terça-feira, setembro 16, 2008

Money!


"O Banco Central Europeu (BCE) injectou esta segunda-feira no mercado 30 mil milhões de euros com uma taxa de juro mínima de 4,30 por cento e com um prazo de um dia, depois do anúncio de falência do quarto maior banco de investimento dos EUA, o Lehman Brothers.
De acordo com o BCE, no leilão participaram 51 bancos comerciais da Zona Euro, que pediram 90,27 mil milhões e deverão devolver em efectivo amanhã.
A instituição monetária adiantou ainda que está a «observar de muito perto as condições no mercado monetário do euro» e que está preparado para contribuir para o seu funcionamento adequado depois da falência do Lehman e a aquisição do Merril Lynch pelo Bank of America (a entidade que me convenceu a olhar o mundo da forma como o faço hoje, ainda que pretendesse que os manager publicitassem o Six-Sigma como método de evaluação justo, algo que só valia para enganar os trabalhadores).
O banco de negócios norte-americano Lehman Brothers anunciou esta segunda-feira que se iria declarar em falência para proteger os seus activos e maximizar o seu valor.
«Os clientes do Lehman Brothers, incluindo os clientes da sua filial Neuberger Berman Holdings, poderão continuar a negociar os seus títulos e a tomar as decisões que acharem por bem relativamente às suas contas», afirma-se na nota.
O banco perdeu cerca de 3,9 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) no terceiro trimestre do ano, depois de ter sido obrigado a importantes depreciações nos seus activos devido à crise no mercado imobiliário.
A declaração de falência segue-se às tentativas falhadas do Lehman Brothers de encontrar um comprador, depois do Barclays, o último banco interessado, se ter retirado da corrida no domingo.
O banco britânico considerou que seria impossível adquirir o Lehman Brothers sem uma ajuda federal norte-americana semelhante à concedida em Março ao JPMorgan Chase, quando este adquiriu outro banco em dificuldades, o Bear Sterns, de acordo com o New York Times e o Wall Street Journal.
O Governo dos EUA, liderado por George W. Bush, anunciou no passado domingo que vai injectar 200 mil milhões dólares nos dois gigantes do crédito hipotecário, Freddie Mac e Fannie Mae, com 100 mil milhões para cada um deles, com o objectivo confesso de os salvar da falência. Freddie Mac e Fannie Mae são duas instituições privadas com estatuto de serviço público, que garantem cerca de metade das hipotecas dos EUA (para compra de habitação própria) e são, por isso e para já, as duas maiores «vítimas» da famosa «crise do subprime» que começou recentemente nos EUA e já alastrou para a Europa. Assinale-se que o Governo dos EUA, após entregar o interesse público do crédito hipotecário à tradicional gula e voragem da «iniciativa privada», decide agora, e literalmente, «nacionalizar» os gigantescos prejuízos que a gestão privada destes interesses públicos provocou, pondo os contribuintes norte-americanos a pagar os desmandos dos grandes banqueiros norte-americanos."

No nosso país, a banca , que ganhou "rios de dinheiro" nos últimos anos, paga, em média, 13,5 por cento de IRC, enquanto um pequeno empresário do sector textil, por ejemplo no distrito de Braga, paga 24 ou 25 por cento. Assim, em sintonia com a lógica do grande capital, adoptando politicas que contemplam o cidadão só como um factor de rentabilidade, os governos, que os Portugueses têm apoiado, só legislam para proteger o bolso daqueles que já não o usam, daqueles que, ao contrário de investir em sectores que garantam um desenvolvimento sustentado, producção, exportação, investem em formas de promover a dependência dos interesses capitalistas transnacionais, consolidando a escravidão como modo de vida e alienação como condicionante comportamental, facilitando a manipulação das massas pelos média, que vendem, de uma forma que cada vez se constata mais organizada, os motivos de inquietação ou alegria de quem tem o azar de se limitar a trabalhar para vivêr, ou, neste caso, para sobrevivêr!
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Como nota importante neste dia, alguém que assumía os posicionados em todos os cuadrantes do tal 6-Sigma :
O músico e teclista Richard Wright, 65 anos, um dos fundadores dos Pink Floyd, morreu esta segunda-feira vítima de cancro, confirma o porta-voz da banda.
«A família, fundador do Pink Floyd, anuncia com grande tristeza que Richard morreu hoje, depois de uma rápida batalha contra o cancro», disse seu porta-voz em comunicado.
Wright conheceu Roger Waters e Nick Mason, colegas de banda, enquanto estudava na faculdade. Começaram por formar uma banda, os Sigma 6, que viria posteriormente a chamar-se o Pink Floyd.
Foi Richard Wrigh quem compôs alguns dos principais êxitos da banda, como «The great gig in the sky», «Us and them» ou «The dark side of the moon».
Uma parte incontornável da sua obra é esta:





A revolução é hoje, está na tua mão mudar de rumo!

4 comentários:

Anónimo disse...

Amigo CRN a luta de classes está mais que nunca na ordem do dia !!
Abraço!

Ana Camarra disse...

CRN

Aviso desde já que isto vai ser um comentário enorme!

Os Bancos, as manigâncias dos bancos, o controle que a banca tem da nossa vida, uma coisa de facto medonha!
Assustadora, só comparável de facto aos impérios do mal!

Só me lembra Zeca, Os Vampiros:

"No céu cinzento / Sob o astro mudo / Batendo as asas / Pela noite calada / Vêm em bandos / Com pés de veludo / Chupar o sangue / Fresco da manada
Se alguém se engana / Com seu ar sisudo / E lhes franqueia / As portas à chegada / Eles comem tudo / Eles comem tudo / Eles comem tudo / E não deixam nada
São os mordomos / Do universo todo / Senhores à força / Mandadores sem lei / Enchem as tulhas / Bebem vinho novo / Dançam a ronda / No pinhal do rei
Eles comem tudo / Eles comem tudo / Eles comem tudo / E não deixam nada"

Quanto á morte de Richard Wrigh, o que posso dizer senão que o mundo fica mais pobre!
O teu primeiro vídeo – Respirar – a essência da vida, uma música fabulosa, doce e inquietante ao mesmo tempo.
Que tem dentro dela a tranquilidade de um respirar tranquilo e a inquietação das máquinas que nos roubam o ar….
Tempo, aquela coisa que não vemos, não tocamos e que parece fugir-nos, sobrar ou faltar, e como diz e bem a canção “Tiramos os momentos para o encher de um dia aborrecido…” “Esperar por alguém ou alguma coisa que nos mostre o caminho”
“Em casa, em casa outra vez… ” e a nossa casa é dentro de nós!
Com janelas abertas, para os campos, para as musicas, para a vontade de transformar, para o mar, para a alegria, para a consciência, para o amor, para a alegria…enfim respirar….
The Great gig in the sky – Absolutamente fabuloso, uma das músicas que ainda hoje mais me arrepia…sinto-me pequenina….perante uma coisa tão brutalmente bela!
E inquietante!
Money, dinheiro, pilim, pois a música mais comercial do Dark Side, nem por isso a melhor, mas com uma mensagem poderosa e brilhante que passou pelo menos uma geração.
Nós e Eles, pois o que somos senão nós e eles?
Com e sem, e com pode negar que é sobre isso que é a luta!
E esta sim é a minha música favorita deste álbum, já estás a pensar “Coisas de gaja”, mas é!
Esta letra deixa-me de rastos, vês é um poema!
Pronto já no fim, a cor que tu quiseres, parece que nós temos a nossa escolhida, Vermelho, de sangue, de luta, de gritos mudos de cravos rubros de uma madrugada que nos abriu portas, de papoilas que alegram o campo ao irromper da terra assim semeadas ao acaso e que cada verão são mais…
E o lunático não está na relva, o lunático está dentro de nós mas é terreno, apenas quer mudar isto.
E a luta faz-se disto tudo, da música das palavras, do génio humano que teima em modificar a face da terra.
Pronto vemo-nos no lado escuro da lua ou deste lado da luta.
Pronto desculpa lá os devaneios, desculpa o comprimento deste comentário, mas também no dia que te enviar um comentário telegráfico estranhas ou pensas que estou muito doente!
Obrigado pelos clips, vou voltar para vê-los todos outra vez…
Um beijo!

Mário Pinto disse...

Mugabe,
Sem dúvida, a conjuntura prevista.

Cumprimentos.

Mário Pinto disse...

Ana,
Pouco falta por comer, falta a essência submetida durante estes 100 últimos anos, mais que voltar atrás devêmos olhar para o que se nos faz!

A revolução é hoje!