sexta-feira, novembro 30, 2007

Parece vassalagem ou é outra coisa?

Primeiro-ministro falou com homólogo espanhol, José Luis Zapatero
O ex-presidente da República Mário Soares participou numa reunião do Clube de Madrid na capital espanhola nas vésperas da chegada de Hugo Chávez a Portugal e, neste contexto, teve um encontro com o rei Juan Carlos, apurou o DN junto de fonte próxima de Mário Soares. Uma reunião onde, muito provavelmente, terão abordado a crise diplomática entre Espanha e a Venezuela. Até porque é sabido que Soares mantém uma boa relação com o presidente da Venezuela, tendo sido um dos interlocutores no processo de aproximação da Galp à petróleos da Venezuela. Por seu lado, o primeiro ministro português também conversou com o primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero, sobre a vinda de Hugo Chávez a Portugal. Estes poderão ter sido dois passos que poderão ajudar a diminuir as tensões entre Espanha e a Venezuela e que contribuíram para que a visita do presidente venezuelano a Lisboa não tenha sido vista com maus olhos do lado espanhol, disseram ao DN fontes políticas. O DN tentou por diversas vezes contactar Mário Soares, para tentar apurar o teor da conversa com o rei de Espanha, mas até à hora do fecho desta edição tal não foi possível. Do gabinete do primeiro-ministro o DN também não obteve qualquer comentário sobre o assunto. O certo é que Mário Soares esteve segunda-feira com o rei espanhol, em Madrid, e ontem recebeu o presidente venezuelano em Lisboa e jantou com ele. "Está em sua casa", diz Sócrates O Presidente venezuelano chegou ao aeroporto de Lisboa - vindo de Paris - pelas 20.30, ou seja, quase com duas horas e meia de atraso. Tinha a aguardá-lo o secretário de Estado português das Comunidades, António Braga, o ex-Presidente Mário Soares ("pivot" nas negociações petrolíferas entre a Galp e o governo venezuelano) e ainda a administração da petrolífera portuguesa. Falando a jornalistas, voltou a exigir um pedido de desculpas do Rei de Espanha por causa do "por qué no te callas !" da cimeira ibero-americana. Ao mesmo tempo, multiplicou-se em elogios à (vasta) comunidade emigrante portuguesa na Venezuela. "Com uma comunidade tão grande e com tanto afecto, não se compreende porque é que ainda não há uma sólida relação política entre Portugal e a Venezuela."A comitiva venezuelana rumou depois à residência oficial do primeiro-ministro, que o aguardava para jantar. José Sócrates multiplicou-se em agradecimentos: "Está em sua casa", disse, declarando-se "honrado" por receber o chefe de Estado venezuelano em Lisboa. "Esta visita expressa a amizade entre os dois povos", sublinhou. Sócrates disse ainda esperar de Chávez que prossigam os seus "esforços" para dar "estabilidade e confiança" à comunidade emigrante lusa. Do ponto de vista comercial fez também votos: "Que haja uma relação à altura da nossa história comum." E seguiu-se o jantar em São Bento, com Mário Soares novamente à mesa.

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