ter que aguardar tanto tempo pela necessidade de escrever, ainda assim, depois de mais de nove anos, continua sendo este o espaço onde vejo a forma das minhas dúvidas.