quinta-feira, maio 08, 2008

Os grandes só nos parecem grandes porque estamos de joelhos perante eles. Levantemo-nos!





Não, não vou abundar no modelo de comunismo de conselhos, ainda que, para os detractores do comunismo, este resulte, pelo menos, perturbador. A possibilidade de aplicar esta realidade organizativa e, seguramente, bastante mais democrática que a actual tendência de implementar uma encoberta ditadura "bipolar", resulta contrária à filosofia de Schopenhauer e à sua aposta na decadênte aceitação da vida como sufrimento permanente (não era essa a intenção do Budismo). Medos, afastamento de si e da vida ou da vontade de viver, desvalorização do individúo ou desvirtuação do impeto pela consecução de objectivos.
Sem vontade, ou reprimindo esta como regra, seria melhor não sonhar, esperar que nos fustiguem para receber comida, só comida, como salário, cumprindo a vontade de quem se julga mais livre com a contenção das liberdades de quem à sua submete, como se de um rebanho manso se tratara. Escreverei sobre a manipulação dos Portugueses pela oligarquia mundial, através dos "CEO" da filial Portugal, sobre a forma de conduzir, obrigando de forma implicita, os cidadãos do meu país à escravidão.

1º- Abandonamos o campo e a pesca, deixámos de ser auto-suficientes, no aspecto alimentar, uma questão de segurança nacional em qualquer estado não alinhado.
Sobre o pretexto da "querida europa", que não será seguramente aquela à qual cantava Fausto, imigrámos em massa para algum dos polos de servilismo instituidos e em franca expansão, neste país que não só se constitui por Lisboa ou Porto, e passámos a formar parte da vara de mão de obra barata e abnegada que procura o capital transnacional, passando a depender do mesmo até que aumente a segurança noutro país de terceiro mundo onde a vida valha ainda menos e assim os gastos com pessoal ou os impostos.
Ao abandonar a nossa terra deixamos o "terreno" adequado aos interesses dos especuladores, aqueles que criam estructuras para que os poucos que permanecem não encontrem outra forma de sobreviver senão servindo, com boa cara, boa aparência e 12º ano, os turistas de pé descalço que por uns patacos vêm ao nosso país descarregar a tensão acumulada durante o seu ano de trabalho, naturalmente mais bem pago, ainda que as funções, no seu país, sejam similares àquelas para as quais estudou o cidadão que por cá o limpa.
Ao reduzir, globalmente, as áreas de producção agricola, pesqueira, etc. Diminuimos a quantidade de alimentos nacionais no mercado, importamos de onde nos permitirem, aumentando consequentemente o preço dos productos e sendo culpados indirectos da fome que se anuncia, obrigando a aumentar ordenados, reduzir quadros, mais desemprego, menos consumo, mais desemprego, encerramento de pequenas e medias empresas, essas seguramente nacionais, mais impostos, menos direitos sociais, deslocalização das multinacionais, mais desemprego, mais fome, mais impostos, mais dependência do oligopólio.
2º- Tornar-nos-emos robôs, cada dia mais caros, sujeitos a critérios cada vez mais restrictivos, sobretudo e antes de mais nas oportunidades de trabalho, aumentando o fosso entre as camadas sociais mais favorecidas, que serão também as mais formadas (ou deformadas) académicamente, e a grande maioria do proprietário real -embora sem serventia- deste país, o cidadão comum ou seja todos nós, facilitando ainda mais o dominio do ser humano pelo capital e seus esbirros e aceitando pagar para trabalhar, algo que já se leva a cabo cada vez que entramos numa urgência ou vamos ao médico para que nos solucione problemas de saúde derivados, muitas vezes, do trabalho, problemas fisicos e psiquicos e que também se reflectem na vida familiar, para que possâmos voltar ao trabalho.
3º- Globalmente, ao votar governos como aqueles que, estilo capataz, no têm usado durante os 33 últimos anos, estamos a permitir a criação de latifúndios, latifúndios transnacionais, os quais nos obrigarão a perder a vontade, poderemos deixar de ser "O animal que fala", a tábua rasa dos nossos filhos será impressa no momento do parto e a noosfera com a qual sonhávamos, um sonho de criança antiga, daquelas que só se souberam escravas quando, ainda cândidas ("hay que madurar pero sin perder la candidez"), se deram conta que o seu valor está cotado no mercado e definido por quem, só por ser share-holder, se dá conta, no quarto de banho, que a rentabilidade da empresa que paga ordenados mais baixos é maior. Pensaremos que tudo não passou de idealismo juvenil e sem fundamentos, ainda que os nossos filhos nem sequer possam brincar dessa forma, como acontece hoje em muitos países, também no nosso.
Vamos votar fora do binómio, não podemos continuar a ser uma massa uniforme da qual se alimentam os corruptos!

"Os grandes só nos parecem grandes porque estamos de joelhos perante eles. Levantemo-nos!"

CRN

2 comentários:

xatoo disse...

olá Caparica
a foto não é exclusivo meu. Também a piquei de um outro blogue, não sei conheces mas vale bem a pena ler com atenção:
http://ofimdademocracia.blogspot.com/

quanto ao mais, parece-me bem que, pese os nossos esforços, estamos sós. Daqui de Portugal não sairá nada. A herança estupidificante do fascismo permaneceu, diria até que se apurou. Bons olhois te vejam, pá. Vamos andando por aí.
um abraço
x

Anónimo disse...

No relativo ao blog, aconselha-se a leitura.

Cumprimentos.

CRN