domingo, agosto 17, 2008

A1: fila de 10 quilómetros até Fátima

Só dando fé!
Depois dos assassinatos, da apología do obscurantismo, do apoio às ditaduras ou da ultima edição do livro das mentiras, ainda há poucos anos obrigaram ao exilio um Português, Nobél da Literatura, só por trazer a debate as contradições mais simples da Igreja católica.
Diziam que estava a acordar a malta, noutros termos, estava a ser ofensivo com os fiéis.
Defendida pelo ditador que a utilizou para atirar os Portugueses para a idade dos deuses, privando-os de compreênder os motivos do renascimento, numa estratégia politica de eliminação da vontade própria, criando uma sociedade de seres indiferentes.
Assim mesmo,criou também a imagem dos cristãos, brancos, superiores, "cordeiros" do mais jovem dos deuses, pequenos semi-deuses à sua imagem e semelhança, seres eternamente protegidos pela penitência do criador.
Acontece que, já antes dos faraós -reis brancos e negros, deuses em seu momento- e até hoje, existiram muitos modelos. Depois tivemos outros, deuses gregos, romanos, indianos, sul-americanos, asiáticos.. etc. Grande parte da humanidade, politeista ou não, sempre se lamentou da sua angustiada vida junto destes icones da espiritualidade, tornando assim a religião num centro avançado de estatistica politica, por exemplo, contando quantos cordeiros lhe pedem água quando faz calor ou rezam por uma vida menos má em países e realidades como -à excepção do periodo entre o II e o IV governos provisórios- experimentamos e experimentámos no nosso país, permitindo-me concluir que se relacionam as vicissitudes, a falta de objetivos, a impossibilidade de estructurar um caminho com critério próprio, o medo ou seja, o mal desconhecido, mágico, com algo ainda mais desconhecido mas que vende a banha como sabendo-se em posse do "segredo" da mentira melhor vendida, vendendo nestum a quem, sabem, lhe apodreceu os dentes por não abrir a boca, nem sequer para falar.

O apoio do babas a esta mentira, babas o algarvio, esteve bastante claro aquando da sua assistência à nova fantochada do rapazito da feira, "jesus cristo super-estrela". Qual Ronaldo a vender suzukis, provando que este não está aqui para outra coisa que não seja manter o povo no cercado, como cordeiros, lá vamos entrando nesta farsa.

Se algo se pode lamentar da situação na qual vivêmos é a nossa crença -como quem vive numa gruta- na magía e a falta de confiança em nós mesmos, em suma, o medo de utilizar o voto em consciência, de se assumir responsável pelo destino dos seus ou pelo menos cumplice. Se o país ou as nossas vidas chegaram a este estado de degradação é só por isso mesmo, por pedir a quem não se sabe se existe, por confiar em quem não merece, por continuar a ter medo de alterar, realmente, esta situação, fundamentalmente por medo a ser dono da sua existência, por não acreditar na sua espécie, em si e nos seus iguais, aceitando ser tudo menos livre.

Hoje, como imagem de há milhares de anos, encontrei uma noticia penosa, peregrinos, desesperados, crentes, covardes, crianças com bigode, artistas contratados, famintos, cordeiros, perdidos:
"O trânsito automóvel na auto-estrada (A1) a partir do Norte em direcção a Fátima está congestionado, atingindo cerca das 11:30 deste domingo uma fila de 10 quilómetros, revelou uma fonte da Brigada de Trânsito da GNR à Lusa.
A situação mais complicada, que se verifica desde as 11:00, é entre a Área de Serviço de Leiria e o Nó de Fátima, que dá acesso ao Santuário.
No sentido Sul-Norte, até ao Nó de Fátima, embora intenso, o trânsito processa-se com normalidade, adiantou a mesma fonte à agência Lusa.
A Brigada de Trânsito aconselha os automobilistas que circulam do Norte em direcção a Lisboa a sair no Nó de Leiria e a deslocarem-se para a capital pela A8, para evitar o engrossar do congestionamento na A1.
Até cerca das 11:30 de hoje não se tinham verificado acidentes motivados pelo acréscimo de tráfego na A1.

"

4 comentários:

Ana Camarra disse...

CRN

Este é um assunt que me faz um pouco perder o trambelho.
Mas vou tentar ser muito racional.
Primeira coisa, apesar de não conseguir, também não me esforço, ter nenhuma fé no divino, respeito a fá dos outros.
No entanto a igreja como instituiçã tem provado não estar a cumprir o seu papel de apoio, moral e não só, antes pelo contrário, não indo para trás, com cruzadas, autos de fé, inquisições e afins, esta situação de Fátima é um exemplo do embuste praicado pela instituição.
É um roubo o que se faz, Fátima é uma gigantesca máquina de fazer dinheiro, só comparavél aos Casinos de Las Vegas.
Por outro lado como é que uma religião supostamente baseada no amor ao próximo permite que os fieis façam tributo a Deus, arrastando-se, gastando o que não têm, martirizando-se a si e aos seus?
Por fim o outros Deuses que mostras eram todos mais divertidos e bonitos....

Apesar de não ser um dos meus grupos favoritos lembrei-me desta:

A Queda de um Anjo - Delfins

"Testemunhos da verdade
Tanto vão de mão em mão
Que se perdem com a idade
Porque ninguém nasce ensinado
O que aprendi já está errado
Não acredito no meu passado


É a queda de um anjo
Em cima de um homem
Que ao ganhar idade
Perde a razão

Ontem liam evangelhos
Hoje é lei a constituição
Mas que ninguém me dê conselhos
Nunca gostei que a maioria
Organizasse o meu dia a dia
Não acredito em democracia
É a queda de um anjo
Em cima de um homem
Que ao ganhar idade
Perde a razão.

A todos os anjos
De todos os sexos
Agarrem as asas
ao cair do chão"

Diz-me tu depois.

Beijocas

Anónimo disse...

Olá Ana,
Muito adequada a letra dos Delfins.
O que mais me preocupa é que a necessidade de mudar a realidade se traduza numa atitude de prece sem saber a quem, no assumir de uma incapacidade -imposta- de tomar o rumo que se queira, do prescindir da condição de ser humano, atirar o seu futuro e futuro dos seus para o limbo da decisão dos guinistas desta farsa.

A revolução é hoje!

Cumprimentos.

Anónimo disse...

É uma terrivel doença,com várias vertentes, uns causam-me pena,outros repulsa, outros ainda repugnância, mas ainda acredito nos primeiros, aqueles que me causam pena.
Já me tenho travado de razões quando me chamam ateu, porque eu não professo qualquer religião.

Anónimo disse...

Olá Poesianopopular,
Eu acredito mais nos cordeiros do senhor que, seguramente, eles mesmos.

Cumprimentos.