quinta-feira, abril 30, 2009
Portuguese hand made
Se então a quantidade de trabalho socialmente necessário, materializado nas mercadorias, é o que determina o valor de troca destas, ao crescer a quantidade de trabalho exigível para produzir uma mercadoria aumenta necessariamente o seu valor e, vice-versa, diminuindo aquela, baixa este.(...)"
A revolução é hoje!
(...e com esta gripe que nos obriga a ficar em casa no 1º de Maio)
quarta-feira, abril 29, 2009
Gripe??
Nesse sentido, depois de entender o mapa de distribuição desta nova cepa e o impacto económico que causam as noticias sobre a mesma, sabemos que, só em Madrid, existem já 11 afectados, 32 em Espanha, falecidos no México, nos estados-unidos, na Nova Zelanda e que, na Suiça (curiosamente, e por culpa de um "lamentável" acidente), se rompeu uma série de recipientes que continham o virus desta gripe dos porcos. Ainda assim, mesmo assumindo que por má sorte, de forma inédita, juntaram-se numa célula deste animal a gripe suina e a gripe humana (ainda que já se ouve falar também da gripe aviária, o que extrema a dificuldade para entender o fenómeno). Assumindo que, esta não se transmitirá com facilidade em países com sistemas de saúde melhores que o nosso, que a mesma OMS já situou o seu nível de alerta em 4, a dois degraus da morte anunciada de milhões de seres humanos - num cenário similar, e assim o potencial resultado, do experimentado em 1918, aquando da gripe "española"(que de espanhola só tinha o nome da embarcação no qual chegou à península), a certeza com a qual podemos ficar é, sem dúvida, que quem pagará com a vida, mais uma vez - mais um efeito directo da globalização imperialista, é o Povo dos países periféricos, o mesmo que sofre a devastação provocada - em principio - pelo HIV, pela fome, pela usurpação dos seus recursos naturais, pela repressão; ou só por nascer no sitio menos favorável, os idosos e aqueles que por razões diferentes careçam das condições necessárias para manter o sistema imunológico minimamente funcional.
Por tudo isto, é extremamente difícil entender o motivo da histéria da OMS, não esquecendo que esta é também uma forma de amedrontar as populações e que, em conjunto com a falta de confiança que se verifica nos consumidores, o desemprego, o aumento generalizado dos défices nacionais ou a caída dos indices bursáteis durante os últimos dias, incrementa, por parte da opinião pública, a percepção de dependência das estructuras do capital, promovendo a assumpção da condição de ser humano de 2ª, potenciando a subserviência ao imperialismo, e o mais curioso, através de uma gripe com uma sintomatologia similar; e assim as terapias paliativas, àquelas que todos conhecemos.
A revolução é hoje!
segunda-feira, abril 27, 2009
E nós...
ocupamos o nosso lugar ou continuaremos a tentar, qual "parvos" ou amedrontados, ocupar outro?
Prefiro encher o meu lugar com a minha vontade que fugir para a frente e tropeçar numa cova cavada por algum engenheiro!
A revolução é hoje!
domingo, abril 26, 2009
Temas candentes
O referido programa, aberração, mostra o impacto que sofrem aqueles que, dentro da estratégia imperialista de reestruturação económica, são despedidos diariamente, num número concerteza maior, ainda que não mais importante, que os 535 Portugueses que todos os dias, desde Agosto passado, experimentam também essa mesma agonia.
Despedidos, despojados da sua condição, usados para o regozijo de uma plateia ávida de realidades piores que o quotidiano no qual sobrevivem, estas mulheres e homens, no seu entorno, seguramente - mais se tivermos presente o institucionalizado preconceito que caracteriza os debilitados alienados e carentes de esclarecimento apologistas da covardia resultante da clivagem que impede assumir a responsabilidade pelas suas decisões – encontrarão problemas de recolocação, mais um, só para que a Fox aumente a audiência, o share, mas, fundamentalmente, o profit do share-holders, accionistas.
Um dia depois do 35º aniversário do 25 de Abril, o pensamento com o qual me deparo é que, Abril, politicamente, economicamente, socialmente, nos âmbitos da educação, da liberdades, e, sobretudo – ainda que cada vez mais desvirtuada pelos capatazes dos mesmos accionistas supra-citados – na constituição, venceu, mas, querer resgatar Abril, olhando em frente, só pode acontecer quando a coerência entre a palavra e a acção se torne atributo essencial de todos os revolucionários. Aqueles que sofreram, pagaram com a vida, e com a morte, a liberdadezinha que hoje desfrutamos, foram heroicamente coerentes mesmo diante de um pide, um esbirro fascista, quando este os obrigava a permanecer de pé, acordados durante dias, submetidos a enormes pressões físicas e psicológicas, mantendo-se calados para que hoje possamos falar.
As formas a adoptar no sentido de promover de novo o esclarecimento, a agitação, o inconformismo, como não podia ser de outra maneira, devem ser reajustadas a este novo paradigma fascista, que não fascizante. Contudo, como desenvolvimento lógico do processo revolucionário de 74, também a firmeza ou a intransigência, devem, necessariamente, fazer parte da atitude revolucionária, sobretudo quando se observam atentados à liberdade, enaltecimento dos métodos repressivos, propaganda fascista, neo-colonialista, ou crimes políticos contra os Povos.
Assim, sabendo-me integrante de um partido que não anda por aí a tentar melhorar o capitalismo, consciente das repercussões que poderiam advir - ao contrário dos proletários americanos, aceitando qualquer consequência pessoal por integrar esse tipo de acções, não entendo, mas, já agora fica a ideia, como não se fretaram 2 ou 3 autocarros para, no dia de ontem, festejar, recordar, celebrar a revolução em Santa Comba-Dão.
Ainda assim, também me parece dificil compreênder porque não se ouviu falar da institucionalização do crime de corrupção, aceitando o governo essa practica, sempre que o criminoso pague 60% do pecúlio.
Na mesma linha, não posso aceitar, ainda que os motivos sejam claros, que os professores entreguem as suas auto-avaliações – mesmo que a aposta sindical se reveja na pretendida coesão sindical europeia, creio que essa identificação não é real, partindo do principio que cada país tem peculiaridades que divergem na definição das prioridades, que constituindo uma frente comum só estão a legitimar esta Europa sucursal - que não se promovam agora, justo agora, antes das eleições, greves, arruadas, eventos, concentrações, encontros, concertos, debates, sessões de esclarecimento, que, em suma, se incremente a luta, que se potencie a denúncia.
Fora do PCP, hoje, não existe resistência ao fascismo, à ditadura da demagogia e do obscurantismo neón, ao espólio do povo Português, ao enriquecimento de uns poucos através da miséria de outros muitos. Só um povo sem medo, unido, consciente, poderá mudar esta situação. Este ano teremos na mão a possibilidade de, apostando na alternativa real, expulsar a corja, recuperar a sanidade pública, o pão, o trabalho, a habitação, a educação, as reformas, a equidade, a ética, a liberdade, a solidariedade, a palavra, enfim, a condição de ser humano.
A revolução é hoje!
sábado, abril 25, 2009
quinta-feira, abril 23, 2009
Mudar!
Hoje, as prácticas utilizadas pelo governo, em lugar de apontar o dedo àqueles que lutam pela liberdade, considera toda a população dentro de um redil, no qual, alçar a voz, prevaricar no relativo à cultura uniformizadora, reclamar por direitos, pela fome, pelo desemprego, fica aí mesmo, no cercado, exercendo sobre o povo consideração que resulta numa mordaça enorme.
O Camarada Eugénio Rosa, através de um dos seus estudos, explica, de forma bastante acessível, como a realidade nos coloca em situação pior que em 1973:
"Numa altura em que se ouve com uma frequência crescente nos media novamente os defensores do neoliberalismo (engane-se quem pensou que o neoliberalismo estava definitivamente enterrado) a advogarem o congelamento dos salários nominais dos trabalhadores portugueses, e mesmo a sua redução, como “solução” para a grave crise provocada pela especulação financeira que dominou toda a globalização capitalista, interessa recordar alguns dados oficiais sobre a repartição da riqueza em Portugal. E isto porque se tal tese (a redução do poder de compra dos salários) vingasse a parte das remunerações no PIB, que já é reduzida, diminuiria ainda mais.
O PIB, ou seja, a riqueza criada em 2008 é cerca de 97,2 vezes superior ao PIB de 1973. O valor das remunerações, sem incluir as contribuições para a Segurança Social e CGA, de 2008 é apenas 69,8 vezes superior às remunerações, também sem contribuições, de 1973. Mesmo se consideramos as remunerações, incluindo as contribuições para a Segurança Social e a CGA, a situação não se altera significativamente. Entre 1973 e 2008, O PIB cresceu 97,2 vezes, como já se referiu, mas as remunerações, com contribuições, aumentaram apenas 89 vezes. Estes dados oficiais mostram duas coisas. Em primeiro lugar, que as condições de vida dos trabalhadores portugueses em 2008 são superiores às que tinham em 1973. Em segundo lugar, e apesar disso, estes dados oficiais também revelam uma situação preocupante que é a seguinte: a repartição da riqueza criada em Portugal tem-se agravado de uma forma continuada e significativa depois do período 1974-1976, sendo actualmente pior da que se verificava mesmo em 1973.
Mas não são apenas as entidades oficiais portuguesas que revelam a diminuição que se tem verificado em Portugal da parte das remunerações na riqueza criada no nosso País. Também o Eurostat, que é o organismo oficial de estatística da União Europeia, confirma a quebra acentuada da percentagem que as remunerações representam do PIB, e de uma mais pronunciada que a revelada pelos dados divulgados pelas entidades oficiais portuguesas. Se retirarmos as contribuições patronais para a Segurança Social e para a CGA, em 1998, segundo o Banco de Portugal e o INE as remunerações, sem contribuições patronais , representaram 35,3% do PIB, enquanto segundo o Eurostat corresponderam apenas a 31,8% do PIB. A partir de 1998 deixamos de se dispor, para Portugal, de dados sobre a percentagem que as remunerações, sem contribuições, representam em relação ao PIB, certamente por não serem favoráveis ao governo.
No entanto, o Eurostat tem divulgado as percentagens que as remunerações, com contribuições patronais , representam do PIB, as quais revelam, para Portugal, uma quebra de valor ainda maior do que a revelada por organismos oficiais portugueses. Assim, em 2006, segundo o INE e o Banco de Portugal, a percentagem correspondeu a 50,7% do PIB, enquanto segundo o Eurostat, foi 50% do PIB; em 2007, segundo o INE e o Banco de Portugal, representou 50% do PIB e, de acordo com o Eurostat, apenas 49,1% do PIB; e em 2008, a percentagem, segundo o INE, correspondeu a 50,3% do PIB e, de acordo com o Eurostat, foi de 50,1% do PIB. Para 2009, o Eurostat prevê que, em Portugal, as remunerações, com as contribuições patronais, representem 49,9% do PIB, uma percentagem bastante inferior à registada em 1973 (54,9% do PIB) e muito inferior à do período 1974/1976 (entre 61% e 68,4% do PIB); e, para 2010, prevê o valor de 49,7% do PIB. E isto sem congelamento ou redução dos salários nominais como defendem os neoliberais portugueses .
É neste contexto de diminuição da percentagem que as remunerações representam da riqueza criada no País, ou seja, do PIB, que os neoliberais, que surgem de novo com força nos media, defendem o congelamento e mesmo a redução dos salários nominais dos trabalhadores portugueses. É curioso e significativo que muitos dos que defendem tais posições são precisamente aqueles que têm sido acusados de auferirem vencimentos e bónus escandalosos que nunca negaram (mais um exemplo da teoria “faz o que eu digo, e não faças o que faço”). A redução do poder de compra das remunerações em Portugal, para além de determinar o agravamento das condições de vida da maioria dos portugueses, que já vivem com dificuldades, provocaria um agravamento da crise económica que enfrenta o País, pois determinaria a redução da procura, e a crise actual é também uma crise resultante da quebra da procura, o que está a impedir as empresas de venderem uma parte crescente do que produzem ou podem produzir. Eugénio Rosa"
Assim sendo, se as condições de vida dos Portugueses são hoje piores que em plena ditadura, só nos resta a opção de resgatar Abril, de agitar consciências, de terminar uma revolução inacabada.
Podendo começar hoje, como todos os dias, vamos voltar ao Socialismo pelas portas que Abril abriu. Dia 25 sempre, e, nesta ocasião, não deve parar, só no culminar de todos os processos eleitorais, que este ano nos trazem a oportunidade de expulsar a corja, poderemos consolidar a mudança que Portugal necessita, convictos de que sim é possivel uma vida melhor, que essa mudança só depende de nós.
A revolução é hoje!
quarta-feira, abril 22, 2009
terça-feira, abril 21, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - X
«O Bank of England, o Banco Central Europeu (BCE), a Reserva Federal, o Banco do Japão e o Swiss National Bank anunciam acordos de swap que permitem a cedência de liquidez em moeda estrangeira pela Reserva Federal a instituições financeiras dos Estados Unidos», informou o BCE, avançou a Lusa.
A mesma fonte informa que «caso seja necessário, serão cedidos euros, ienes, libras esterlinas e francos suíços à Reserva Federal por via destes acordos de swap adicionais com os bancos centrais relevantes»."
domingo, abril 19, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - IX
A desvalorização da libra e a crise mundial estão a retrair os britânicos nas suas opções de férias e poderão levá-los a optar por destinos mais próximos, acredita Marc Sontag, director de Turismo Residencial do Grupo IMOCOM.
«Os ingleses fazem normalmente duas viagens por ano, uma de longa distância e outra de curta e nós achamos que se não fizerem a mais longa possam ficar mais perto e Portugal é o primeiro destino a tirar vantagem da situação», disse."
Outra forma de vender um País, pode ser:
A revolução é hoje!
sexta-feira, abril 17, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - VIII
Se fosse esta a única bacorada do novo Mussolini, poderiamos, apelando à transigência, tolerar o seu discurso, mais, quando o visado aproveita isso mesmo, a cor da pele, para vigarizar, pelo menos, a população dos Países centrais.
Contudo, num alarde de actitudes fascistas, continua, no cenário do terremoto que ocorreu em Itália, em conversa com um padre africano, Berlusconi, àparte de lhe elogiar o «bronze», a outro funcionário da Cruz Vermelha Africana disse-lhe: «você também tem um excelente bronze, quem me dera ter tempo para ficar aqui ao sol e ficar tão bronzeado como vós». Não contente com o apoio mostrado aos colaboradores neste infortúnio, débil, ofuscado pela beleza de uma médica, que assistia os feridos, disse-lhe: «quem me dera ser ressuscitado por si!».
Assim mesmo, concluindo a visita ao local, agarrou um embaraçado voluntário e, no meio de um largo e plástico sorriso, disse-lhe: «Venha cá, abrace-me e chame-me Papa».
Estará este burgesso irremediávelmente a experimentar uma sintomatologia própria da esclerose cerebral ou, pelo contrário, a patologia social que poderemos observar no próximo capitulo desta série, lhe serve como reconstituinte, levando-o a proferir sentenças deste tipo por excesso de poder ou pelo desprezo absoluto pelo Povo?
A revolução é hoje!
quinta-feira, abril 16, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - VII
(Nikita Khrushchev)
Sem deixar de relativizar o discurso de quem nasceu há mais de 100 anos, continuará a critica primária do comunismo constituindo a defesa dos nécios ou cresceram o suficiente para olhar de frente uma realidade, fisica e temporal, cada dia mais cercana?
A revolução é hoje!
quarta-feira, abril 15, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - VI
Debaixo dos escombros jazia também o Direito Internacional e a Carta da ONU. O imperialismo, sentindo-se liberto de uma correlação de forças mundial que, graças à existência da URSS e à força do movimento anti-imperialista, entravava os seus ímpetos agressivos, decidira passar ao ataque e impor pela força a sua hegemonia e a sua globalização económica e política. Os actores principais deste salto qualitativo de há dez anos não foram Bush e os neo-cons, mas Clinton e a social-democracia que então governava em quase todos os países europeus (incluíndo Portugal). O Vice-Presidente dos EUA, Al Gore, evidenciava as suas «preocupações ambientalistas» bombardeando Belgrado. E os objectivos mais vastos do imperialismo norte-americano – que então se sentia omnipotente e invencível – ficavam patentes no bombardeamento da Embaixada chinesa na capital jugoslava."
Sem necessidade de parar o reproductor, continuemos a aproximação essa, cada vez mais próxima, realidade.
A revolução é hoje
terça-feira, abril 14, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - V
"Três dias antes do início da cimeira de Estrasburgo o professor afegão da província de Kost, Khasan Gul, referindo-se aos exércitos de ocupação estrangeira no Afeganistão, explicara no canal-TV Phönix como os comandos da NATO assaltam de noite as aldeias do seu país e assassinam famílias inteiras. As populações levam no dia seguinte os corpos de velhos, mulheres e crianças para Cabul para que todos vejam quem são «os terroristas» que a Aliança militar anda a matar. Khasan descreve as tropas da NATO como «selvagens que fazem o que querem» e conclui afirmando que «antigamente as pessoas eram contra os talibãs. Mas hoje, aquele tempo parece-lhes melhor comparado com a situação actual». Evidentemente que os media que fizeram a cobertura da cimeira de Estrasburgo esconderam estas atrocidades que o imperialismo vem celebrando há muito tempo. O diário alemão Die Welt (online. 03.04.09), porta-voz da ala mais direitista do partido da chanceler Ângela Merkel saúda a cimeira com um texto intitulado «A Europa concede a Obama mais soldados para o Afeganistão». O panegírico termina salientando que «o presidente Barack Obama incitou os europeus a aumentar a sua capacidade militar». «Ficaríamos muito satisfeitos de ver a Europa com uma capacidade de defesa muito mais reforçada», disse Obama numa conferência de imprensa com o presidente francês Sarkozy. O presidente norte-americano procurou mesmo instigar o pânico dizendo que «devido à situação geográfica a Europa é mais vulnerável ao terrorismo do que a América». As labaredas e as espirais de fumo irrompendo das torres gémeas de Nova Iorque no 11 de Setembro, do edifício da Televisão de Belgrado atacado pela aviação da NATO durante a agressão contra a Jugoslávia, ou ainda da Duma bombardeada pelos tanques de Ieltsin sob os aplausos unânimes das potências do capitalismo mundial, assemelham-se não só no dramatismo das imagens mas também no seu carácter criminoso e terrorista. Tais acontecimentos ilustram bem o método escolhido pelo imperialismo para tentar instaurar a sua nova ordem mundial exploradora e opressora. O documento da Comissão Política do PCP «Pela Dissolução da NATO» é a reposição da verdade dos factos e a análise perfeita do papel da aliança militar do capital monopolista desde a sua fundação até hoje. A ignorância histórica e a cegueira face à realidade demonstradas por Obama nesta encenação de Estrasburgo não nos devem fazer esquecer, a nós portugueses, o «dia da raça» ou «10 de Junho» dos tempos em que o fascismo procurava fazer crer que o exército colonial era um instrumento da «paz» e da defesa de uma «civilização superior», a chamada «civilização ocidental». A cimeira do militarismo fica marcada pelo esforço da nova administração norte-americana para reorganizar a hierarquia imperialista e integrar totalmente no festim da morte estados como a Alemanha e a França que devido às suas próprias ambições e por se sentirem secundarizados por George Bush no saque iraquiano têm mostrado alguma desconfiança em alinhar até aos mais ínfimos pormenores em tudo o que Washington decide. Já o governo de Sócrates não hesitou em anunciar o reforço da participação militar de Portugal na ocupação do Afeganistão. Mas os povos sabem que de ovos de crocodilo não nascem pombas da paz. Só a derrota definitiva do sistema imperialista permitirá repor a dignidade e a soberania dos povos e acabar definitivamente com o pesadelo belicista e as cimeiras da morte."
A revolução é hoje!
domingo, abril 12, 2009
1º Encontro "No caminho da mudança"
Num ambiente comum a um encontro de comunistas:
Um colectivo composto por apoiantes CDU com idades compreêndidas entre os 20 e os 81 anos, com inquietações desde a poesia, passando pelo powerpoint, a estética, o jornalismo ou a música, sempre com a necessidade de denunciar, transmitiu-me a certeza que a revolução está em marcha.
(Foto de Susete Evaristo)
Começando num ambiente de interesse pela diversidade, fomos abrindo o apetite com música e vontade de crescer, fortalecendo o estômago com umas carnes na brasa, com o tal tempero da Palmira.
(Foto Susete Evaristo)
Confraternizando por reiterar a nossa convicção em que sim é possivel uma vida melhor, ficou patente a necessidade de partilhar essa certeza com o Povo do nosso País, seguros de que a alienação nos retira a capacidade de afirmação, mas que, mudar de rumo será a única forma de resgatarmos, emanciparmos, a condição humana que nos nega a direita.
(Foto Luis Reis)
Depois de uma conversa bastante esclarecedora, de intervenções que compartiam a vontade de aportar conhecimentos ao colectivo, chegou o momento de estructurar toda essa informação, contando com a arte do Samuel e o cheiro da revolução.
Na hora do até já, com o "Avante Camarada" de fundo, muitas foram as manifestações de convencimento de encontrarnos "No caminho da mudança".
Mar chão, há que remar!
A revolução é hoje!
quinta-feira, abril 09, 2009
quarta-feira, abril 08, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - IV
«Eles têm tudo o que precisam. Têm apoio medico, comida quente... Claro que o local onde estão é temporário, mas deviam encarar a situação como uma fim-de-semana de campismo», referiu, em entrevista."
Com esta tirada, o maior fascista na Europa, depois de Mussolini, o seu conterrâneo Berlusconi, mostra qual a real consideração da corja governante sobre o valor da vida humana. Assim mesmo, podemos também perspectivar qual o futuro que nos pretendem impôr, se continuar-mos neste imobilismo putrefacto.
Vamos saltar da linha, mudar de rumo!
A revolução é hoje!
Uma aproximação em 10 pasos - III
"O número de pedidos de potenciais clientes que estamos a receber está a aumentar a uma média de 10% por mês", revela Jonathan Breeze, administrador executivo da Jet Republic , uma companhia de jactos executivos recentemente criada com sede em Portugal.
"A Jet Republic concluiu que o cancelamento de rotas das maiores companhias aéreas está a afectar a organização das viagens dos altos executivos, "e muitos estão a recorrer a jactos privados devido à flexibilidade que os mesmos oferecem em termos da satisfação das suas necessidades individuais de viagem", acrescenta Jonathan Breeze.
De acordo com um estudo da Jet Republic , 15 das maiores transportadoras aéreas nacionais da Europa cancelaram um total de 132 rotas europeias, entre 25 de Março de 2008 e 29 de Março de 2009. Durante este período, as mesmas companhias lançaram apenas 59 novas rotas, o que significa um défice total de 73 rotas. Durante o último ano, as companhias aéreas europeias cancelaram 173 rotas para Londres, a mais alta taxa de cancelamento de todas as cidades da Europa, seguida pelas 91 rotas canceladas para Berlim e das 84 para Barcelona. "Embora as companhias aéreas tenham vindo a cancelar rotas, algumas também abriram novas, mas não a um ritmo suficiente para compensar a taxa de fecho. Por exemplo, das 15 companhias aéreas bandeira que analisámos, apenas quatro tinham aberto mais rotas do que fechado, no período dos últimos 12 meses. Esta tendência de fecho das rotas de aviação significa que aqueles que podem pagar para voar em jactos privados são cada vez mais, encarando-o como uma alternativa viável às companhias aéreas nacionais", referiu ainda responsável da Jet Republic ."
Com mais uma noticia que nos vem confirmar a clivagem social, o aumento do fosso entre ricos - cada vez menos - e remediados e pobres - uma população cada vez maior, encontro contudo que, ainda considerado o País mais pobre da Europa - seguramente por não aceitar as considerações capitalistas sobre a verdadeira riqueza, a Moldavia voltou a apostar pelo Comunismo. Um estado com metade da população do nosso País, é hoje, em plena Europa, capaz de prescindir dos poucos, mas efectivos, recursos do seu sub-solo e manter mais de 50% do seu povo dedicado à agricultura, garantindo assim a sua autonomia alimentar e mesmo com uma só saida para o mar, uma muito maior liberdade que aqueles que, parecendo livres, como nós, dependem da vontade do capitalismo imperialista sentado em casas-de-banho de 300m.
(depois de justificada a convicção de que sim é possivel uma vida melhor, sem deixar de pausar o reproductor)
É hora de mudar de rumo!
A revolução é hoje!
terça-feira, abril 07, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - II
Segundo o banco de capitais sul-africanos, o dinheiro será aplicado na expansão de empréstimos no comércio de consumíveis, produtos diversos e maquinaria, através de um crédito da Corporação Financeira Internacional (IFC), um organismo financeiro do Banco Mundial, escreve a Lusa.
A IFC assinou já um memorando com o Standard Bank, a primeira instituição financeira a juntar-se ao Programa Global de Liquidez e Comércio (GTLP), uma iniciativa anunciada na semana passada em Londres pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
O novo programa de financiamento do Banco Mundial começa a funcionar em Maio e tem um fundo de cinco biliões de dólares (3,7 biliões de euros), destinados a reverter a queda do comércio devido à crise financeira internacional."
(Depois desta anedota e de desligares o reproductor)
Este ano, podemos mudar de rumo!
A revolução é hoje!
segunda-feira, abril 06, 2009
Uma aproximação em 10 pasos - I
Respeitando o necessário relativismo, poderiamos incluso afirmar que o procedimento já está implementado, que a mesma politica de subjugação capitalista dos povos, o estado superior do capitalismo, é hoje uma realidade no nosso País, sabendo que, a dívida externa aumentou nos últimos anos além dos 97%, que os nossos recursos já não o são, que as nossas empresas se continuam entregando ao desbarato, que o povo está cada vez mais ciente da necessidade de mostrar subserviência e que esta passou a ser um valor em alça quando nos referimos a, por exemplo, processos de selecção profissional, ou que, os serviços públicos de compensação económica ou serviços à população vêm sendo gradualmente suprimidos.
Assim mesmo, permite baralhar possibilidades tais como, se esta "crise" se tornará perene, se de novo, e desta sem alcançar "propositadamente" uma recuperação, todos os meetings, summit's, etc. Não estarão apenas a servir para ir preparando o terreno para mais uma guerra mundial bastante mais destructiva que qualquer das anteriores, ou se, tal e como definiu o actual assessor militar de Obama quando servia Carter, 80% da população mundial se manterá entretida finando à nascença como exemplar da espécie.
(Depois de desligar o reproductor no fim da página)
Mas podemos mudar de rumo.
A revolução é hoje!
domingo, abril 05, 2009
sábado, abril 04, 2009
Proletários do mundo, uni-vos, vamos para a rua!
Este foi o preço que o fascismo pagou, com os impostos de todos o trabalhadores - esses aos quais se lhes retiram direitos dia sim, dia também - para, em Estrasburgo, reprimir, amordaçar, enclausurar, a voz do povo que prefere a paz, a cooperação e, fundamentalmente, o respeito pela diversidade nas necessidades concretas de cada realidade.
Hoje, às 19H, aqui em Madrid, veremos que medidas teremos que suportar, para transmitir, as outros trabalhadores, a necessidade de mudar de rumo!
A posição do povo na sua página: PCP
sexta-feira, abril 03, 2009
Reunião do G20 não dá resposta aos graves problemas com que o Mundo está confrontado
2 – É anunciada a disponibilização de somas astronómicas. Entretanto, a questão de fundo é para quê, para quem e com que orientação política. Pois como o revela o fracasso das chamadas medidas anti-crise, sem uma alteração das opções de fundo a aplicação de tais verbas por si só não resolverá os problemas económicos e sociais.
3 – A tão propalada reforma do sistema financeiro internacional resultou afinal num conjunto de medidas avulsas e de carácter cosmético.
Mantêm-se intocáveis e mesmo reforçadas as instituições centrais deste sistema cujas políticas são responsáveis pela actual crise, a começar pelo Fundo Monetário Internacional.
As questões de fundo da arquitectura financeira internacional que suporta a actual ordem económica mundial capitalista não são sequer afloradas, a começar pela manutenção da hegemonia do Dólar norte-americano.
É particularmente significativo que, confirmando a estratégia do “mudar o necessário para que tudo fique na mesma”, o G20 tenha acabado por decidir da manutenção dos off-shores/paraísos fiscais.
4 – Não são visíveis quaisquer medidas capazes de dar resposta aos gravíssimos problemas que se colocam no plano social, como o desemprego. Mesmo no plano do apoio ao desenvolvimento, as conclusões tornadas públicas apontam para as habituais promessas de ajuda – essencialmente de carácter assistencialista e acompanhadas de objectivos de dominação e exploração – ao mesmo tempo que se insiste na tentativa de imposição da liberalização do comércio mundial no interesse das grandes potências.
5 – Esta cimeira confirma a ideia, várias vezes afirmada pelo PCP, que só a luta dos trabalhadores e dos povos, só a ruptura com o actual sistema político e económico dominante podem pôr fim às crises como a que presentemente assola o mundo.
Salvêmos o capitalismo??
- que não fascizantes, considerando que a realidade apresenta, cada vez com maior tangibilidade, contornos fascistas insalváveis -
adquirem um papel básico na elaboração do novo paradigma imposto ao povo no contexto global.
Considerando a aportação anunciada pela UE, €850.000 milhões, assim como o número de habitantes da Europa a 27, 450 Milhões, resulta difícil explicar de onde surgirão €1888 por habitante/ano, ou €158 per capita/mês, para "salvar", durante mais uma temporada, esta economia de base esclavagista que nos vem retirando gradualmente direitos conquistados através da luta de várias gerações.
Contudo, mais grave se torna esta constatação de nos situarmos no contexto do nosso País, o qual, mesmo sem realizar uma aportação significativa, deve assumir o impacto de tal esforço financeiro Europeo, uma vez que é sócio dessa mesma, actualmente, mega-corporação.
Assim, sem deixar de recordar que, atendendo à inflação registada em Portugal durante 2008, o ordenado minimo para 2009 só foi realmente aumentado €12, que, a entrega de capitais públicos à banca supôs, só no caso BPP, uma diminuição das reservas nacionais na ordem dos €1.500 Milhões, €150 por habitante/ano, ou, €12,5 per capita/mês, a retirada de subsidio a metade da população desempregada - 250.000 Portugueses, o incremento das taxas moderadoras na saúde, o encarecimento do acesso ao ensino, através de mais um fascista business-plan como o tratado de Bolonha, a cada vez menor comparticipação do estado no preço dos medicamentos imprescindíveis, ou, o demagógico aumento das pensões, não podemos mais que antever um cenário ainda mais pauperizado, o acentuar da clivagem social, o aprofundar do fosso entre pobres e ricos, sem que estes últimos devam sequer contribuir fiscalmente para a compensar o seu lucro, quando nem sequer a sombra da ética se viu nesta cimeira, permanecendo inalterada a condição de paraiso fiscal de off-shores como o da Madeira.
Por tudo isto, nem a covardia de evitar aceitar as consequências das nossas decisões, nem o preconceito, nem o egoismo, poderão afastar a necessidade de consciencialização, a mesma que nos permitirá decidir mudar de rumo, acreditando que, agarrando o futuro pelas nossas mãos, sim é possivel uma vida melhor, basta querer.
A revolução é hoje!
quinta-feira, abril 02, 2009
De novo a dívida externa
Esta afirmação que tem toda a actualidade, foi produzida não por um marxista mas por Henri Lagardaire, dominicano e deputado na Constituinte Francesa de 1848.
Na verdade, para o forte, para o rico, para o senhor o que lhe interessa é não haver entraves, não haver regulamentos, não haver lei para que possa impor a sua força e exercer o seu domínio a seu bel prazer. A única lei que lhe interessa é a lei do mais forte. É nesse sentido que se pronunciam os defensores do livre-cambismo e da abertura dos mercados e que se manifestam as pressões, para cada vez maior desregulamentação, flexibilização e privatização das empresas estratégicas e serviços públicos. No nosso país e recorrendo a um aforismo popular podemos dizer que são as pressões da panela de ferro no embate com a panela de barro. Este é o pensamento neoliberal teorizado entre outros por Friedman e os boys de Chicago, na sua síntese: "é preciso libertar o mercado de todo o entrave para voltamos a ter "a idade do ouro" que conheceram as nações como os EUA e a Inglaterra no século XIX"! "As sociedades contemporâneas não sofrem dum excesso mas de falta de capitalismo". Que esta filosofia serve aos grandes e que impulsionou a construção europeia é uma evidência. Por isso nunca a concentração da riqueza foi tamanha. E é esta teoria que tem servido de guia aos países dominantes na União Europeia e que em Portugal tem orientado as políticas internas do bloco central, PSD/PS com ou sem CDS. Estas políticas, no quadro da adesão e da apreciação do Euro, da abertura total do mercado, das privatizações e da destruição do aparelho produtivo são responsáveis pelo agravamento dos graves problemas estruturais da economia portuguesa, reflectidas nos défices externos. Na verdade fala-se muito do défice orçamental e sacrifica-se o crescimento económico para o combater, mas fala-se muito pouco no gravíssimo défice externo - balança corrente e de capital - que espelha a debilidade do nosso aparelho produtivo. Este continuado e elevado défice, sobretudo nos últimos dez anos, tem vindo a ser coberto com o recurso à dívida externa. Para se ter uma ideia do agravamento atente-se que em 1996 o endividamento externo líquido representava apenas 10% do PIB. Hoje representa 81,3%.
1996
10,4
1997
18,5
1998
25,7
1999
31,5
2000
39,6
2001
47,4
2002
56,3
2004
64,8
2005
70,4
2006
79,4
2007
81,3
Na nossa última Conferência Económica tínhamos pela frente uma elevadíssima dívida externa, um garrote da economia portuguesa como então lhe chamámos. Hoje estamos confrontados com a mesma situação, e se não temos a pressão das divisas temos a agravante de que não dispomos dos instrumentos da política monetária e cambial restando-nos a política orçamental e mesmo esta limitada pelo espartilho do Pacto de Estabilidade. Face a este gravíssimo quadro quero sublinhar as seguintes observações.
1.ª) Esta dívida vai ser paga com a saída de capitais e está muito dependente do crescimento da economia e das exportações e/ou com a entrega de activos (empresas, acções, etc.).
2.ª) Ela agrava substancialmente a dependência do país com o exterior, é uma restrição ao desenvolvimento e, dado o seu volume, qualquer subida das taxas de juro traduz-se em montantes substanciais a sair do país.
3.ª) O persistente défice externo que está na origem da dívida não foi uma consequência de necessidades de investimento em bens transaccionáveis. Isto é não foi uma consequência de investimento dirigido para a substituição de importações ou para a produção de bens exportáveis, o que ajudaria no futuro a combater o défice e a saldar a dívida.
O persistente défice externo que está na origem da dívida não foi uma consequência de necessidades de investimento em bens transaccionáveis. Isto é não foi uma consequência de investimento dirigido para a substituição de importações ou para a produção de bens exportáveis, o que ajudaria no futuro a combater o défice e a saldar a dívida.
4.ª) Aqueles que atribuem o desequilíbrio das contas externas ao excesso de despesa verificada nos últimos dez anos ficam apenas pela superfície das coisas. Passam por cima da abertura do nosso mercado interno; das privatizações das empresas básicas e estratégicas e do seu progressivo domínio pelo capital estrangeiro; da destruição do aparelho produtivo e da implementação de grandes cadeias de distribuição internacionais levando cada vez mais à substituição da produção nacional pela estrangeira.
É por isso que qualquer aumento de despesa interna tem como consequência uma pressão sobre as importações. Esquecem também a quebra da competitividade das nossas exportações pela apreciação do euro. Apagam o facto de que à excepção do sector da pasta de papel, dos cimentos, da cortiça e pouco mais, as nossas exportações são feitas sobretudo por pequenas e médias empresas e que os grandes grupos nacionais há muito deixaram de investir nas actividades produtivas. Preferem as altas taxas de rentabilidade das actividades imobiliárias, financeiras, de intermediação e especulativas. É por isso que os lucros da banca e dos grandes grupos sobem exponencialmente e o país definha e empobrece. Fomos ultrapassados pela Grécia, depois pela República Checa, depois por Malta e agora até pela Estónia. 5.ª e última observação: aqueles que se deslumbram com o novo Quadro Comunitário de Apoio (QREN) e nos dizem que vamos receber 10 milhões em média por dia, há que lembrar-lhes que sendo uma verba importante é uma muito insuficiente compensação pela abertura do nosso mercado e domínio do estrangeiro. Vão entrar 10 milhões de euros por dia, mas só de Janeiro a Agosto saíram de lucros do investimento estrangeiro 7 milhões por dia e para pagar o endividamento externo líquido 51 milhões de euros dia! É obra! Hoje confrontados com a questão da dívida os seus responsáveis levantam desde logo a questão real da produtividade e da competitividade, esta agravada pela valorização do euro e recorrem à habitual mistificação ideológica em torno destes conceitos procurando, como se diz no Texto da nossa Conferência "uma sequência lógica - salário - produtividade - competitividade, como se houvesse uma sequência simples, relação causa/efeito, na esfera tão complexa da produção económica, olhando para o salário como um mero custo microeconómico". Para aumentar a produtividade e através dela a competitividade as respostas destes não vão para a melhoria de organização, para a melhoria da qualidade dos produtos, para a modernização tecnológica mas quase sempre para o estafado eufemismo da moderação salarial. Outros são mais explícitos. Um economista do MIT, Olivier Blanchard, preconizou uma diminuição de 20% nos salários e Fernando Ulrich, chegou a defender os 15%, num país com os níveis de rendimento e de pobreza conhecidos!
Seria interessante que todos estes revelassem os seus rendimentos e respectivos patrimónios. O combate à dívida externa exige uma outra política, uma política de desenvolvimento que defenda a nossa produção, que valorize o trabalho, que combata a financeirização da economia, que melhore o nosso perfil de especialização e dê resposta aos défices agro-alimentar, energético e tecnológico. E também uma postura do Banco de Portugal e do governo de firmeza e não de subserviência em relação ao Banco Central Europeu e à sua política de estrangulamento das economias mais débeis em nome da apreciação do Euro. Mas a grande medida para o combate aos défices está no desenvolvimento da luta de massas para que se derrote esta política e se imponha uma nova orientação ao serviço do povo e de Portugal.
Do Comité Central do PCP. Intervenção na Conferência Nacional do PCP sobre Questões Económicas e Sociais.