Os "esquerdistas" alemães acham que podem responder a essa pergunta com uma negativa absoluta. Na sua opinião, a algazarra e os gritos encolerizados contra os sindicatos "reacionários" e "contra-revolucionários" (K. Horner destaca-se pela "seriedade" e estupidez com que faz isso) bastam para "demonstrar" a inutilidade e até a inadmissibilidade da atuação dos revolucionários, os comunistas, nos sindicatos amarelos, social-chauvinistas, conciliadores e dos legienístas.
Mas, por muito convencidos que estejam os "esquerdistas" alemães do caráter revolucionário de semelhante tática, ela é, na realidade, profundamente errônea e nada contém, a não ser frases vazias.
Para esclarecer o que digo, partirei de nossa própria experiência, de acordo com o plano geral deste folheto, que tem por objetivo aplicar à Europa Ocidental o que a história e a tática atual do bolchevismo tem de universalmente praticável, significativo e relevante.
Na Rússia de hoje, a ligação entre líderes, partido, classe e massas, assim como a atitude da ditadura do proletariado e do seu partido para com os sindicatos apresentam-se, concretamente, da seguinte forma: a ditadura é exercida pelo Proletariado organizado nos Sovietes, o proletariado é guiado pelo Partido Comunista dos Bolcheviques, que, segundo os dados do último Congresso (Abril de 1920), conta com 611 000 membros. O número de filiados oscilou muito, tanto antes como depois da Revolução de Outubro, e foi mesmo consideravelmente menor em 1918/1919. Receamos ampliar excessivamente o Partido porque os arrivistas e aventureiros, que nada merecem além de ser fuzilados, tendem inevitavelmente a infiltrar-se no partido governante. A última vez que abrimos de par em par as portas do Partido - exclusivamente para operários e camponeses - foi nos dias (inverno de 1919) em que Yudenich estava a algumas verstas de Petrogrado e Denikin estava em Oriol (a umas trezentas e cinquenta verstas de Moscou), isto é, quando a República Soviética corria um perigo terrível, mortal, e os aventureiros, arrivistas, aproveitadores e, de modo geral, todos os elementos instáveis não podiam, de jeito nenhum, esperar fazer uma carreira vantajosa se aderissem aos comunistas, pois era mais fácil a perspectiva da forca o das torturas. O Partido, que convoca congressos anuais (no último, a representação foi de um delegado para cada mil militantes), é dirigido por um Comitê Central de 19 membros, eleito no congresso; a gestão dos assuntos cotidianos é exercida em Moscou por dois organismos ainda mais restritos, denominados "Birô de Organização" e "Birô Político", eleitos em sessões plenárias do Comitê-Central. Em. cada um desses dois organismos participam cinco membros do CC. Estamos, por conseguinte, diante de uma verdadeira oligarquia". Nenhuma questão importante, política ou de organização, é resolvida por qualquer instituição estatal de nossa República sem as diretrizes do Comitê Central do Partido.
Em seu trabalho, o Partido apoia-se diretamente nos sindicatos, que têm agora, segundo os dados do último Congresso (abril de 1920), mais de quatro milhões de filiados e que, no aspecto formal, são sem partido. De fato, todas as instituições dirigentes da imensa maioria dos sindicatos e sobretudo, naturalmente, a central, ou Birô sindical de toda a Rússia (Conselho Central dos Sindicatos da Rússia), compõem-se de comunistas e aplicam todas as diretrizes do Partido. Obtém-se, no conjunto, um dispositivo proletário, formalmente não comunista, flexível e relativamente amplo, poderosíssimo, por meio do qual o Partido está estreitamente ligado à classe e às massas, e através do qual se exerce, sob a direção do Partido, a ditadura da classe. É claro que nos teria sido impossível governar o país e exercer a ditadura, já não digo dois anos e meio, mas nem sequer dois meses e meio, se não houvesse a mais estreita ligação com os sindicatos, seu apoio entusiasta, seu abnegadíssimo trabalho tanto na organização económica como na militar. Como se pode compreender, esta estreitíssima ligação significa, na prática, um trabalho de propaganda e agitação bastante complexo e variado, reuniões oportunas e frequentes, não só com os dirigentes, mas geralmente com os militantes que têm influência nos sindicatos, e também uma luta decidida contra os mencheviques, que conservaram até hoje um certo número de adeptos - bem pequeno, é verdade - aos quais ensinam todas as artimanhas da contra-revolução, desde a defesa ideológica da democracia (burguesa) e a pregação da "independência" dos sindicatos (independência... em relação ao Poder estatal proletário!) até à sabotagem à disciplina proletária, etc., etc.
Consideramos que o contacto com as "massas" através dos sindicatos não é suficiente. No transcurso da revolução criou-se em nosso pais, na prática, um organismo que procuramos manter a todo custo, desenvolver e ampliar: as conferências de operários e camponeses sem partido, que nos possibilitam observar o estado de espírito das massas, aproximarmo-nos delas, corresponder a seus desejos, promover aos postos do Estado seus melhores elementos, etc. Um decreto recente sobre a transformação do Comissariado do Povo de Controle do Estado em "Inspecção Operária e Camponesa" concede a essas conferências sem partido o direito de eleger membros para o Controle do Estado, encarregados das mais diversas funções de investigação, etc.
Além disso, como é natural, todo o trabalho do Partido realiza-se através dos Sovietes, que agrupam as massas trabalhadoras, sem distinção de ofício. Os congressos distritais dos Sovietes representam uma instituição democrática como jamais se viu nas melhores repúblicas democráticas do mundo burguês. Por meio desses congressos (cujo trabalho procura acompanhar o Partido com a maior atenção possível) assim como através da designação constante dos operários mais conscientes para diversos cargos nas povoações rurais, o proletariado exerce sua função dirigente com relação ao campesinato, realiza-se a ditadura do proletariado urbano, a luta sistemática contra os camponeses ricos, burgueses, exploradores e especuladores, etc.
Esse é o mecanismo geral do Poder estatal proletário examinado "de cima", do ponto de vista da realização prática da ditadura. É de esperar que o leitor compreenda por que o bolchevique russo, que conhece tal mecanismo e o viu nascer dos pequenos círculos ilegais e clandestinos no decurso de 25 anos, só pode achar ridículas, pueris e absurdas todas as discussões sobre a ditadura de cima ou de baixo, a ditadura dos chefes ou a ditadura das massas, etc., ridículas, pueris e absurdas como uma discussão acerca da maior ou menor utilidade que tem para o homem a perna esquerda ou o braço direito.
Também não podemos deixar de achar um absurdo ridículo e pueril as argumentações ultra-sábias, empoladas e terrivelmente revolucionárias dos esquerdistas alemães a respeito de idéias como: os comunistas não podem nem devem atuar nos sindicatos reacionários; é lícito renunciar a semelhante atividade; é preciso abandonar os sindicatos e organizar obrigatoriamente uma "união operária" novinha em folha e completamente pura, inventada por comunistas muito simpáticos (e na maioria dos casos, provavelmente, bem jovens), etc., etc.
O capitalismo lega inevitavelmente ao socialismo, de um lado, as antigas diferenciações profissionais e corporativas entre os operários, formadas mo decorrer dos séculos, e, por outro lado, os sindicatos, que só muito lentamente, no transcurso dos anos, podem transformar-se, e se transformarão, em sindicatos de indústria mais amplos, menos corporativos (que abarcam indústrias inteiras, em vez de englobar somente corporações, ofícios e profissões). Depois, por meio desses sindicatos de indústria, será iniciada a supressão da divisão do trabalho entre os homens, a educação, instrução e formação de homens universalmente desenvolvidos e universalmente preparados, homens que saberão fazer tudo. O comunismo marcha e deve marchar para esse objectivo, que será atingido, embora somente dentro de muitos anos. Tentar hoje antecipar-se na prática a esse resultado futuro de um comunismo chegado ao fim de seu completo desenvolvimento, solidez e formação, de sua realização integral e de seu amadurecimento, é o mesmo que querer ensinar matemáticas superiores a uma criança de quatro anos.
Podemos (e devemos) empreender a construção do socialismo não com um material humano fantástico, nem especialmente criado por nós, mas com o que nos foi deixado de herança pelo capitalismo. Não é necessário dizer que isso é muito "difícil"; mas, qualquer outro modo de abordar o problema é tão pouco sério que nem vale a pena falar dele.
Os sindicatos representaram um progresso gigantesco da classe operária nos primeiros tempos do desenvolvimento do capitalismo, visto que significavam a passagem da dispersão e da impotência dos operários aos rudimentos da união de classe. Quando começou a desenvolver-se a forma superior de união de classe dos proletários, o partido revolucionário do proletariado (que não será merecedor desse nome enquanto não souber ligar os líderes à classe e às massas num todo único e indissolúvel), os sindicatos começaram a manifestar inevitavelmente certos aspectos reaccionários, certa estreiteza grupal, certa tendência para o apoliticismo, certo espírito de rotina, etc. O desenvolvimento do proletariado, porém, não se realizou, nem podia realizar-se, em nenhum país de outra maneira senão por intermédio dos sindicatos e por sua acção conjunta com o partido da classe operária. A conquista do Poder político pelo proletariado representa um progresso gigantesco deste, considerado como classe, e o partido deve dedicar-se mais, de modo novo e não apenas pelos processos antigos, para educar os sindicatos, dirigi-los, sem esquecer, ao mesmo tempo, que estes são e serão durante muito tempo uma "escola de comunismo" necessária, uma escola preparatória dos proletários para a realização de sua ditadura, a associação indispensável dos operários para a passagem gradual da direcção de toda a economia do país inicialmente para as mãos da classe operária (e não de profissões isoladas) e, depois, para as mãos de todos os trabalhadores.
Na ditadura do proletariado é inevitável a existência de certo "espirito reaccionário" nos sindicatos, no sentido assinalado. Não compreender esse fato significa não compreender absolutamente as condições fundamentais da transição do capitalismo ao socialismo. Temer esse "espírito reaccionário", tentar prescindir dele, ignorá-lo, é uma grande tolice, pois equivale a temer o papel de vanguarda do proletariado, que consiste em instruir, ilustrar, educar, atrair para uma vida nova as camadas e as massas mais atrasadas da classe operária e do campesinato. Por outro lado, adiar a ditadura do proletariado até que não reste nenhum operário de estreito espírito profissional, nenhum operário com preconceitos tradeunionistas e corporativistas, seria um erro ainda mais grave. A arte do político (e a justa compreensão dos seus deveres no comunista) consiste, precisamente, em saber aquilatar com exatidão as condições e o momento em que a vanguarda do proletariado pode tornar vitoriosamente o Poder; em que pode, por ocasião da tomada do Poder e depois dela conseguir um apoio suficiente de setores bastante amplos da classe operária e das massas trabalhadoras não proletárias; em que pode, uma vez obtido esse apoio, manter, consolidar e ampliar seu domínio, educando, instruindo e atraindo para si massas cada vez maiores de trabalhadores.
Prossigamos. Em países mais adiantados que a Rússia se fez sentir, e devia fazer-se sentir de modo muito mais acentuado, sem dúvida, que entre nós, certo espírito reacionário dos sindicatos. Aqui, os mencheviques tinham (e em parte ainda tem, num reduzidíssimo número de sindicatos) apoio entre os sindicatos, graças, exatamente, a essa .estreiteza corporativa, a esse egoísmo e ao oportunismo. Os mencheviques de Ocidente "entrincheiraram-se" muito mais firmemente nos sindicatos, e lá surgiu uma camada muito mais forte que em nosso pais de aristocracia operária, profissional, mesquinha, egoísta, desalmada, ávida, pequeno-burguesa, de espírito imperialista, subornada e corrompida pelo imperialismo. Isto é indiscutível. A luta contra os Gompers, contra os senhores Jouhaux, Henderson, Merrheim, Legien e Cia. na Europa Ocidental é muito mais difícil que a luta contra os nossos mencheviques, que representam um tipo social e político totalmente homogêneo. E' preciso sustentar essa luta implacavelmente e mantê-la obrigatoriamente, como o fizemos, até desmoralizar e desalojar dos sindicatos todos os chefes incorrigíveis do oportunismo e do social-chovinismo. É impossível conquistar o Poder político (e não se deve nem pensar em tomar o Poder político) enquanto essa luta não tiver atingido certo grau; este certo grau não é o mesmo em todos os países e sob todas as condições, e só dirigentes políticos sensatos, experimentados e competentes do proletariado podem determiná-lo com acerto em cada país. (Na Rússia o termômetro do êxito dessa luta, entre outras coisas, foram .as eleições de novembro de 1917 para a Assembléia Constituinte, alguns dias depois da revolução proletária de 25 de outubro de 1917. Nessas eleições, os mencheviques sofreram fragorosa derrota, obtendo 700 000 votos - 1400 000 contando os da Transcaucásia - contra os 9 000 000 alcançados pelos bolcheviques. Ver. meu artigo As eleições para a Assembléia Constituinte e a ditadura do proletariado, publicado no número 7/8 de A Internacional Comunista).
Mas sustentamos a luta contra a "aristocracia operária" em nome das massas operárias e para colocá-las ao nosso lado; sustentamos a luta contra os chefes oportunistas e social-chovinistas para ganhar a classe operária. Seria tolice esquecer esta verdade mais que elementar e evidente. E é essa, precisamente, a tolice cometida pelos comunistas alemães "de esquerda", que deduzem do caráter reacionário e contra-revolucionário dos chefetes dos sindicatos que é necessário ... sair dos sindicatos!!., renunciar ao trabalho neles!!, criar formas de organização operária novas, inventadas!! Uma estupidez tão imperdoável, que equivale ao melhor serviço que os comunistas podem prestar à burguesia. Isso porque nossos mencheviques, como todos os líderes sindicais oportunistas, social-chovinistas e kautskistas nada mais são que "agentes da burguesia no movimento operário" (Como sempre dissemos ao falar dos mencheviques) ou, em outras palavras, os "lugar-tenentes operários da classe dos capitalistas" (labor lieutenants of the capitalist class), segundo a magnífica expressão, profundamente exata, dos discípulos de Daniel de León nos Estados Unidos. Não atuar dentro dos sindicatos reacionários significa abandonar as massas operárias insuficientemente desenvolvidas ou atrasadas à influência dos líderes reacionários, dos agentes da burguesia, dos operários aristocratas ou operários aburguesados" (ver a carta de Engels e Marx em 1858 a respeito dos operários ingleses).
Precisamente a absurda "teoria" da não participação dos comunistas nos sindicatos é que demonstra do modo mais evidente a leviandade com que esses comunistas "de esquerda" encaram a questão da influência sobre as "massas" e como abusam de seu alarido em torno das "massas". Para saber ajudar a "massa" e conquistar sua simpatia, adesão e apoio é preciso não temer as dificuldades, mesquinharias, armadilhas, insultos e perseguições dos "chefes" (que, sendo oportunistas e social-chovinistas, estão, na maioria das vezes relacionados direta ou indiretamente com a burguesia e a policia). Além disso, deve-se trabalhar obrigatoriamente onde estejam ao massas. É necessário saber fazer todas as espécies de sacrifícios e transpor os maiores obstáculos para realizar uma propaganda e uma agitação sistemática, pertinaz, perseverante e paciente exatamente nas instituições, associações e sindicatos, por mais reacionários que sejam, onde haja massas proletárias ou semi-proletárias. E os sindicatos e cooperativas operários (estas pelo menos em alguns casos) são precisamente as organizações onde estão as massas. Na Inglaterra, segundo dados publicados pelo jornal sueco Folkets Dagblad Politiken a 10 de março de 1920, o número e membros das trade-unions, que em fins de 1917 era de 5 500 000, aumentou nos últimos dias de 1918 para 6 600 000, isto é, 19%. Em fins de 1919, seus efetivos elevavam-se, segundo os cálculos, a 7 500 000. Não tenho à mão os números correspondentes à França e à Alemanha; mas alguns fatos, absolutamente indiscutíveis e que todos conhecem, atestam o notável incremento do número de membros dos sindicatos também nesses países.
Tais fatos provam com toda clareza o que é confirmado por outros milhares de sintomas: o desenvolvimento da consciência o do desejo de organização justamente nas massas proletárias, em seus "setores inferiores", atrasados. Na Inglaterra, França e Alemanha, milhões de operários passam pela primeira vez de uma completa falta de organização para a mais elementar, mais baixa, mais simples, e (para os mais profundamente imbuídos de preconceitos democrático-burgueses) mais facilmente compreensível forma de organização, nomeadamente, os sindicatos; e no entanto os revolucionários mas imprudentes Comunistas de Esquerda ficam de pé a gritar "as massas", "as massas!", mas recusandos-e a trabalhar dentro dos sindicatos, como pretexto de que são "reaccionários", e inventam uma novissima e imaculada pequena "União de Trabalhadores", livre de preconceitos democratico-burgueses e inocente dos pecados dos sindicatos de mentes-estreitas, uma união que, afirmam eles, será (!) uma vasta organização. "O Reconhecimento do sistema Soviético e da ditadura" será (!) a única condição para adesão. (ver a passagem acima citada.)
É impossível conceber maior insensatez, maior dano causado à revolução pelos revolucionários "de esquerda"! Se hoje, na Rússia, depois de dois anos e meio de triunfos sem precedentes sobre a burguesia da Rússia e a da Entente estabelecêssemos como condição de ingresso nos sindicatos o "reconhecimento da ditadura", faríamos uma tolice, perderíamos nossa influência sobre as massas e ajudaríamos os mencheviques, pois a tarefa dos comunistas consiste em saber convencer os elementos atrasados, saber atuar entre eles, e não em isolar-se deles através de palavras de ordem tiradas subjetivamente de nossa cabeça e infantilmente "esquerdistas".
Não há dúvida de que os senhores Gompers, Henderson, Jouhaux e Legien ficarão muito agradecidos a esses revolucionários "de esquerda", que, como os da oposição "de princípio" alemã (que o céu nos proteja de semelhantes "princípios" ou alguns revolucionários da "Operários Industriais do Mundo" nos Estados Unidos, pregam a saída dos sindicatos reacionários a renúncia à atuação neles. Não duvidamos de que os senhores "chefes" do oportunismo recorrerão a todos os artifícios da diplomacia burguesa, à ajuda dos governos burgueses, dos padres, da policia e dos tribunais para impedir a entrada dos comunistas nos sindicatos, para expulsá-los de lá por todos os meios e tornar o seu trabalho nos sindicatos o mais desagradável possível, ofendê-los, molestá-los e persegui-los. E' preciso saber enfrentar tudo isso, estar disposto a todos os sacrifícios e, inclusive, empregar - em caso de necessidade - todos os estratagemas, ardis e processos ilegais, silenciar e ocultar a verdade, com o objetivo de penetrar nos sindicatos, permanecer neles e ai realizar, custe o que custar, um trabalho comunista. Sob o regime tzarista, até 1905, não tivemos nenhuma "possibilidade legal"; mas quando o policial Subatov organizou suas assembléias e associações operárias ultra-revolucionárias, com a finalidade de caçar os revolucionários e lutar contra eles, infiltramos ali membros de nosso Partido (lembro entre eles o camarada Babushkin, destacado operário petersburguense, fuzilado em 1906 pelos generais czaristas) que estabeleceram contato com a massa, conseguiram realizar sua agitação e tirar os operários da influência dos agentes de Subatov. Naturalmente, é mais difícil, atuar assim nos países da Europa Ocidental, particular mente impregnados de preconceitos legalistas, constitucionalistas e democrático-burgueses muito arraigados. Mas se pode e deve atuar dessa maneira sistematicamente.
O Comitê Executivo da III Internacional deve, na minha opinião, condenar abertamente e propor ao próximo Congresso da Internacional Comunista que condene, de modo geral, a política de não participação nos sindicatos reacionários (explicando pormenorizadamente a insensatez que essa não participação significa e o imenso prejuízo que causa à revolução proletária) e, em particular, a linha de conduta de alguns membros do Partido Comunista Holandês, que (direta ou indiretamente, às claras ou disfarçadamente, total ou parcialmente, tanto faz) sustentaram essa política falsa. A III Internacional deve romper com a tática da II e não evitar nem ocultar as questões escabrosas, e sim levanta-las sem rebuços. Dissemos cara a cara toda a verdade aos "independentes" (Partido Social-Democrata Independente da Alemanha); do mesmo modo, é preciso dize-la aos comunistas "de esquerda".
4 comentários:
Camarada CRN....como é vidente concordo com tudo...e agora já entendi,...vocês estão a tentar trazer os mais atrasados e trabalhar por "dentro" para os recuperar...concordo, é um bom trabalho, e vocês ainda estão novos para isso, porque eu francamente já não tenho paciência. Olha no tempo da guerra colonial era também assim, o Partido aconselhava o pessoal a ir para a tropa e minar o sistema por dentro...foi o que eu fiz...! Abraço!
Mugabe,
Tarefa árdua a tua, olhando a realidade, quem vive no limbo, diria que nada disso fructificou, mas, hoje podêmos falar com mais liberdade, valeu a pena!
A revolução é hoje!
Cumprimentos!
CRN
Nunca se pode afastar da realidade, se o Partido, o Sindicato se afasta da base que está na sua genese, perde por completo a noção da realidade.
Trabalhar pr dentro, claro, evidente.
Não é demitindo-nos das coisas, querendo fugir da realidade que podemos esperar que a Revolução se faça.
É todos os dias a todas as horas e situações.
beijos
Ana,
Nada a acrescentar, só a constatação da proliferação desse mal da sociedade, a negação da realidade, da realidade de cada um de nós!
A revolução é hoje!
Cumprimentos
Enviar um comentário