Segundo entendo no vídeo que se publica na página da CGTP-IN, aqui, a questão relativa ao aumento do ordenado mínimo parece ter sido aceite de bom grado, mas, ao mesmo tempo, parece legitimar a retirada de direitos aos trabalhadores, enquanto mostra uma excessiva preocupação com o impacto contabilistico que a redução contributiva a cargo do empresário pode supôr.
Nesse sentido, e assumindo que essa precupação advém do conhecimento das prácticas habituais dos governos pós-1975, transmite contudo certa resignação ao instituido e assim promovendo o imobilismo no qual se arrastam os Portugueses à demasiado tempo.
Outro aspecto essencial é o relacionado com o premiar da aposta pelos baixos salários pagos tradicionalmente pelos empresários e a reiteração aos mesmos da correcção dos seus critérios em sintonia com a política de direita que cada vez mais atira os trabalhadores para a uma posição similar à pretérita condição de escravos, sem aferir a base das suas imposições, ou seja, uma economia caduca.
Analizando ambas matérias, sabendo o quão se relacionam, penso que: Em primeiro lugar, se o governo pretende custear a dinamização do consumo interno com o incremento do espólio dos parcos e cada vez menores beneficios sociais alcançados pelos trabalhadores, é uma questão que não pode sequer ser apontada como passivel de aceitar. Como tal, num universo de possiveis repercussões, esta deve ser colocada no esfera da futurologia, mostrando-nos seguros da nossa capacidade de no futuro impedir tais manobras e, não assumindo como bom um aumento de 25€ num momento no qual se mostra imprescindivel aumentar realmente a capacidade de consumo interno da população.
Sindicalizado, sou porém, e fundamentalmente, um trabalhador, e, encontro certamente um factor de inflexão a defesa da amplitude do critério de diminuição da tributação por parte do empresário para salários mais elevados. Sendo que, no caso dos ordenados superiores a 1500€, estimo vital conservar um crescimento paralelo ao IPC, eliminando a possibilidade da empresa de usufruir de qualquer desconto tributário. Medida que assim mesmo compensaria o patronato pelo aumento minimo da tributação sobre um aumento bastante mais substancial do salário minimo, facilitando o ansiado aumento do consumo, se levarmos em atenção que é nessa linha retributiva que se sitúa a grande maioria do Povo Português.
Não obstante, não quero deixar de salientar que, se o objectivo é chegar 2013 com um ordenado minimo de 600€, já por sí nivelado por baixo se atendermos à obrigada convergência com o quadro sócio económico Europeu, para não mencionarmos o impacto que esta limitação pode supôr na eterna opção de emigrar dos nossos conterrâneos e em tudo o que essa necessidade significa para a sua qualidade de vida, assim como na competência e modernização do tecido productivo nacional e o fraco estimulo gerado no que respeita às exigencias de adequação a uma realidade global e que por tal mais competitiva, a obrigatoriedade de em 2011 mostrar argumentos e capacidade para aplicar um aumento de 50€ (11,1%), sobre 450€, torna-se pouco crível. Menos viável será, quando em 2012 se deve repetir um aumento tão inusitado no nosso país, (10,%), para que, em 2013 se volte a verificar outro aumento de 9%.
Plenamente de acordo com a necessidade de aumento salarial, não propriamente por hedonismo senão por necessidade, por aqueles que empobrecem trabalhando; que passam fome vendendo a vida, e sem sequer propôr como meta um ordenado que deveria situarse em 900€ nessa data, acredito que é na depressão, na estagnação, que se devem desenvolver todos os esforços para aproveitamento das sinergias resultantes das várias alterações para ultrapassar dificuldades concretas do momento, e que, essas sim, no futuro, derivarão na melhoria das condições de vida de Portugal e dos Portugueses, sugerindo assim que o aumento básico para 2010 seja de 60€.
Concluindo, não se trata de uma solução a crédito, estilo Kautsky ou Bernstein, trata-se de uma solução concreta para um problema concreto, visando tornar mais robusta a imprescindível capacidade de introspecção dos trabalhadores, da juventude, do papel do nosso país no panorama mundial e, como intenção primeira, resgatar a soberania nos mais diversos aspectos.
Não pretendo no entanto deixar de recordar o continuo esforço da CGTP-IN em defender, desde a criação do salário minimo em 1974, durante o desconhecido período do tergiversado pelos meios do capital mas não por tal menos emancipador de todos que aqueles que diariamente permutam a sua força pelo pão, PREC, o aumento do valor de dita garantia com ajuste aos valores do IPC, luta que significaria hoje, que, a esses 425€ e de forma justa, se lhe somassem 87€ mais.
Just the job for green transition
Há 1 dia
4 comentários:
É como de costume, querem dar um presunto e levar o porco !
Abraço
Jorge,
Penso que é mais chouriço que presunto. Podem ficar com ele!
Abraço!
Mais,
e entendo a postura da CGTP, bastante mais próxima à realidade que aquela que propugno, mas, é realmente o que penso.
Consultem "achispavermelha.blogspot.com" e dêem a vossa opinião acerca do texto que publicamos de Staline,pela passagem dos 130 anos do seu nascimento.
"A CHISPA!"
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