Lembrado que fui, num blogue camarada, dos 100 anos do nascimento de Manuel da Fonseca, penso que o seguinte excerto da "Campaniça" (capítulo 1º) deve manter-se constante na necessidade daqueles que vivem estes dias:
"Valgato é uma terra triste.
Saem os homens para o trabalho ainda a manhã vem do outro lado do mundo. Levam enxadas e foices e conhecem todos os trilhos, entre o mato, com estevas que são mais altas que duas vezes o tamanho do mais alto dos homens de Valgato. Tanto conhecem os caminhos que vão, sem desvio nem engano, até às herdades que ficam a léguas de distância, ainda com o sono e o escuro da noite fechando‑lhes os olhos. Não é de admirar. Zé Tarrinha tem uma mula que caiu num barranco de piteiras e vazou os dois olhos. Pois a mula nunca erra a casa e vai sozinha à fonte. Não é de admirar que os homens saiam ainda com o escuro da noite, e com o sono, e vão sem desvio ou engano até às herdades.
O Venta Larga, quando se fala que alguém se perdeu no caminho, diz sempre:
– A gente não precisa senão de saber onde põe os pés. O mais é cá disto… – funga com ruído e, alargando as narinas, aponta o nariz – … o mais é cá do cheiro.
Por isso lhe chamam o Venta Larga.
Aí está que não é difícil um homem perder‑se na charneca. É tão igual e monótona, rasa para todos os lados e para todos os lados deserta, que só o tino e, como diz o Venta Larga, o cheiro, são capazes de orientar.
Para que serve ver? Anos e anos a olhar o descampado, os olhos cansaram‑se de ver sempre o mesmo.
A vista dos homens de Valgato é um sentido embotado.
Há uma névoa cobrindo‑a, mesmo de dia com o céu esbranquiçado e o lume do Sol tremendo no ar. E sem ver, ainda a manhã vem no outro lado do mundo, os homens, certinhos como a mula do Zé Tarrinha, andam léguas e léguas e vão dar às herdades. E de noite, sempre de noite, tornam para a aldeia, certos e direitos, com os olhos cegos do sono que volta. Certos e direitos que um homem não precisa mais que saber onde põe os pés.
Todos os dias assim: sair de noite, voltar de noite. Que
a aldeia de Valgato é terra ruim cercada de carrascais.
E fica no fundo de um córrego magoado de solidão.
Valgato é uma terra triste."
domingo, maio 29, 2011
quarta-feira, maio 25, 2011
Ignorância e vontade
Pessoalmente, quem sabe por ignorância ou, seguramente, por vontade, considero qualquer sistema de representatividade uma real e grotesca falácia. Seja a fórmula de Hondt, a Imperiali, o duplo voto alemão, o norte-americano, o cociente Droop, o cociente Hare ou o método sainte-lague entre outros, com a agravante dos mínimos de três ou cinco por cento.
Ambos motivos, que levam à referida consideração, ignorância e vontade, partem, no primeiro caso, da impossibilidade de entender ou vislumbrar as razões pelas quais não resulta válida a representatividade directa. No segundo caso, a vontade, esta deriva da necessidade de conhecer os motivos pelos quais os partidos não estão representados de acordo com a vontade expressa nas urnas. Uma redundância que gera uma inquietação exponencial finita. Porém, entendo que surjam inúmeras questões que mereçam resposta ou argumentos a rebater na defesa desta dúvida.
Assim mesmo, no relativo a dúvidas, outras e muitas me assaltam, e, de entre essas, uma de enorme importância, relacionada também com o processo eleitoral: Qual o motivo pelo qual o o voto não é obrigatório?
Não é difícil perceber que, quem imponha uma nova obrigação à população será visto com maus olhos; que os diferentes níveis de esclarecimento (para alguns) podem desviar o resultado eleitoral; que a corrupção, as situações de carência, o medo, o preconceito, a indiferença ou mesmo a negação, a ânsia de poder, as relações próprias do capitalismo ou a “boa-fé”, entre outros e muitos factores (que me nego a menosprezar sobretudo se coerente com a dedicação que presto a determinadas matérias que resultam centrais na minha formação como indivíduo), poderiam resultar perniciosos, mas, mesmo com votos brancos e nulos, não será certo também que se chegaria sempre ao resultado mais ajustado à realidade do povo e do país?
Consciência.
Esclarecimento.
Mobilização.
Emancipação.
Liberdade.
Vida?
Ambos motivos, que levam à referida consideração, ignorância e vontade, partem, no primeiro caso, da impossibilidade de entender ou vislumbrar as razões pelas quais não resulta válida a representatividade directa. No segundo caso, a vontade, esta deriva da necessidade de conhecer os motivos pelos quais os partidos não estão representados de acordo com a vontade expressa nas urnas. Uma redundância que gera uma inquietação exponencial finita. Porém, entendo que surjam inúmeras questões que mereçam resposta ou argumentos a rebater na defesa desta dúvida.
Assim mesmo, no relativo a dúvidas, outras e muitas me assaltam, e, de entre essas, uma de enorme importância, relacionada também com o processo eleitoral: Qual o motivo pelo qual o o voto não é obrigatório?
Não é difícil perceber que, quem imponha uma nova obrigação à população será visto com maus olhos; que os diferentes níveis de esclarecimento (para alguns) podem desviar o resultado eleitoral; que a corrupção, as situações de carência, o medo, o preconceito, a indiferença ou mesmo a negação, a ânsia de poder, as relações próprias do capitalismo ou a “boa-fé”, entre outros e muitos factores (que me nego a menosprezar sobretudo se coerente com a dedicação que presto a determinadas matérias que resultam centrais na minha formação como indivíduo), poderiam resultar perniciosos, mas, mesmo com votos brancos e nulos, não será certo também que se chegaria sempre ao resultado mais ajustado à realidade do povo e do país?
Consciência.
Esclarecimento.
Mobilização.
Emancipação.
Liberdade.
Vida?
Casi todas las enfermedades, tienen solucion, los gobiernos lo ocultan para beneficiar a las Multinacionales
Premio Nobel de medicina Richard J. Roberts
El Premio Nobel de medicina Richard J.Roberts pone de manifiesto en una entrevista en La Vanguardia que muchas de las enfermedades que hoy son crónicas tienen cura, pero para los laboratorios farmacéuticos no es rentable curarlas del todo, los poderes políticos lo saben, pero los laboratorios compran su silencio financiando sus campañas electorales.
- ¿Qué modelo de investigación le parece más eficaz, el estadounidense o el europeo?
- Es obvio que el estadounidense, en el que toma parte activa el capital privado, es mucho más eficiente. Tómese por ejemplo el espectacular avance de la industria informática, donde es el dinero privado el que financia la investigación básica y aplicada, pero respecto a la industria de la salud… Tengo mis reservas.
- Le escucho.
- La investigación en la salud humana no puede depender tan sólo de su rentabilidad económica. Lo que es bueno para los dividendos de las empresas no siempre es bueno para las personas.
- Explíquese.
- La industria farmacéutica quiere servir a los mercados de capital…
- Como cualquier otra industria.
- Es que no es cualquier otra industria: estamos hablando de nuestra salud y nuestras vidas y las de nuestros hijos y millones de seres humanos.
- Pero si son rentables, investigarán mejor.
- Si sólo piensas en los beneficios, dejas de preocuparte por servir a los seres humanos.
- Por ejemplo…
- He comprobado como en algunos casos los investigadores dependientes de fondos privados hubieran descubierto medicinas muy eficaces que hubieran acabado por completo con una enfermedad…
- ¿Y por qué dejan de investigar?
- Porque las farmacéuticas a menudo no están tan interesadas en curarle a usted como en sacarle dinero, así que esa investigación, de repente, es desviada hacia el descubrimiento de medicinas que no curan del todo, sino que cronifican la enfermedad y le hacen experimentar una mejoría que desaparece cuando deja de tomar el medicamento.
- Es una grave acusación.
- Pues es habitual que las farmacéuticas estén interesadas en líneas de investigación no para curar sino sólo para cronificar dolencias con medicamentos cronificadores mucho más rentables que los que curan del todo y de una vez para siempre. Y no tiene más que seguir el análisis financiero de la industria farmacológica y comprobará lo que digo.
- Hay dividendos que matan.
- Por eso le decía que la salud no puede ser un mercado más ni puede entenderse tan sólo como un medio para ganar dinero. Y por eso creo que el modelo europeo mixto de capital público y privado es menos fácil que propicie ese tipo de abusos.
- ¿Un ejemplo de esos abusos?
- Se han dejado de investigar antibióticos porque son demasiado efectivos y curaban del todo. Como no se han desarrollado nuevos antibióticos, los microorganismos infecciosos se han vuelto resistentes y hoy la tuberculosis, que en mi niñez había sido derrotada, está resurgiendo y ha matado este año pasado a un millón de personas.
- ¿No me habla usted del Tercer Mundo?
- Ése es otro triste capítulo: apenas se investigan las enfermedades tercermundistas, porque los medicamentos que las combatirían no serían rentables. Pero yo le estoy hablando de nuestro Primer Mundo: la medicina que cura del todo no es rentable y por eso no investigan en ella.
- ¿Los políticos no intervienen?
- No se haga ilusiones: en nuestro sistema, los políticos son meros empleados de los grandes capitales, que invierten lo necesario para que salgan elegidos sus chicos, y si no salen, compran a los que son elegidos.
- De todo habrá.
- Al capital sólo le interesa multiplicarse. Casi todos los políticos - y sé de lo que hablo- dependen descaradamente de esas multinacionales farmacéuticas que financian sus campañas. Lo demás son palabras…
(Con información de La Vanguardia)
El Premio Nobel de medicina Richard J.Roberts pone de manifiesto en una entrevista en La Vanguardia que muchas de las enfermedades que hoy son crónicas tienen cura, pero para los laboratorios farmacéuticos no es rentable curarlas del todo, los poderes políticos lo saben, pero los laboratorios compran su silencio financiando sus campañas electorales.
- ¿Qué modelo de investigación le parece más eficaz, el estadounidense o el europeo?
- Es obvio que el estadounidense, en el que toma parte activa el capital privado, es mucho más eficiente. Tómese por ejemplo el espectacular avance de la industria informática, donde es el dinero privado el que financia la investigación básica y aplicada, pero respecto a la industria de la salud… Tengo mis reservas.
- Le escucho.
- La investigación en la salud humana no puede depender tan sólo de su rentabilidad económica. Lo que es bueno para los dividendos de las empresas no siempre es bueno para las personas.
- Explíquese.
- La industria farmacéutica quiere servir a los mercados de capital…
- Como cualquier otra industria.
- Es que no es cualquier otra industria: estamos hablando de nuestra salud y nuestras vidas y las de nuestros hijos y millones de seres humanos.
- Pero si son rentables, investigarán mejor.
- Si sólo piensas en los beneficios, dejas de preocuparte por servir a los seres humanos.
- Por ejemplo…
- He comprobado como en algunos casos los investigadores dependientes de fondos privados hubieran descubierto medicinas muy eficaces que hubieran acabado por completo con una enfermedad…
- ¿Y por qué dejan de investigar?
- Porque las farmacéuticas a menudo no están tan interesadas en curarle a usted como en sacarle dinero, así que esa investigación, de repente, es desviada hacia el descubrimiento de medicinas que no curan del todo, sino que cronifican la enfermedad y le hacen experimentar una mejoría que desaparece cuando deja de tomar el medicamento.
- Es una grave acusación.
- Pues es habitual que las farmacéuticas estén interesadas en líneas de investigación no para curar sino sólo para cronificar dolencias con medicamentos cronificadores mucho más rentables que los que curan del todo y de una vez para siempre. Y no tiene más que seguir el análisis financiero de la industria farmacológica y comprobará lo que digo.
- Hay dividendos que matan.
- Por eso le decía que la salud no puede ser un mercado más ni puede entenderse tan sólo como un medio para ganar dinero. Y por eso creo que el modelo europeo mixto de capital público y privado es menos fácil que propicie ese tipo de abusos.
- ¿Un ejemplo de esos abusos?
- Se han dejado de investigar antibióticos porque son demasiado efectivos y curaban del todo. Como no se han desarrollado nuevos antibióticos, los microorganismos infecciosos se han vuelto resistentes y hoy la tuberculosis, que en mi niñez había sido derrotada, está resurgiendo y ha matado este año pasado a un millón de personas.
- ¿No me habla usted del Tercer Mundo?
- Ése es otro triste capítulo: apenas se investigan las enfermedades tercermundistas, porque los medicamentos que las combatirían no serían rentables. Pero yo le estoy hablando de nuestro Primer Mundo: la medicina que cura del todo no es rentable y por eso no investigan en ella.
- ¿Los políticos no intervienen?
- No se haga ilusiones: en nuestro sistema, los políticos son meros empleados de los grandes capitales, que invierten lo necesario para que salgan elegidos sus chicos, y si no salen, compran a los que son elegidos.
- De todo habrá.
- Al capital sólo le interesa multiplicarse. Casi todos los políticos - y sé de lo que hablo- dependen descaradamente de esas multinacionales farmacéuticas que financian sus campañas. Lo demás son palabras…
(Con información de La Vanguardia)
segunda-feira, maio 23, 2011
sexta-feira, maio 20, 2011
Por Espanha... (Directo)
Pensar, sequer, que esta janela para a "Puerta del sol" mostra o resultado da manipulação sionista das massas... só pode ser cansaço.
-------------------
Descansado:
Pois. Fascismo, sionismo, imperialismo.
Etiquetas:
Black Sabbath - Children of the Grave
sábado, maio 14, 2011
sexta-feira, maio 13, 2011
"Não podemos abandonar o €"?
"Pôr Portugal a produzir" reduz o défice da balança comercial.
O abandono da zona € só pode ser ponderado.
O abandono da zona € só pode ser ponderado.
quarta-feira, maio 11, 2011
CDU e os de sempre
Depois do último debate televisivo, entre Jerónimo de Sousa e Pedro Coelho, encontramos um aspecto comum nos objectivos das organizações que ambos candidatos representam: a derrota do PS.
Sendo o anterior uma realidade, também o é a certeza de que em todas as demais críticas e soluções apontadas pelos referidos partidos, não existe qualquer ponto de convergência a assinalar, antes uma profunda dissonância quanto ao elemento essencial de seus programas ou àqueles aos quais pretendem beneficiar.
Assim, no caso do PSD, empregando a velha cassete demagógica da sustentabilidade das pensões, do SNS, da educação, Pedro Coelho (sem Dr., uma vez que essa diplomática e caduca consideração exerce de prerrogativa contrária ao tratamento igualitário que propugna o marxismo/leninismo) transmite a ideia de que a solução para o país é o continuismo no que às privatizações se refere. De outra forma, o aumento da dependência do Estado e a paulatina eliminação da soberania do povo português, apologizando pela submissão do Homem ao Homem, de milhões de vidas à excentricidade de um punhado. Em suma, o PSD preconiza a involução.
Por parte da CDU, a estória é bem diferente:
Firme na convicção de colocar o Homem no centro das suas propostas, constata como a realidade, em practicamente qualquer momento histórico mas fundamentalmente neste que atravessamos, reforça a razão da alternativa política real que oferece.
Não obstante, mais reaccionários que o PSD, numa atmosfera mofada (de mofo e de mofa), ouvimos e vemos como outro candidato, o aparentemente lustrado Paulo Portas, já no primeiro debate, sem medidas que destacassem pela novidade, apenas se dedicou a contrariar Pedro Passos (quando este último afirmou que isso de que os comunistas comessem meninos era um mito) e a criticar, desde a mentira, as intenções da CDU, gerando imagens na mente dos portugueses de paradigmas advindes similares àqueles experimentados em países como a Argentina, que poucas semelhanças contextuais guarda com o nosso país, eximindo-se de ética não mencionando aqueles que depois de um trajecto paralelo ao nosso estão hoje em greve, como a Grécia. Porém, não bastando essa tergiversação corrupta de seriedade, tentou atirar a CDU no tempo e no espaço, corresponsabilizando-a da situação, positíva ou negativa, de países que em muitos casos não compartem a sua base ideológica com a CDU e que, noutros casos, são mesmo por esta coligação criticados.
Para concluir, sem sair da União Europeia e mantendo a análise neste século, o seguinte gráfico proporciona uma imagem da actual situação em diferentes países, todos eles governados pela direita, exceptuando, curiosamente, aquele com menor percentagem de dívida com relação ao PIB, um país governado por Marxistas/Leninistas, os quais, de forma pragmática e singular, eliminaram o preconceito ou a aversão que a população podia sofrer contra o comunismo e adoptaram outro nome.
P.D.: Como adenda: Se não quisermos sair do nosso país para percebermos como governam hoje os comunistas, basta saber que, municípios, como Almada por exemplo, depois de proibirem a abertura de grandes superficíes aos domingos e feriados à tarde e nos dias 25 de Abril e 1º de Maio; de terem sido referidos no anuário dos técnicos oficiais de contas como a autarquia portuguesa com melhor gestão financeira, continuando a investir na educação, na cultura, no lazer, na produção, no comércio, é um dos únicos executivos que não contemplam a dívida como algo necessário, razão pela qual não a poderemos encontrar no seu exercício.
Sendo o anterior uma realidade, também o é a certeza de que em todas as demais críticas e soluções apontadas pelos referidos partidos, não existe qualquer ponto de convergência a assinalar, antes uma profunda dissonância quanto ao elemento essencial de seus programas ou àqueles aos quais pretendem beneficiar.
Assim, no caso do PSD, empregando a velha cassete demagógica da sustentabilidade das pensões, do SNS, da educação, Pedro Coelho (sem Dr., uma vez que essa diplomática e caduca consideração exerce de prerrogativa contrária ao tratamento igualitário que propugna o marxismo/leninismo) transmite a ideia de que a solução para o país é o continuismo no que às privatizações se refere. De outra forma, o aumento da dependência do Estado e a paulatina eliminação da soberania do povo português, apologizando pela submissão do Homem ao Homem, de milhões de vidas à excentricidade de um punhado. Em suma, o PSD preconiza a involução.
Por parte da CDU, a estória é bem diferente:
Firme na convicção de colocar o Homem no centro das suas propostas, constata como a realidade, em practicamente qualquer momento histórico mas fundamentalmente neste que atravessamos, reforça a razão da alternativa política real que oferece.
Não obstante, mais reaccionários que o PSD, numa atmosfera mofada (de mofo e de mofa), ouvimos e vemos como outro candidato, o aparentemente lustrado Paulo Portas, já no primeiro debate, sem medidas que destacassem pela novidade, apenas se dedicou a contrariar Pedro Passos (quando este último afirmou que isso de que os comunistas comessem meninos era um mito) e a criticar, desde a mentira, as intenções da CDU, gerando imagens na mente dos portugueses de paradigmas advindes similares àqueles experimentados em países como a Argentina, que poucas semelhanças contextuais guarda com o nosso país, eximindo-se de ética não mencionando aqueles que depois de um trajecto paralelo ao nosso estão hoje em greve, como a Grécia. Porém, não bastando essa tergiversação corrupta de seriedade, tentou atirar a CDU no tempo e no espaço, corresponsabilizando-a da situação, positíva ou negativa, de países que em muitos casos não compartem a sua base ideológica com a CDU e que, noutros casos, são mesmo por esta coligação criticados.
Para concluir, sem sair da União Europeia e mantendo a análise neste século, o seguinte gráfico proporciona uma imagem da actual situação em diferentes países, todos eles governados pela direita, exceptuando, curiosamente, aquele com menor percentagem de dívida com relação ao PIB, um país governado por Marxistas/Leninistas, os quais, de forma pragmática e singular, eliminaram o preconceito ou a aversão que a população podia sofrer contra o comunismo e adoptaram outro nome.
P.D.: Como adenda: Se não quisermos sair do nosso país para percebermos como governam hoje os comunistas, basta saber que, municípios, como Almada por exemplo, depois de proibirem a abertura de grandes superficíes aos domingos e feriados à tarde e nos dias 25 de Abril e 1º de Maio; de terem sido referidos no anuário dos técnicos oficiais de contas como a autarquia portuguesa com melhor gestão financeira, continuando a investir na educação, na cultura, no lazer, na produção, no comércio, é um dos únicos executivos que não contemplam a dívida como algo necessário, razão pela qual não a poderemos encontrar no seu exercício.
sexta-feira, maio 06, 2011
quinta-feira, maio 05, 2011
No te salves
No te quedes inmóvil
al borde del camino
no congeles el júbilo
no quieras con desgana
no te salves ahora
ni nunca
no te salves
no te llenes de calma
no reserves del mundo
sólo un rincón tranquilo
no dejes caer los párpados
pesados como juicios
no te quedes sin labios
no te duermas sin sueño
no te pienses sin sangre
no te juzgues sin tiempo
pero si
pese a todo
no puedes evitarlo
y congelas el júbilo
y quieres con desgana
y te salvas ahora
y te llenas de calma
y reservas del mundo
sólo un rincón tranquilo
y dejas caer los párpados
pesados como juicios
y te secas sin labios
y te duermes sin sueño
y te piensas sin sangre
y te juzgas sin tiempo
y te quedas inmóvil
al borde del camino
y te salvas
entonces
no te quedes conmigo.
al borde del camino
no congeles el júbilo
no quieras con desgana
no te salves ahora
ni nunca
no te salves
no te llenes de calma
no reserves del mundo
sólo un rincón tranquilo
no dejes caer los párpados
pesados como juicios
no te quedes sin labios
no te duermas sin sueño
no te pienses sin sangre
no te juzgues sin tiempo
pero si
pese a todo
no puedes evitarlo
y congelas el júbilo
y quieres con desgana
y te salvas ahora
y te llenas de calma
y reservas del mundo
sólo un rincón tranquilo
y dejas caer los párpados
pesados como juicios
y te secas sin labios
y te duermes sin sueño
y te piensas sin sangre
y te juzgas sin tiempo
y te quedas inmóvil
al borde del camino
y te salvas
entonces
no te quedes conmigo.
Mario Benedetti
quarta-feira, maio 04, 2011
Programa de Agressão sem precedentes ao povo e ao país
"Quarta 4 de Maio de 2011
Desmentindo a operação montada por PS, PSD e CDS, as medidas previstas são a maior agressão aos direitos do povo e aos interesses do país desde os tempos do fascismo. Trata-se de um programa ilegítimo de intervenção externa, construído para favorecer os grupos económicos e financeiros nacionais e estrangeiros, que aprofunda e desenvolve tudo o que foi rejeitado no PEC IV. Um ataque sem precedentes à soberania e independência, só possível pelo papel de abdicação dos interesses nacionais que PS, PSD e CDS estão a assumir.
Uma intervenção que, a concretizar-se, contribuiria para o agravamento da recessão económica, do desemprego e da pobreza – decorrente da quebra no investimento público, da redução dos salários e das pensões, do ataque às pequenas empresas – bem como para o agravamento da dependência externa. Uma intervenção e uma ingerência que o povo português não pode aceitar e que agravaria, a ser aplicada, todos os problemas nacionais, incluindo as condições para o pagamento da dívida externa.
Eis uma síntese de algumas das muitas medidas previstas.
Agravamento da exploração
- Facilitação e embaratecimento dos despedimentos, reduzindo a indemnização paga pelo patronato de 30 para 10 dias (por ano de trabalho) e alargando as possibilidades de despedimento por “justa causa”;
- Redução da duração máxima do subsídio de desemprego para um máximo de 18 meses e limitação do seu montante a 2,5 do Indexante Apoio Social, com redução sistemática do seu valor após seis meses;
- Flexibilização do horário de trabalho por via do “banco de horas”, redução do valor pago pelas horas extraordinárias;
- Ataque à contratação colectiva e ao papel dos sindicatos na negociação
Ataque aos rendimentos de trabalhadores e reformados
- Congelamento do salário mínimo nacional e desvalorização geral dos salários por via da alteração da legislação de trabalho e do subsídio de desemprego;
- Diminuição real de todas as pensões e reformas durante três anos, incluindo as pensões mínimas, e corte das de valor superior a 1500 euros;
- Aumento do IVA, designadamente nas taxas de bens e serviços essenciais, e de outros impostos indirectos;
- Aumento do IRS por via da redução/eliminação de deduções ficais (saúde, educação, habitação), incluindo o agravamento da tributação das reformas e pensões e introdução do pagamento de imposto sobre rendimentos de apoios sociais;
- Eliminação das isenções de IMI nos primeiros anos após a compra da casa, a par do aumento dos valores matriciais de referência e das taxas aplicadas;
- Aumento dos preços de energia eléctrica e do gás, por via da sua liberalização e do agravamento do IVA;
- Aumento do valor das rendas e facilitação dos despejos;
- Continuação dos cortes nas prestações sociais;
- Agravamento significativo das taxas moderadoras, diminuição das comparticipações dos medicamentos;
Ataque aos trabalhadores e às funções do Estado
- Cortes significativos na saúde, educação, justiça, administração local e regional;
- Encerramento e concentração de serviços (hospitais, centros de saúde, escolas, tribunais, finanças e outros serviços da administração central e regional);
- Congelamento durante três anos dos salários dos trabalhadores da administração pública; redução de dezenas de milhares de postos de trabalho na administração pública;
- Eliminação de freguesias e municípios em número significativo, afastando vastas zonas do território e largas camadas da população de serviços essenciais;
Privatizações
- Privatizações – aceleração da entrega de empresas e participações estratégicas ao capital privado;
- Já em 2011 privatização da participação do Estado na EDP, da REN e da TAP;
- Alienação dos direitos especiais do Estado (“golden shares”) em empresas estratégicas como a PT;
- Privatização da Caixa Geral de Depósitos no seu ramo segurador (mais de 30% da actividade financeira do grupo), bem como de outros sectores de actividade, designadamente no estrangeiro;
- Extensão do processo de privatizações às empresas municipais e regionais;
- Ofensiva contra o sector público de transportes de passageiros e mercadorias, designadamente com a privatização da ANA, CP Carga, Linhas ferroviárias suburbanas, gestão portuária, etc.;
- Venda generalizada de património público;
- Transferência para o sector privado, por via do encerramento e degradação de serviços públicos, de vastas áreas de intervenção até aqui asseguradas pelo Estado;
Mais apoios à banca e grupos económicos
- Banca e grupos económicos isentos de qualquer medida de penalização;
- Transferências de 12 mil milhões de euros para a banca, acrescida de garantias estatais no valor de 35 mil milhões de euros;
- Consumação da assunção pelo Estado dos prejuízos da gestão fraudulenta do BPN, através da sua privatização até Julho de 2011, sem preço mínimo e liberta de qualquer ónus para o comprador"
PCP: Aqui
Desmentindo a operação montada por PS, PSD e CDS, as medidas previstas são a maior agressão aos direitos do povo e aos interesses do país desde os tempos do fascismo. Trata-se de um programa ilegítimo de intervenção externa, construído para favorecer os grupos económicos e financeiros nacionais e estrangeiros, que aprofunda e desenvolve tudo o que foi rejeitado no PEC IV. Um ataque sem precedentes à soberania e independência, só possível pelo papel de abdicação dos interesses nacionais que PS, PSD e CDS estão a assumir.
Uma intervenção que, a concretizar-se, contribuiria para o agravamento da recessão económica, do desemprego e da pobreza – decorrente da quebra no investimento público, da redução dos salários e das pensões, do ataque às pequenas empresas – bem como para o agravamento da dependência externa. Uma intervenção e uma ingerência que o povo português não pode aceitar e que agravaria, a ser aplicada, todos os problemas nacionais, incluindo as condições para o pagamento da dívida externa.
Eis uma síntese de algumas das muitas medidas previstas.
Agravamento da exploração
- Facilitação e embaratecimento dos despedimentos, reduzindo a indemnização paga pelo patronato de 30 para 10 dias (por ano de trabalho) e alargando as possibilidades de despedimento por “justa causa”;
- Redução da duração máxima do subsídio de desemprego para um máximo de 18 meses e limitação do seu montante a 2,5 do Indexante Apoio Social, com redução sistemática do seu valor após seis meses;
- Flexibilização do horário de trabalho por via do “banco de horas”, redução do valor pago pelas horas extraordinárias;
- Ataque à contratação colectiva e ao papel dos sindicatos na negociação
Ataque aos rendimentos de trabalhadores e reformados
- Congelamento do salário mínimo nacional e desvalorização geral dos salários por via da alteração da legislação de trabalho e do subsídio de desemprego;
- Diminuição real de todas as pensões e reformas durante três anos, incluindo as pensões mínimas, e corte das de valor superior a 1500 euros;
- Aumento do IVA, designadamente nas taxas de bens e serviços essenciais, e de outros impostos indirectos;
- Aumento do IRS por via da redução/eliminação de deduções ficais (saúde, educação, habitação), incluindo o agravamento da tributação das reformas e pensões e introdução do pagamento de imposto sobre rendimentos de apoios sociais;
- Eliminação das isenções de IMI nos primeiros anos após a compra da casa, a par do aumento dos valores matriciais de referência e das taxas aplicadas;
- Aumento dos preços de energia eléctrica e do gás, por via da sua liberalização e do agravamento do IVA;
- Aumento do valor das rendas e facilitação dos despejos;
- Continuação dos cortes nas prestações sociais;
- Agravamento significativo das taxas moderadoras, diminuição das comparticipações dos medicamentos;
Ataque aos trabalhadores e às funções do Estado
- Cortes significativos na saúde, educação, justiça, administração local e regional;
- Encerramento e concentração de serviços (hospitais, centros de saúde, escolas, tribunais, finanças e outros serviços da administração central e regional);
- Congelamento durante três anos dos salários dos trabalhadores da administração pública; redução de dezenas de milhares de postos de trabalho na administração pública;
- Eliminação de freguesias e municípios em número significativo, afastando vastas zonas do território e largas camadas da população de serviços essenciais;
Privatizações
- Privatizações – aceleração da entrega de empresas e participações estratégicas ao capital privado;
- Já em 2011 privatização da participação do Estado na EDP, da REN e da TAP;
- Alienação dos direitos especiais do Estado (“golden shares”) em empresas estratégicas como a PT;
- Privatização da Caixa Geral de Depósitos no seu ramo segurador (mais de 30% da actividade financeira do grupo), bem como de outros sectores de actividade, designadamente no estrangeiro;
- Extensão do processo de privatizações às empresas municipais e regionais;
- Ofensiva contra o sector público de transportes de passageiros e mercadorias, designadamente com a privatização da ANA, CP Carga, Linhas ferroviárias suburbanas, gestão portuária, etc.;
- Venda generalizada de património público;
- Transferência para o sector privado, por via do encerramento e degradação de serviços públicos, de vastas áreas de intervenção até aqui asseguradas pelo Estado;
Mais apoios à banca e grupos económicos
- Banca e grupos económicos isentos de qualquer medida de penalização;
- Transferências de 12 mil milhões de euros para a banca, acrescida de garantias estatais no valor de 35 mil milhões de euros;
- Consumação da assunção pelo Estado dos prejuízos da gestão fraudulenta do BPN, através da sua privatização até Julho de 2011, sem preço mínimo e liberta de qualquer ónus para o comprador"
PCP: Aqui
segunda-feira, maio 02, 2011
Consciência de classe
Nesse combate pela consciência, um papel decisivo cabe ao materialismo histórico. Quer no plano ideológico, quer no plano económico, proletariado e burguesia são classes necessariamente correlativas. O mesmo processo que, visto do lado da burguesia, aparece como um processo de desagregação, como uma crise permanente, é para o proletariado - e igualmente sob forma de crise - uma acumulação de forças, o trampolim para a vitória. No plano ideológico, isso significa que essa mesma compreensão crescente da essência da sociedade - onde se reflecte a lenta agonia da burguesia traz ao proletariado um contínuo crescimento de força. A verdade é, para o proletariado, uma arma condutora da vitória, e a conduz de maneira tanto mais segura se não recua diante de nada. A fúria desesperada com que a ciência burguesa combate o materialismo histórico é compreensível: ela está perdida desde que seja obrigada a colocar-se ideologicamente neste terreno. Isso permite, ao mesmo tempo, compreender por que, para o proletariado e somente para ele, uma justa compreensão da essência da sociedade é um factor de domínio de primeira ordem, porque, sem dúvida, é a arma pura e simplesmente decisiva.
György Lukács
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