sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Ai!

Na passada sexta-feira, o Independente... ...citando um documento da PJ a que dizia ter tido acesso, noticiou que um inquérito da PJ ao processo que levou à viabilização do espaço comercial Freeport de Alcochete, levantava "a suspeita de, em 2002, o então ministro do Ambiente (José Sócrates) ter alterado a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo, tendo como contrapartida o financiamento das campanhas eleitorais do PS".Hoje, o mesmo semanário volta a destacar o assunto na primeira página e, sob a manchete "Indesmentível", publica um documento do departamento de investigação criminal de Setúbal da Polícia Judiciária que, de acordo com o jornal, "envolve José Sócrates" e aponta para "fortes indícios" de que a decisão do ex-ministro do Ambiente "teve como contrapartida o financiamento de campanhas eleitorais".Entretanto, em comunicado, a Polícia Judiciária voltou a negar que José Sócrates seja suspeito de envolvimento no caso "Freeport de Alcochete" e assegurou que o documento hoje reproduzido no Independente "não faz parte integrante de qualquer processo"."O documento reproduzido por 'fac simile' não faz - e nunca fez - parte integrante de qualquer processo", sublinha a directoria nacional da PJ, que reitera "na íntegra" o "teor do comunicado" que divulgou sobre o assunto após a primeira notícia do semanário.No comunicado hoje divulgado, a direcção nacional da PJ refere também que as "circunstâncias em que o documento em causa (publicado em +fac simile+ pelo Independente) foi elaborado" será, entretanto, alvo de "averiguações".Na nota emitida a 11 de Fevereiro - cujo conteúdo é reiterado hoje -, a PJ explicava que os elementos recolhidos no âmbito do "caso Freeport" não revelavam, "por ora", indícios que apontem como arguido qualquer líder partidário."Dos elementos que foram carreados para o processo não ressaltam, por ora, indícios que apontem como arguido qualquer líder partidário", podia ler-se na nota da PJ.Na altura, também a Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu, em comunicado, que "tanto quanto os elementos indiciários reunidos até ao momento permitem avaliar, não existe nenhuma suspeita de cometimento por parte do engenheiro José Sócrates de qualquer ilícito criminal com o aludido processo de licenciamento" da obra, em Alcochete.Sócrates negou sempre qualquer envolvimento no caso e, numa reacção à primeira notícia do semanário, considerou tratar-se de uma "tentativa de criar um caso político" em torno do assunto, que "só pode ter explicação no período de campanha eleitoral" em curso.O Freeport de Alcochete, inaugurado a 09 de Setembro último, tem uma área global equivalente a 55 estádios de futebol e custou cerca de 250 milhões de euros, sendo considerado o maior +outlet+ da Europa.Trata-se de um complexo lúdico-comercial com 240 lojas, 40 restaurantes, 21 salas de cinema, um anfiteatro ao ar livre e 5.000 lugares de estacionamento.

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