domingo, agosto 02, 2009

Acesso a Tróia condicionado

Só unidos poderemos evitar o roubo do nosso País, só unidos expulsaremos a corja que prescinde da constituição de Abril.
Depois de receber por email, em Espanha, uma oferta promocional para visitar um complexo em Tróia, uma urbanização na qual se pagavam os "T2" por seiscentos mil euros, pus-me a imaginar o que hoje, uma vez mais através do "Avante!", se constata como realidade, como Portugal e o património de todos nós, se vende ao capital.

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A Sonae quer... O governo obedece

O PCP considera inaceitável o que se passa com a travessia fluvial do Sado entre Setúbal e Tróia. Em comunicado da Comissão Concelhia de Setúbal, de 19 de Julho, distribuído massivamente aos utentes dos barcos, os comunistas denunciam o aumento brutal dos preços daquele transporte: as viaturas ligeiras, pelas quais se pagava 5,70 euros, custam agora 9,50 euros; a tarifa dos passageiros aumentou de 1,30 para 2 euros. Ou seja, uma família de quatro pessoas, sem qualquer viatura, tem que pagar 16 euros para ir à praia. E só para passar o rio. Também as bicicletas, que antes não eram cobradas, passaram a sê-lo. A tudo isto acresce o facto de a localização do terminal do barco, em Tróia, ter sido alterada, passando para junto da base militar. O novo terminal, denuncia o PCP, dista cerca de quatro quilómetros e meio da praia, o que obriga os utentes a uma de duas soluções: ou levar viatura própria ou utilizar um autocarro, com o consequente aumento de custos. O novo trajecto fluvial tem também elevadas consequências ambientais, realçam os comunistas: não só a distância percorrida pelos barcos duplica, como no seu trajecto atravessam as zonas de alimentação e reprodução dos roazes, pondo em risco a sobrevivência desta comunidade de golfinhos no Sado, única no País.Na opinião dos comunistas, por trás destas alterações está a intenção da Sonae, proprietária do Tróia Resort, de «impedir o acesso a Tróia por parte daqueles que durante anos foram os seus utilizadores, as populações da península e do concelho de Setúbal». O objectivo do grupo de Belmiro de Azevedo será tornar «um recurso que é de todos num local privado e reservado às elites». Os comunistas lembram ainda que, ao contrário do que a Sonae se tinha comprometido, ainda não está em funcionamento o antigo ferry-boat que permitia o acesso directo às praias. Se é este o objectivo da Sonae, o que parece cada vez mais claro, não é menos grave, para o PCP, a conivência do Governo em todo este processo, permitindo o aumento dos preços da travessia fluvial e nada fazendo para que seja reposto o antigo trajecto. O PCP, que desde sempre manifestou as suas preocupações acerca da instalação do complexo turístico Tróia Resort¸ reafirma, no comunicado distribuído, as suas dúvidas acerca da legalidade das operações urbanísticas. Que se avolumam, garante, quando é a «própria promotora do empreendimento a anunciar que grande parte das construções se encontram implantadas sobre sistemas dunares e areias não consolidadas». Bem como em zonas balneares que eram, há poucos anos, de livre utilização e circulação públicas.

2 comentários:

J.S. Teixeira disse...

E este é apenas um pequeno exemplo daquilo que estará para vir. Tenho saudades de ir passear a Tróia e comer um bom peixe grelhado na Comporta.

Agora, para além das privatizações das empresas assistimos também à privatização de terras e alienação dos habitantes dessas zonas.

Há que lutar!

CRN disse...

Teixeira,

Não só dos habitantes dessas zonas senão de todo o povo Português.
Além de um licenciamento irregular, da entrega à sonae da parcela pública proporcional à área construida, dificultam o acesso à península e eliminam meios de transporte públicos.

Manifestação, ontem já era tarde!