(...) Engels só se tornou socialista em Inglaterra. Em Manchester pôs-se em contacto com os militantes do movimento operário inglês de então e começou a escrever para as publicações socialistas inglesas. Em 1844, ao passar por Paris de regresso à Alemanha conheceu Marx, com quem se correspondia já há algum tempo, e que se tinha igualmente tornado socialista durante a sua estada em Paris, sob a influência dos socialistas franceses e da vida em França. Foi aí que os dois amigos escreveram em conjunto A Sagrada Família ou Crítica da «Crítica Crítica». Este livro, escrito na sua maior parte por Marx, e saído um ano antes de A Situação da Classe Operária em Inglaterra, contém as bases do socialismo materialista revolucionário de que atrás expusemos as ideias essenciais. A Sagrada Família é uma denominação jocosa dada a dois filósofos, os irmãos Bauer, e aos seus discípulos. Estes senhores pregavam uma crítica que se colocava acima de toda a realidade, acima dos partidos e da política, repudiava toda a actividade prática e limitava-se a contemplar «criticamente» o mundo circundante e os acontecimentos que nele se produziam. Os senhores Bauer qualificavam desdenhosamente o proletariado de massa desprovida de espírito crítico. Marx e Engels opuseram-se categoricamente a esta tendência absurda e nefasta. Em nome da verdadeira personalidade humana, do operário espezinhado pelas classes dominantes e pelo Estado, Marx e Engels exigiam não uma atitude contemplativa, mas a luta por uma melhor ordem social. Era, evidentemente, no proletariado que eles viam a força capaz de travar esta luta e directamente interessada em fazê-la triunfar. Já antes do aparecimento de A Sagrada Família, Engels tinha publicado na revista Anais Franco-Alemães editada por Marx e Ruge o seu Estudo Crítico sobre a Economia Política em que analisava, de um ponto de vista socialista, os fenómenos essenciais do regime económico contemporâneo como consequências inevitáveis da dominação da propriedade privada. As suas relações com Engels contribuíram incontestavelmente para que Marx se decidisse a ocupar-se do estudo da economia política, ciência em que os seus trabalhos iriam operar uma verdadeira revolução.(...)
A revolução é hoje!
sábado, fevereiro 28, 2009
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4 comentários:
Mais de um século decorreu e, não obstante, continua inteiramente actual esta avaliação leninista do papel de transformação revolucionária atribuído à classe operária. Que, sabemos bem, não constitui nenhum desígnio divino, mas antes é consequência das características próprias desta classe e do papel que desempenha no processo produtivo.
É sempre bom e muito útil "regressarmos" a Lenine.
Abraço.
Mário
O capitalismo, já admite, discutir Marx, e muitos papaguaios da nossa praça que até há pouco tempo diziam que(se Marx ainda existisse não seria Marxista, esses viraram topeiras.
Abraço camarada
Filipe,
é importante nunca prescindirmos de Lenine.
Abraço
A revolução é hoje!
José,
Pouco credenciados que os escutemos sobre Marx.
A revolução é hoje!
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