quarta-feira, maio 09, 2012

Idolatrias

Depois de reflectir sobre a questão, com a inestimável colaboração de alguns e algumas amig@s, inquieta-nos concluir que o objectivo central do actual governo, em linha com a estratégia encetada já pelo PS, é despedir todos os professores de português no estrangeiro. Como:

 A imposição inconstitucional, pelo PSD/CDS, de propinas aos filhos de portugueses emigrados, sobretudo em países nos quais se ensina “portugués” como licenciatura, idioma optativo ou actividade extra-escolar de modo gratuito, deixa sem função todos os professores de português na diáspora.

 Não obstante, esta exibição de virtuosa usurpação dos direitos dos portugueses, atira as crianças para o limbo da massificação desde a diferença, coloca na sua mão a possibilidade de se tornar proprietário da especificidade; qualidade e abrangência da comunicação da sua família com o entorno ou da percepção ajustada deste. O ensino do português como língua materna revela-se essencial para o reforço de base da célula familiar, mas, de maneira superlativa, justamente, no momento de adquisição de dados, aprendizagem, composição de processos heurísticos.
Quer isto dizer: O troquelado parental pode ser danificado, impedido, distorcido; esta situação dificulta a coesão estrutural na e da formação.

O trespasse da responsabilidade que nesta área deve (segundo a constituição) ter o Estado foi levado a cabo pelo anterior governo, é certo, transferindo a competência para o “Instituto Camões”, algo que, hoje, deriva numa porta aberta para que cada vez mais os portugueses na diáspora percam a sua identificação e por conseguinte, que a afirmação da sua personalidade num meio hostil se debilite em bastantes ocasiões.  

Sem que o ensino do português como língua materna se salvaguarde, provavelmente sejamos o maior aviário de mão-de-obra barata e muda, aqui mesmo, nesta europa de periferias, neste mundo de idolatrias.

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