domingo, janeiro 16, 2005

Meu grande Portugal.

Soldado que perdeu braço diz que se sente abandonado pelos EUA

Mais um caso de desrespeito com os seus cidadãos por parte do governo de George W. Bush veio à tona nesta semana. O Pentágono confiscou o último pagamento do salário de um soldado norte-americano que perdeu um braço no Iraque e o Exército ainda lhe reclama uma dívida de cerca de 2.000 dólares. A informação é do jornal Times Herald-Recorde.

O diário de Middleton (Nova York) indicou em sua página de Internet que Robert Loria, de 27 anos, do Batalhão 588 de Engenheiros, perdeu o braço esquerdo em uma emboscada em fevereiro quando sua unidade se dirigia a Baquba, 64 quilômetros ao norte de Bagdá.

Loria foi transferido ao centro médico militar Walter Reed, em Washington, e depois de sua recuperação foi enviado à base de Fort Hood (Texas). O soldado se queixou da lentidão com a qual recebeu alta e disse ao jornal que inclusive agora "se aproxima do Natal e não tenho como regressar para casa". Acrescentou que completou todos os trâmites de rigor para cobrar seu último cheque de 4.486 dólares, mas as autoridades lhe indicaram que a soma que lhe cabe, de fato, é muito menor, após serem descontadas as despesas médicas, o valor do equipamento perdido e os impostos.

O registro de pagamentos das autoridades mostra que Loria recebeu "erroneamente" pouco mais de 2.408 dólares quando já tinha regressado aos EUA e foi transferido ao centro médico militar. Ao soldado foi enviado depois uma cobrança de outros 2.204 dólares por despesas de viagem desde Fort Hood até o centro médico de Walter Reed para se submeter a visitas médicas porque, aparentemente, as autoridades não receberam os formulários necessários.

Junto a outras despesas por equipes perdidas e a cobrança de impostos, Loria devia ao Pentágono pouco mais de 6.255 dólares, dos quais as autoridades descontaram seu último pagamento e agora o soldado ainda deve perto de 1.769 dólares. "Isto destrói os nervos, porque depois de tudo o que fiz, sinto que estão me abandonando. É como se me dissessem que agora que já cumpri minhas tarefas, já não lhes sirvo", declarou Loria ao jornal nova-iorquino.

Democratas ajudam soldado

Três legisladores democratas dos EUA sensibilizaram-se com o caso e intervieram na sexta-feira (11), em favor do soldado.

Os senadores Hillary Clinton e Charles Schumer e o representante Maurice Hinchey saíram em socorro de Loria e o Exército decidiu retirar suas exigências e permitiu que o soldado retorne de férias para sua casa, antes de receber alta definitiva.

Uma porta-voz da senadora de Nova York disse estar sendo estudado o caso de outros 19 soldados que teriam sofrido um problema semelhante.

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