"Aproveitando a boleia da apresentação do Orçamento do Estado para 2009, o Governo de José Sócrates lançou esta semana aos ares eleitorais do País nova mão-cheia de prebendas. Diligentes, os jornais, televisões e noticiários «de referência» trombetearam devidamente a coisa e o Diário de Notícias cortou a direito no escalracho propagandístico atroando, a toda a largura da primeira página, que «Governo dá mais 100 milhões para creches, lares e ATL». Cem milhões é um número redondo e, atirado isoladamente à cara dos portugueses, até parecerá muito, que será o que interessa.O diabo são os pormenores...Lendo a notícia, sabe-se, por um lado, que «o Governo vai reforçar, no próximo ano, em 10% as transferências sociais do Estado» para as famílias e familiares que «usufruem dos equipamentos sociais – lares, centros de dia, creches, ATL» e, mais adiante, amiuda-se que o Orçamento para 2009 «prevê uma verba de 1100 milhões de euros – mais 100 milhões do que este ano – que serão entregues às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que gerem os equipamentos sociais».Afinal, os 100 milhões de euros não são propriamente para as famílias e familiares que «usufruem dos equipamentos sociais»: vão directos para os cofres das IPSS – ou seja da Santa Casa da Misericórdia -, que vêem assim acrescentados em cem milhões de euros os balúrdios que já recebem (mil milhões só este ano) para fazerem negócio com as assistências sociais que deviam ser assumidas directamente pelo Estado.Em suma, os tais 100 milhões que o DN euforicamente titula como sendo dados pelo Governo às creches, lares e ATL vão, afinal, inteirinhos para as contas e os negócios da Santa Casa da Misericórdia, a única que o Executivo de Sócrates continua a engordar em nome do «combate à crise».Será que esta gente – do Governo aos jornais e correlativos que o propagandeiam – tomam o País inteiro por parvo?Mas as prebendas não se ficam por aqui. Também se informa que «ainda na área social, o Governo vai travar o aumento da factura fiscal dos reformados».Não se percebe como, nem quanto nem quando, mas não importa. Não há-de ser diferente do aumento das pensões de todos idosos para um mínimo de 400 euros, anunciado há mais de um ano pelo próprio Sócrates e de que ainda hoje a maioria continua à espera, nem muito distante dos impostos aplicados aos reformados para tornar «mais equitativa» a política fiscal que, entretanto, continua sem beliscar os lucros obscenos dos tubarões da economia nacional.Para arrematar, as notícias também fazem eco de que «está previsto um corte significativo na colecta mínima anual de impostos sobre as empresas (pagamentos especiais por conta)», o que, traduzido por miúdos, significará apenas a redução dos pagamentos adiantados de impostos que estes «especiais por conta» impuseram, o que não diminui, altera ou evita a cobrança no ano seguinte do que foi eventualmente «cortado».Tudo somado dá cem milhões de euros «dados» às IPSS tendo os probrezinhos como pretexto, mais umas promessas de «descontos» nos impostos a reformados e pequenas empresas. É bem pouco para tanto foguetório, convenhamos.Os 20 mil milhões de euros, dados de bandeja aos bancos, são uma «dádiva» bem maior do Governo de Sócrates e nem ele nem os seus megafones se gabam disso. Será por vergonha?!..."
Por outra parte:
"Psiquiatra de Coimbra alerta para o perigo de uma sociedade 'light'
Mais de 60% dos utentes dos centros de saúde analisados num estudo do Observatório Nacional de Saúde foram considerados dependentes de, pelo menos, um medicamento do foro psiquiátrico. Os tranquilizantes (benzodiazepinas) foram os psicofármacos (indicados para a ansiedade, para dormir ou para a depressão) mais vezes prescritos aos utentes. Estes números espelham vidas. Pessoas. Gente que suporta diferentes níveis de desequilíbrios. Segundo o psiquiatra João Redondo, de uma das unidades do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, "há vários olhares sobre o uso dos fármacos", na qual, em seu entender, "não se pode esquecer que o medicamento alivia o sofrimento imediato". Mas a prescrição deve, também, diz o psiquiatra, "ser acompanhada por um psicoterapeuta"."
Mais de 60% dos utentes dos centros de saúde analisados num estudo do Observatório Nacional de Saúde foram considerados dependentes de, pelo menos, um medicamento do foro psiquiátrico. Os tranquilizantes (benzodiazepinas) foram os psicofármacos (indicados para a ansiedade, para dormir ou para a depressão) mais vezes prescritos aos utentes. Estes números espelham vidas. Pessoas. Gente que suporta diferentes níveis de desequilíbrios. Segundo o psiquiatra João Redondo, de uma das unidades do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, "há vários olhares sobre o uso dos fármacos", na qual, em seu entender, "não se pode esquecer que o medicamento alivia o sofrimento imediato". Mas a prescrição deve, também, diz o psiquiatra, "ser acompanhada por um psicoterapeuta"."
13 comentários:
CRN
Várias coisas importantes, se por um lado a denuncia da máquina eleitoralista a posicionar-se com demagogia para os actos Eleitorais de 2009, por outro a sombria verdade do estado de espirito dos Portugueses.
O mais importante seria acordarem desta letargia e verem que como canta Sérgio Godinho o “Rei vai nú”
"Não sei de imagem que o tempo não destrua
Não sei de ti se atravessas a rua
Vem ter comigo sempre que for preciso
Fala com a voz, fala com choro, fala com riso, diz o que é preciso
Viva quem vive com a cabeça aperrada
Dispara a bala contra o medo apontada
Viva quem luta com a cabeça ao contrário
P'ra ver também um pouco do lado do adversário, do lado contrário
E viva o dia em que já não precisas de reis nem gurus nem frases chave nem divisas
O dia em que já não precisas de reis nem papás nem profetas nem profetizas
Hei, hei, que é do rei? o rei foi-se, o rei vai nú
Hei, hei, viva eu, viva tu
Hei, hei, que é do rei? o rei foi-se, o rei vai nú
Hei, hei, viva eu, viva tu
Não sei de imagem que o amor não persiga
Não sei de ti se não fores minha amiga
Faz o que queres, que se queres é preciso
Faz o melhor, fá-lo com a loucura e com juízo, faz o que é preciso
Viva quem muda sem ter medo do escuro
o desconhecido é o irmão do futuro
Viva quem ama com coração aos saltos
E mesmo assim vence os seus altos e baixos, e altos e seus sobressaltos
E viva o dia em que já não precisas de reis nem gurus nem frases chave nem divisas
O dia em que já não precisas de reis nem papás nem profetas nem profetizas
Hei, hei, que é do rei? o rei foi-se, o rei vai nú
Hei, hei, viva eu, viva tu
Hei, hei, que é do rei? o rei foi-se, o rei vai nú
Hei, hei, viva eu, viva tu
Não sei de imagem que o tempo não destrua
Não sei de ti se atravessas a rua
Vem ter comigo sempre que for preciso
Fala com a voz, fala com choro, fala com riso, diz o que é preciso
Viva quem vive com a cabeça aperrada
Dispara a bala contra o medo apontada
Viva quem luta com a cabeça ao contrário
P'ra ver também um pouco do lado do adversário, do lado contrário
E viva o dia em que já não precisas de reis nem gurus nem frases chave nem divisas
O dia em que já não precisas de reis nem papás nem profetas nem profetizas
Hei, hei, que é do rei? o rei foi-se, o rei vai nú
Hei, hei, viva eu, viva tu
Hei, hei, que é do rei? o rei foi-se, o rei vai nú
Hei, hei, viva eu, viva tu
Hei, hei, que é do rei? o rei foi-se, o rei vai nú
Hei, hei, viva eu, viva tu... "
beijos
Ana,
Alguns médicos ajudam a manter o povo mansinho, adormecem-nos com droga e a corja, essa, já nem rouba devagar, devagarinho.
A revolução é hoje!
Isto começa a estar por pouco!... Vai sendo tempo de retirar as luvas.
Ouss
Sensei,
Cada vez mais ruidosa, a voz dos descontentes, a necessidade coesão, é hoje, uma realidade!
Epá, este país merece uma verdadeira mudança e é já!
Abraço
É eleitoralismo puro. Anunciam-se grandes medidas e depois vai se ver mais detalhadamente e é quase nada.
Só queria fazer-te uma correcçãozinha. Os vinte mil milhões em Portugal não foram dados nem injectados. É uma garantia do Estado. A qual vai ser cobrada uma taxa se algum banco a utilizar. Se o Estado como fiador tiver que entrar efectivamente com dinheiro o banco terá que pagar o empréstimo com juros, em caso de incumprimento o Estado toma o banco, nacionalizando-o.
Mas isto, é apenas jogo psicológico. Por exemplo a garantia que o Estado dá de 100.000€ para os depósitos é para as pessoas não acorrerem em massa a levantar o seu dinheiro, pois aí, é que era o colapso.
O pior ainda está para vir. Prevê-se que em 2009 irá surgir uma nova vaga. Nessa altura alguns Estados já não terão arcaboiço para a suster. Com o brutal desemprego que daí resultará fruto das falências das empresas. Nessa altura o melhor, para quem puder, é correr ao supermercado comprar o máximo de água e alimentos que tenham prazos de validade alargados, como p.ex.: atum em conserva, mexilhões de escabeche, polvo à lagareiro, salsichas de lata, cavala. Tudo em lata e com validade prá ai de 4 anos no mínimo.
Abraço,
Zorze
P.S.: E também frutas enlatadas, para uma melhor nutrição.
Ludo,
Necessita, necessita uma mudança já!
A revolução é hoje!
Zorze,
Ao assumir vinte mil milhões, se os beneficiarios perderem a solvência e estes se tiverem que fazer efectivos, se as carteiras, que provocaram essa quebra, forem más, quem vai assumir as perdas?
Nacionalizar um buraco é o mesmo que assumir as perdas com o nosso dinheiro, para avalar - como tu sabes - deve considerar-se a exposição, da mesma forma, que beneficio se consegue sobre esse colateral?
Para que serve esse aval? Para que a banca continue individando-se, pagando juros a terceiros e compensado-os com os juros que cobrará aos clientes? Que efeito terá crise da economia real sobre a dinâmica da economia financeira?
O risco não deve ser assumido investimento? Não foi essa a razão base deste colapso?
A revolução é hoje!
A base do colapso, teve origem (que penso programada e muito bem delineada por elites que agora não vale a pena trazer até aqui) em fundo hipotecários de risco do mercado norte-americano. Como nessa zona do planeta não existem leis sociais, houve bancos que emprestavam para a compra de casa sem garantias reais, juntando que sobre-avaliavam os imóveis para aumentarem a carga de crédito, quando o endividado não pagava, diziam-lhe, andor. E em três tempos era despejado. Esse negócio altamente rentável e que foi crescendo a uma velocidade gananciosa, foram criando fundos com base nesse tipo de negócio. Fundos que foram vendidos no mundo inteiro, até Estados os compraram, completamente ludibriados com a sua aparente rentabilidade. Por isso se deixaram cair bancos e outros não. Aqui entra a diplomacia política. Por exemplo o Estado Chinês tinha investido quantias enormes de dinheiro em determinados bancos. O Lehman Brothers como não tinha clientes "perigosos" deixaram morrer.
Isto do dinheiro tem nuances do arco-da-velha. É uma vergonha, mas, o pior ainda está para vir. Pode ser que aí se mude o paradigma da organização das sociedades.
Abraço,
Zorze
Zorze,
A Lehman tinha como clientes, por exemplo, o estado español, através das suas caixas. Por outra parte, só o BBVA tinha uma exposição de 100.000.000€, o Santander, e, indirectamente o Totta, estavam na mesma situação, entre o New york bank mellon e o Citigroup, falamos de 150.000.000€, depois mais 1.000.000€ em dois japoneses, os Aozora e o Mizuho, outros 1.000.000€ entre a Dexia e a Fortis, já para não falar nos BNP Paribas, Lloyds Bank, Shinsei Bank y el Sumitomo Mitsubishi Banking, assim, a questão pode não ser tão simples.
A revolução é hoje!
"depois mais 1.000.000€ em dois japoneses, os Aozora e o Mizuho, outros 1.000.000€ entre a Dexia e a Fortis"
Deve ler-se:
depois mais 1.000.000.000€ em dois japoneses, os Aozora e o Mizuho, outros 1.000.000.000€ entre a Dexia e a Fortis
Mas esses não faziam moça séria em termos diplomáticos reais, só económicos.
Abraço,
Zorze
Zorze,
Factos.
A revolução é hoje!
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