terça-feira, novembro 04, 2008

O SOCIALISMO É A ÚNICA ALTERNATIVA

A actual crise do sistema capitalista foi tema em debate na reunião do Comité Central do PCP.
Considerando que estamos perante uma forte e profunda crise estrutural e sistémica – porventura a mais forte e profunda de toda a longa história do capitalismo – crise que, expressando as contradições e limites históricos deste modo de produção, configura uma situação nova em múltiplos aspectos, o CC analisou as causas da crise e as suas previsíveis consequências para os trabalhadores e os povos, e definiu caminhos de luta dos comunistas portugueses face à situação.
Na realidade, as causas essenciais da crise encontram-se no próprio capitalismo, na sua natureza, nas suas características intrínsecas.
Que assim é confirmam-no os seus defensores e propagandistas, recorrendo, por um lado, às medidas de emergência típicas nestas situações e, por outro lado, a argumentos pretensamente explicativos, como os «excessos», a «ganância» ou outros fenómenos que estão na essência do sistema. Num caso e noutro tendo como objectivo absolver e salvar o único e verdadeiro culpado da crise: o sistema capitalista.
As medidas avançadas pelas grande potências capitalistas (EUA, Japão e União Europeia) para enfrentar a crise têm, naturalmente, como objectivo principal e primeiro salvaguardar o sistema capitalista – e, por isso mesmo e porque vão ao encontro das necessidades do grande capital, são desde logo medidas geradoras não apenas de novas crises mas também da acentuação do carácter explorador e opressor do capitalismo.
Por outro lado, mostra a experiência histórica que crises com as características da actual podem ter desenvolvimentos conducentes ao destapar de graves fenómenos sociais e políticos, como o racismo, a xenofobia, autoritarismos de diverso tipo – para além da acentuação do anticomunismo, que é sempre a espinha dorsal da ofensiva ideológica capitalista.

Na verdade, as consequências – graves, gravíssimas – da crise vêm aí. E incidirão, como sempre acontece, em quem trabalha e vive do seu trabalho. A mais do que previsível recessão económica à escala mundial, acompanhada do inevitável aumento do desemprego e do agravamento das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores, poderão vir a atingir, a curto prazo, proporções dramáticas.
Porque o capitalismo é assim: em tempo de não-crise, ele manifesta todos os dias a sua essência exploradora, opressora, destruidora; em tempo de crise exposta, essa essência acentua-se e atinge graus extremos de gravidade: ao processo de exploração normal, suceder-se-á um processo de exploração de emergência, no qual o objectivo de superar a crise se sobrepõe a tudo e para o êxito do qual vigora o recurso ao vale-tudo em todos os aspectos e em todos os campos.
Como sublinha o CC, cabe à classe operária, aos trabalhadores e aos povos, aos partidos comunistas e revolucionários e a outras forças progressistas e anti-imperialistas, lutar para prevenir e travar todo e qualquer desenvolvimento negativo, exigindo melhores condições de vida, democracia, cooperação e paz entre os povos – com a consciência de que a actual crise, ao mesmo tempo que evidencia os limites históricos do capitalismo e o seu carácter explorador, opressor e criminoso, confirma a validade e a actualidade das teses fundamentais do marxismo-leninismo sobre o capitalismo, o seu desenvolvimento e o seu futuro.

Analisando a situação nacional, o CC alerta para o seu agravamento - anterior ao desenvolvimento da crise – e sublinha que esse agravamento radica na política de direita com as suas incidências gravosas, designadamente nos planos económico e social – uma política que, porque serve os interesses do capitalismo, é igual à política que levou ao deflagrar da crise nos EUA e à sua irradiação pelo mundo.
Começando por negar e ignorar a crise; desvalorizando-a após o seu eclodir; ocultando, depois, as suas previsíveis consequências, o Governo de Sócrates, funcionando cada vez mais como um conselho de administração dos interesses do grande capital, aparece agora a desresponsabilizar-se pelas dificuldades por que passam os portugueses, ao mesmo tempo que, sem vergonha, finge distanciar-se do neoliberalismo, finge criticar o «Estado mínimo» e a «especulação bolsista» - sem alterar em nada a natureza de classe da sua política, como o comprovam a garantia de 20 mil milhões de euros ao capital financeiro, a insistência nas alterações para pior do Código do Trabalho e nas privatizações e as direcções essenciais apontadas na sua proposta de Orçamento do Estado para 2009.
Assim, o CC adianta a proposta e a exigência, ao Governo, de um conjunto de medidas essenciais, indispensáveis para o combate imediato às consequências da crise – e, aos trabalhadores, a proposta de luta indispensável para a concretização dessas medidas.

Não sendo, obviamente, o fim do capitalismo – longe disso, infelizmente – a crise actual sinaliza exemplarmente a inevitabilidade desse fim.
Da mesma forma que confirma, inequivocamente, que existe uma alternativa real a este sistema explorador, opressor e criminoso e que essa alternativa de fundo – o socialismo – se apresenta cada vez mais necessária e premente.
E porque o PCP é o portador incontestável dessa alternativa, assume particular pertinência e actualidade a acção em curso em torno da palavra de ordem «É tempo de lutar. É tempo de mudar – mais força ao PCP».
O desenvolvimento e a intensificação da luta de massas apresentam-se como a resposta necessária à situação actual – na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e do povo e tendo como objectivo imediato a ruptura com a política de direita e a implementação de uma política de esquerda.

10 comentários:

Ana Camarra disse...

CRN

Não tenho dúvidas que o Socialismo é a única via capaz de garantir justiça social, uma sociedade mais justa e fraterna.
Se dúvidas existissem existem para muitos, é ver o estado em que estamos como este modelo caduco já se come a si próprio.
Estas medidas parecem pensos rápidos a tentar estancar uma jugular aberta, não vão conseguir.
No entretanto a factura é paga pelos do costume, que é bom que abram os olhos e que vejam a realidade á sua volta, como tinhas dois textos atrás desde 1996 que o nivél de pobreza se mantém, sintomático, não?!

beijos

Anónimo disse...

Ana,
Mais que manter-se, aumenta, com estes capatazes do capitalismo só tende a piorar, é tempo de lutar, é tempo mudar!
Como diz um camarada de luta, José Casanova: "Chove, agora, uma chuva miudinha, embora contínua. O vento, depois do temporal que durante a noite assolou o Tejo, amainou e sopra fraco. As gaivotas serenaram, pairam sobre o rio, soltam os seus gritos de tempo de bonança, fazem voos picados como se fossem mergulhar e elevam-se, roçando as águas, amiúde com peixes presos nos bicos.
Simão espera-a junto à Torre, abrigado no seu guarda-chuva grande, acompanhando os movimentos das gaivotas, agora voltando-se, vendo-a, dirigindo-se-lhe em passo acelerado, quase a correr, a correr, no rosto um sorriso feliz. Pega-lhe nas mãos, segurando o guarda-chuva com o pescoço e o ombro: Ainda bem que vieste — murmura. Depois tira-lhe a sombrinha, devolve-lha fechada, ficam os dois sob o guarda-chuva, repete: Ainda bem que vieste."
A revolução é hoje!

Anónimo disse...

camarada CRN.... Que se passa .....fiquei abismado e ate assustado,...tiraste o Sensei ea Ana da tua lista de blogs ? que se passa camarada ? não deu para eu entender.
Abraço

Anónimo disse...

Mugabe,
trata-se de uma questão de dar espaço a mais bloguers, a Ana e o Sensei, como poderás observar no incio da lista, fazem parte do "Cheira-me a revolução", dessa forma sintetizo o passeio.

A revolução é hoje!

Anónimo disse...

O Socialismo é mesmo a única Alternativa. A intensificação da luta de massas, o caminho certo!
Abraço

Ana Camarra disse...

CRN

Desculpa usar o espaço para falar com o Mugabe.

Mugabe se olhares com atenção, já cá não estou eu, nem o Sensei, nem o Zorze, nem o Momentos e Documentos do Ludo Rex, porque estamos todos no Cheira-me a Revolução!
Tu também és muito assustadiço, isto não é nenhuma obrigação andarmos com os blogues uns dos outros pendurados amigo!

Beijos

Anónimo disse...

Ludo,
Essa é a nossa intenção, intensificar a luta.

A revolução é hoje!

Anónimo disse...

Ana,
Já sabes que estás em casa!

A revolução é hoje!

Anónimo disse...

CRN
Contra todos os meios de comunicação capitalistas é preciso aumentar a votação no PCP/CDU, é preciso que aspessoas saibam que, a melhor maneira de verem defendidos os seus direitos, ´conciste em aumentar a votação no PCP/CDU.
Existe muita gente a quem basta uma palavra para que vote em nós, as pessoas pricisam saber qual o Partido que representa os seus interesses.
Abraço

Mário Pinto disse...

Camarada Manangão,
Não tenho dúvidas nesse aspecto, como tu, sabemos que o Partido Comunista Português é, exemplarmente também no âmbito internacional, uma das únicas organizações que defendem, com preocupação fundamental, o povo, os trabalhadores, em suma, a ética.

A revolução é hoje!