Depois de
reflectir sobre a questão, com a inestimável colaboração de alguns e algumas
amig@s, inquieta-nos concluir que o objectivo central do actual governo, em
linha com a estratégia encetada já pelo PS, é despedir todos os professores de
português no estrangeiro. Como:
A imposição
inconstitucional, pelo PSD/CDS, de propinas aos filhos de portugueses
emigrados, sobretudo em países nos quais se ensina “portugués” como
licenciatura, idioma optativo ou actividade extra-escolar de modo gratuito,
deixa sem função todos os professores de português na diáspora.
Não obstante, esta exibição de virtuosa usurpação dos direitos dos portugueses, atira as crianças para o limbo da massificação desde a diferença, coloca na sua
mão a possibilidade de se tornar proprietário da especificidade; qualidade e
abrangência da comunicação da sua família com o entorno ou da percepção
ajustada deste. O ensino do português como língua materna revela-se essencial
para o reforço de base da célula familiar, mas, de maneira superlativa,
justamente, no momento de adquisição de dados, aprendizagem, composição de
processos heurísticos.
Quer isto
dizer: O troquelado parental pode ser danificado, impedido, distorcido; esta
situação dificulta a coesão estrutural na e da formação.
O trespasse
da responsabilidade que nesta área deve (segundo a constituição) ter o Estado
foi levado a cabo pelo anterior governo, é certo, transferindo a competência
para o “Instituto Camões”, algo que, hoje, deriva numa porta aberta para que
cada vez mais os portugueses na diáspora percam a sua identificação e por
conseguinte, que a afirmação da sua personalidade num meio hostil se debilite em bastantes ocasiões.
Sem que o
ensino do português como língua materna se salvaguarde, provavelmente sejamos o
maior aviário de mão-de-obra barata e muda, aqui mesmo, nesta europa de
periferias, neste mundo de idolatrias.