quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Para pagar reforma da Administração Pública!!!!!!

O ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe considerou terça-feira justificado o recurso às reservas nacionais de ouro para financiamento de uma reforma profunda de modernização e redimensionamento da Administração Pública.

«Não há melhor fim a dar às reservas de ouro, se for para fazer esta reforma», defendeu o economista numa conferência sobre as funções do Estado, em Mirandela.

Cadilhe considerou fundamental e urgente reduzir o peso da despesa com o sector público administrativo, que classificou como «o maior problema que a economia portuguesa tem hoje em dia». O economista começou por defender que «o ouro é intocável».

«Ai Jesus, se algum político se lembra: temos o ouro, vamos vender parte para pagar despesas correntes», disse Miguel Cadilhe.

O ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva colocou apenas um hipótese para o recurso às reservas nacionais de ouro, como um fundo de investimento num plano de modernização e redimensionamento da administração pública, defendendo que, «aí sim, seria um fim meritório».

Este plano de Miguel Cadilhe, que sublinhou não falar na qualidade de presidente da Agência Portuguesa para o Investimento (API), admite rescisões amigáveis de contratos na Administração Pública e encerramento de serviços, decisões assentes num estudo a cargo de empresas internacionais especializadas.

Para o ex-ministro das Finanças há ainda que acabar com o que considerou de «verdadeiras enormidades na economia portuguesa», referindo exemplos de megaprojectos ou eventos, como a Expo 98, o Euro 2004 ou a aquisição de submarinos.

«O que é que os submarinos têm a ver com o nosso desenvolvimento, o que é que este país de marinheiros tem a ver com submarinos? O Estado tem de auto-proibir-se de fazer estas enormidades», afirmou Miguel Cadilhe, realçando que a reforma proposta não pode passar por «soluções simples e dramaticamente injustas, como confiscar reformas e outros direitos dos cidadãos».

Cadilhe considerou ser necessária coragem política e discernimento nacional por parte dos cidadãos para encetar esta reforma que, segundo defendeu, passa também pela regionalização do país.

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