A modo de retrospectiva dos trezentos (300) últimos dias, a decisão que tomei há aproximadamente dois (2) anos, que entendia vital prescindir de tantos cuidados com a exposição do pensamento quantos aqueles motivados pelo medo infindo que oxalá controlara-mos da mesma forma que nos acreditamos conscientes de tudo o que sentimos, mas, que me tolhiam, oprimiam ou escravizaram mesmo em sonhos, resultou mais ajustada às expectativas que a margem de erro previamente assumida. Aquilo a que muitos chamam “Destino”, depois desta “travessia no deserto”; este “trabalho de campo”, começa a aparecer cada vez mais distante no horizonte, quase como um direito exclusivo de quem reclama o direito à vida.
Por agora, lamentavelmente já sem o meu Pai no debate sobre
conclusões preliminares, depois de destruída a confiança no discurso e na ação
do meu anterior partido, tendo podido conhecer (sem muita dificuldade) a ética
das relações partidárias com os executivos eleitos nos diferentes patamares da
governação do nosso país e a de todos estes com o capital, a ideia de começar a
olhar para o pseudorradicalíssimo burguês demagogo multifacetado mas
concretamente aquele de fachada marxista/leninista, tipo PCP, como se de uma
manipuladora balaustrada do inconformismo português se tratara, é intransponível.
Por outra parte, além da vida política, assinalada
anteriormente por ter sido dos motivos centrais no que ao regresso a Portugal
concernia, justificação, também, foi o meu Pai. Curiosamente, é agora, sem
telefones nem combustível que valham, que encontro na sua trajetória elementos
que, somente, reforçam o seu Socialismo desde a génese do seu partido até ao seu
próprio repouso. Nunca esboçou mais que uma expressão de alegria e outra de
quem nos diz que também no pensamento, apenas se parte da realidade, encontramos
respostas através de relações sinápticas apenas funcionais depois de certo
amadurecimento do indivíduo, algo não obrigatoriamente relacionado com a
quantidade de experiencias (positivas/negativas). Sendo que, o conceito
“realidade”, mais que aquele convindo socialmente, traduz desde o comportamento
singular de um autista ao de qualquer cientista, outra coisa seria a
hiper-realidade dentro da qual nos tentam manipular.
Apolítico não, essa seria uma conversa estéril, tão estéril
quanto uma mente despolitizada. Claramente, trata-se agora de procurar
coerência, não com sonhos de outros, mas, com as necessidades do indivíduo que
almeja um equilíbrio que jamais conseguirá esperando um Deus; a capacidade de
voar ou, uma revolução de presos de dogmas falhados, ultrapassados, sustento do
imobilismo mais cobarde no qual já nem os próprios acreditam.
Concluindo, escrever, compor, executar, ainda não. Ainda não
descansei de amar.
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