No terminus desta mini-serie, antes porém de concluir, não quero deixar passar a tentativa de - como já é hábito neste esbirro da CIA e do império Rokefeller - manipulação.
Nesse sentido passo a explicar-me:
Como todos sabemos, da mesma forma que outros que não encontraram escadas para a sua ambição, Soares, filho do proprietário de um centro de formação académica do regime, o "Colégio Moderno" (no qual leccionou Alvaro Cunhal durante um curto período, tendo sido assim mesmo professor de Soares, como de muitos outros que esclareceu ao ponto de se tornarem homens livres), também pertenceu ao Partido Comunista Português, tendo sido arredado 1947, devido à sua tendência de informador, sobre a qual nos debruçaremos mais adiante.
Depois de terminar o seu curso de direito, numa inusitada filtração sobre um escandalo sexual de membros do estado novo (podemos imaginar quem passou a informação ao dito), no qual apareciam nomes como o do, então, ministro da economia, José Gonçalo Correia de Oliveira, Soares, em "conversa" com o jornalista do "Sunday Telegraph" Richard O'brian, alvitrou o nome de "Ballet Rose", pelo qual foi detido durante 3 meses, tudo isto sabendo do aviso de Kennedy, através de Nehru, em 1961.
Poucos meses depois, já em 68, este indivíduo sentou residência em São Tomé e Príncipe, interim no qual veio a conhecer a jornalista norte-americana; agente da CIA, Marvine Howe, a qual reportava para os estados unidos a seu favor.
Sendo curiosamente amnistiado depois da assumpção do poder por Marcelo Caetano, Soares, que começava a ocupar o posto que se preparava para ser mais tarde o de Sá Carneiro, em 69 não consegue ser eleito para a assembleia nacional, como membro do CEUD, ao não obter votos suficientes mesmo com o apoio de Marcelo influenciado por um homem forte da ditadura, Melo e Castro, e, por servir de elo de ligação com a maçonaria francesa, através de Ramón La Feria. Encostando-se desta vez, e definitivamente, à CIA e a Willy Brandt.
Não entrando a adjetivá-lo de "Titista", nem sequer a aprofundar sobre a "boa vontade" de Lyon de Castro - também interveniente nestes capítulos - em publicar os livros de Vital Moreira e Zita Seabra (estranhamente esses 2 elementos), quero, contudo, desmentir o verme, quando este afirma que Bento Caraça não foi Comunista.
Desde os anos 30, Bento de Jesus Caraça é, escrevi bem, é Comunista. Porém, ainda que desta afirmação existam testemunhos vivos, quero abundar neste concreto:
Bento Caraça, em 1931/32, no sindicato dos arsenalistas da Marinha, como professor num curso livre e por intermédio de Bento Gonçalves (secretário geral do PCP e operário arsenalista), aderiu como militante ao Partido Comunista Português.
Poderia entrar a denunciar outras mentiras de Soares, acordos com o MPLA, com relação a Holden Roberto (2º aviso), etc. Não obstante, penso que o tempo será o melhor elemento no erosionar de toda esta mentira que tem como actor principal Mário Soares.
A revolução é hoje!
terça-feira, junho 30, 2009
segunda-feira, junho 29, 2009
domingo, junho 28, 2009
sábado, junho 27, 2009
quinta-feira, junho 25, 2009
quarta-feira, junho 24, 2009
Aos meus Camaradas
Fazendo um intervalo na serie que nos aproxima a figura de Bento Caraça, ao chegar às 20.000 visitas desde há 12 meses, agradeço a todos aqueles que por aqui passaram a sua inquietação pela vida.
Sem deixar de fazer uma menção especial a quantos me acompanham por esta Espanha fora, de ALICANTE a HUELVA, passando por MADRID ou BARCELONA, aproveitando para os convidar ao encontro que se realizará brevemente em MADRID, na companhia de outros Camaradas e Amigos, encuentro al cual se pueden apuntar escribiendo a mi dirección de email, não quero deixar de referir-me aos trabalhadores que, na diáspora, não prescindem de ler Português e me dão o imenso privilégio de saber-me acompanhado neste sonho.
Um abraço para:
LISBOA
FARO
ALICANTE
HUELVA
PORTO
AMORA
CASCAIS
BRAGA
ALMADA
MADRID
PORTO ALEGRE
NEW YORK
COIMBRA
BARCELONA
CURITIBA
VISEU
SALVADOR
MOUNTAIN VIEW
MAIA
BELO HORIZONTE
AMADORA
CHICAGO
RIO DE JANEIRO
ARACAJU
PARIS
PALM CITY
FUNCHAL
OEIRAS
POMBAL
AVEIRO
PONTA DELGADA
QUELUZ
MASSAMA
OSLO
MATOSINHOS
MAPUTO
AMSTERDAM
LEIRIA
VILA NOVA DE GAIA
BERLIN
SINTRA
BAURU
VIANA DO CASTELO
MOSCOW
LAGOA
SAN FRANCISCO
SANTOS
JOINVILLE
LONDON
EVORA
RECIFE
FRANKFURT
ELVAS
WASHINGTON
LUXEMBOURG
SYDNEY
ATHENS
SAO MIGUEL DOS CAMPOS
PRAGUE
ZURICH
TERESINA
DALLAS
CAMPINAS
WARSAW
NATAL
BRUSSELS
DUBAI
FORTALEZA
MACAU
ROME
ABRANTES
MONROE
CARACAS
e outras 61 localidades.
Muito obrigado, a luta continua!
A revolução é hoje!
Sem deixar de fazer uma menção especial a quantos me acompanham por esta Espanha fora, de ALICANTE a HUELVA, passando por MADRID ou BARCELONA, aproveitando para os convidar ao encontro que se realizará brevemente em MADRID, na companhia de outros Camaradas e Amigos, encuentro al cual se pueden apuntar escribiendo a mi dirección de email, não quero deixar de referir-me aos trabalhadores que, na diáspora, não prescindem de ler Português e me dão o imenso privilégio de saber-me acompanhado neste sonho.
Um abraço para:
LISBOA
FARO
ALICANTE
HUELVA
PORTO
AMORA
CASCAIS
BRAGA
ALMADA
MADRID
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VISEU
SALVADOR
MOUNTAIN VIEW
MAIA
BELO HORIZONTE
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MASSAMA
OSLO
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VILA NOVA DE GAIA
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ATHENS
SAO MIGUEL DOS CAMPOS
PRAGUE
ZURICH
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ABRANTES
MONROE
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e outras 61 localidades.
Muito obrigado, a luta continua!
A revolução é hoje!
Um Comunista
Começando hoje, durante as próximas jornadas vamos conhecer o Bento de Jesus Caraça, valerá a pena dedicar-se a esta série.
A revolução é hoje!
A revolução é hoje!
Mudar de terra ou a terra?
(...)Devoravam as horas a falar dele, antevendo ambientes que o João da Loja lhes criara quando contava, aos serões, as suas aventuras por outras terras. Aquele homem, de quem se diziam os maiores crimes, tornara-se no alvo dos seus desígnios e na rota do seu futuro. Os dois companheiros punham-se sempre mais perto a escutá-lo; de quando em quando, trocavam olhares entre si, porque o sonho era de ambos e o desejo de abalar dominava-os a todo o momento.(...)
terça-feira, junho 23, 2009
Vimos muitas miragens no deserto, talvez porque a sede da desafronta nos secasse a lucidez. Precisávamos de ter um povo, criarmo-nos com ele, e caminhámos ao seu encontro sobre nuvens de ilusões, supondo que pisávamos terra firme. E julgámos muitas vezes o País pelo que desejávamos, desconhecendo que as alienações divergem.
Lutadores pela liberdade ou criminosos?
Depois de franco-atiradores da marinha de guerra dos EUA terem disparado à cabeça dos companheiros do somali Abdiwali Abdiqadir Muse, o problema da «pirataria» nas águas costeiras do corno de África assenhorou-se das notícias. Muse e outros somalis, supostamente, tinha sequestrado um barco norte-americano e mantido como refém o seu capitão até que os captores fossem abatidos ou, no caso de Muse, capturado. Estes factos causaram preocupação em muitos observadores progressistas, tal como há quase 40 anos causou Kwame Nkrumah, então o primeiro-ministro do Gana. Este comentou: «por meio da imprensa e da rádio, dá-se conta da captura de “terroristas” por parte das “forças de segurança” (…) os “terroristas” são normalmente descritos como pobremente treinados, mal equipados, desmoralizados e inseguros sobre a causa porque estão a lutar.» Nkrumah continua a observar que «esta recusa a reconhecer os lutadores pela liberdade como soldados é de novo parte da estratégia do imperialismo desenhada para menosprezar os movimentos armados revolucionários, ao mesmo tempo desanimar aqueles que se poderão juntar a eles»…Não se está aqui a sugerir que Muse e os seus companheiros eram lutadorespela liberdade e, possivelmente, há pequenos delinquentes entre as fileiras daqueles que têm capturado barcos nas costas da Somália. No entanto, os media ocidentais têm sido tão persistentes na sua caracterização de todos os que capturam barcos como «piratas» que há pouca gente a saber que um dos primeiros grupos a fazer isto e conhecido como A Guarda Costeira Nacional Voluntária da Somália» foi, de acordo com alguns relatórios, criado por pescadores que se armaram e expulsaram os barcos estrangeiros suspeitos de estarem implicados em actividades de pesca ilegal lançado dejectos em águas somalis.«Um dos primeiros grupos a fazer isto é conhecido como A Guarda Costeira Nacional Voluntária da Somália.»Quando os media de direita nos EUA começaram a pressionar o exército norte-americano para levar a cabo operações em grande escala para limpar o «ninho» de piratas na Somália, havia razões para a preocupação com a alhada em que os legítimos lutadores pela liberdade estavam metidos. Os EUA já estão implicados em actividades militares e operações encobertas, que incluem cumplicidade na mudança do regime da Somália em 2006. Há também uma significativa presença dos EUA numa instalação militar especial em Djibouti. A procura pelos EUA de «piratas», «terroristas» e outros «malfeitores» (como Bush tinha por costume chamá-los) não se limitou ao Corno de África. Há muito tempo que a AFRICOM impôs uma ampla presença ao mais alto nível na costa Ocidental de África – particularmente no Golfo da Guiné e no Delta do Níger.Apesar da sua declarada missão oficial, a AFRICOM está a mostrar ser um veículo para utilização pelos EUA de tropas delegadas dos exércitos africanos para manter África segura para as corporações ocidentais que necessitam aceder aos recursos de petróleo e minério do continente. Compreende-se, por isso, por que razão estão os quadros dirigentes da AFRICOM tão interessados em África Ocidental como estão da Somália. Um estudo do governo nigeriano mostra que durante 2008, o país perdeu 28 milhões de dólares, em consequência de rebentamentos por grupos armados dos seus oleodutos. Além disso, estas organizações sequestraram pessoal das companhias petrolíferas. O estudo do governo estima que no ano passado se perderam cerca de 1.000 vidas, relacionadas com roubo de petróleo e actividades de sabotagem.Os ataques à indústria petrolífera não surgiram do nada. As operações petrolíferas provocaram catástrofes meio-ambientais, arruinaram a pesca, as actividades agrícolas e as fontes de água limpa em numerosos povos do Delta do Níger. Nestas áreas, segundo estimativas do governo, o desemprego excede os 80%, alimenta um espírito de rebelião e resistência entre a juventude que continua a alastrar. Patrick Aziza, um líder tradicional do Reino Okpe no Delta do Níger, pediu aos rebeldes para deporem as armas, mas também reconheceu que a sua frustração fortemente enraizada tem justificação. Esta conclusão é particularmente significativa, até porque provém de um coronel na reserva do exército nigeriano. No entanto, o governo nigeriano começou a traçar planos para reforçar a capacidade de forças militares especiais para combater os rebeldes. Com tanto petróleo em jogo, AFRICOM não ficou na expectativa sem fazer nada. Colaborou na operação de uma «Missão Conjunta de África» que foi, de porto em porto da costa ocidental, treinando pessoal da marinha africano para executarem operações militares úteis aosinteresses das corporações dos EUA na região.AFRICOM justificou as suas actividades afirmando que a região está infestada de crime e terrorismo. Também protestou quando foi acusada de intervenção militar imperialista, insistindo que os EUA foram «convidados» para a região pelos próprios africanos. O almirante Robert T. Moeller, um oficial de alto nível da AFRICOM declarou: «Eles próprios reconhecem ameaças de pirataria, contrabando de petróleo e outros delitos, por isso os africanos nos pediram que déssemos este tipo de assistência.» Além disso, para acalmar receios de que os EUA estão em África para militarizar o continente, deu-se muito ênfase ao trabalho humanitário da AFRICOM. Por exemplo, durante uma «Missão Conjunta de África» entregaram comida a doentes com sida e a órfãos.A história já demonstrou que sempre que corporações estrangeiras criam instabilidade e penúria para as pessoas de África, é mais que seguro que existirão os que estarão decididos a resistir – pelas armas se for preciso. Há já quatro décadas, Nkrumah compreendeu quão fácil é esquecer as causas subjacentes a um conflito amado, trocando-as pelas mentiras dos media e pela caricaturização dos africanos que resistem à exploração estrangeira.Quando se comemorar o Dia da Libertação, nós os que desejamos assegurar a autodeterminação africana deveríamos dar uma particular atenção aos organizadores dos contecimentos e «prestar honras a Nkrumah» (ver: www.africanliberationday.net), esforçando-nos por ser tão habilidosos como ele foi para ver longe no meio de tanto lixo. Quando Moeller diz que «se trata de construir a capacidade dos nossos amigos africanos para que sejam capazes de satisfazer as suas próprias necessidades de segurança», devemos saber, instintivamente, que para a AFRICOM se trata de colar-se a África como uma sanguessuga e secar totalmente os recursos naturais mais valiosos do continente.
*Mark P. Fancher é escritor e activista político.
Este texto foi publicado em www.rebelión.org
Tradução de Pedro Guedes
*Mark P. Fancher é escritor e activista político.
Este texto foi publicado em www.rebelión.org
Tradução de Pedro Guedes
domingo, junho 21, 2009
quinta-feira, junho 18, 2009
Financiamento dos partidos políticos
(Da lei de 24 de Abril ao veto do Presidente da República)
A lei de financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais, aprovada em 24 de Abril de 2003, conjuntamente com a lei dos partidos, da responsabilidade do PSD, PS e CDS-PP, constitui um pacote profundamente antidemocrático que limita a liberdade de organização dos partidos políticos e visa atingir essencialmente o PCP.
A lei do financiamento, a pretexto da transparência e do rigor, aumentou exponencialmente as subvenções do Estado aos partidos e as subvenções e os limites de despesas para as campanhas eleitorais, beneficiando principalmente o PS e o PSD à custa dos dinheiros públicos. Ao mesmo tempo, limitou a recolha de fundos próprios pelos partidos, prejudicando o PCP, que depende em cerca de 89 por cento das verbas por si angariadas (as subvenções do Estado representam apenas 11por cento do total das suas receitas).
A lei fixou um limite de receitas de iniciativas de angariação de fundos muito restritivo, visando colocar à margem da legalidade uma parte significativa dos resultados da actividade financeira do PCP, realizada com toda a legitimidade, em particular o produto financeiro da Festa do Avante!.
Foi também estabelecido um limite irrisório de receitas em numerário (que corresponde hoje a 20 961 euros) concebido para criar dificuldades na actividade geral (bastariam 349 membros do Partido pagarem uma quota mensal de cinco euros em dinheiro para ser ultrapassado o limite legal) mas, principalmente, para atingir a Festa do Avante!. De facto, este limite exigiria que a venda de qualquer produto na Festa se fizesse obrigatoriamente com pagamento por cheque ou transferência bancária. Um absurdo! Seria a mesma coisa que proibir a venda a dinheiro em todos os estabelecimentos comerciais do País.
Esta agressão deliberada ao PCP a partir das orientações expressas na lei foi levada ainda mais longe pela Entidade das Contas e dos Financiamentos Políticos, de tal modo que o Tribunal Constitucional acabou por intervir corrigindo alguns abusos gritantes (de que é exemplo a confusão que a Entidade procurou fazer entre receitas e saldo de iniciativas).
Argumentos esfarrapados
A lei invoca a exigência de transparência e rigor mas, no essencial, é um expediente. Verdadeiramente serve para perseguir a militância, o apoio e a participação militante e baseia-se numa concepção de partido político como uma espécie de departamento do Estado.
Seria anedótico, se não tivesse objectivos antidemocráticos evidentes, que alguns nos queiram convencer de que a compra em dinheiro de um café ou duma sandes na Festa do Avante!; a contribuição de dois euros em dinheiro por um participante num comício; ou o pagamento, por um militante que não tem conta bancária, da sua quota de cinquenta cêntimos ou um euro em dinheiro, são um problema de corrupção e tráfico de influências e que as escandaleiras no BCP, no BPP ou no BPN são um exemplo de transparência e rigor, só porque se processam por cheque, transferência bancária, ou outro sucedâneo qualquer, com a preciosa ajuda dos off-shores.
O argumento do dinheiro vivo tendencialmente suspeito, ou do dinheiro com titularização bancária tendencialmente rigoroso e transparente é uma falsificação. É caso para dizer: arranjem outros argumentos para sustentarem os seus objectivos persecutórios e antidemocráticos, que estes estão cada vez mais esfarrapados.
A lei em vigor e todos os abusos que à conta dela foram feitos não preocuparam certas cabeças, que torceram para que ela fizesse o seu caminho contra o PCP mas, perante algumas alterações que corrigiam, e apenas parcialmente, aspectos mais absurdos, montaram uma campanha, que agora culminou com o veto do Presidente da República, baseado numa fundamentação criticável e a consequente continuação da lei de 24 de Abril.
Desiludam-se: a Festa vai continuar
A lei sobre o financiamento dos partidos é antidemocrática, absurda e precisa de ser revogada, pelo menos carece com urgência de ser alterada nos seus aspectos mais negativos.
O PCP, como sempre tem feito, continuará a exigir, entre outros aspectos: a real transparência e rigor nas contas; o combate à corrupção e ao tráfico de influências; a diminuição da subvenção do Estado aos partidos e às campanhas eleitorais; a redução dos limites de gastos com as campanhas eleitorais; o alargamento dos limites da recolha e iniciativa financeira própria dos partidos; a eliminação do abuso contra o PCP e a Festa do Avante!.
Aqueles que insistem no propósito antidemocrático do garrote financeiro da actual lei assumem uma pesada responsabilidade, mas bem podem desiludir-se.
A Festa do Avante!, festa de Abril, festa do povo e da juventude, vai prosseguir. E se a vesga sanha de alguns, escondendo-se atrás do sujo lençol da lei do financiamento, insistir no propósito de a pôr em causa, saberão que há limites que não podem ser ultrapassados e que a luta pela liberdade e a democracia também passará por aí.
E poderão estar certos que que o PCP, partido profundamente identificado com os trabalhadores e o povo, não é, nem será, departamento do Estado, ou sucursal política dos grupos económicos e financeiros. Prosseguirá a sua intervenção e cumprirá os seus compromissos nesta difícil fase da vida dos trabalhadores, da juventude e do povo português, sempre por uma vida melhor e por uma sociedade mais justa.
Basta de injustiças! CDU – Soluções para uma vida melhor
Com início amanhã, 19 de Junho e até final de Julho realizar-se-á uma acção integrada de afirmação da CDU e das suas propostas para a resolução dos problemas do país, num quadro de agravamento das condições de vida dos trabalhadores e do Povo português, do aumento do desemprego, das injustiças sociais, da pobreza e da corrupção e do acentuar do processo de declínio nacional, onde a actual crise emerge como consequência de mais de 33 anos de política de direita da responsabilidade do PS, do PSD e do CDS-PP.
Sob o lema “Basta de injustiças! CDU – Soluções para uma vida melhor”, esta acção, que terá incidência em todo o país, arranca com um comício no Barreiro amanhã, sexta-feira, (que incluirá a apresentação dos primeiros candidatos da CDU à Assembleia da República pelo distrito de Setúbal) onde participará Jerónimo de Sousa. Nos dias seguintes, o Secretário-geral do PCP deslocar-se-á a Santarém e Évora (Sábado e Domingo respectivamente) onde, para além da apresentação dos primeiros candidatos à Assembleia da República, abordará aspectos da situação política nacional e das propostas do PCP e da CDU para uma vida melhor.
Integrando também uma jornada nacional de propaganda, de contacto e esclarecimento das populações sobre as propostas para resolver os problemas do país e do Povo (que irá decorrer entre 25 e 28 de Junho), bem como, um conjunto de encontros, debates e visitas integradas na construção do programa eleitoral do PCP, esta acção dará expressão a uma nova fase de construção dos eixos essenciais de uma política alternativa de esquerda indispensável à resolução dos problemas do país.
Esta acção envolve ainda as largas dezenas de iniciativas que estão em desenvolvimento no plano local, com a prestação de contas, apresentação de listas e afirmação do trabalho realizado nas autarquias, cuja obra ao serviço das populações é um importante testemunho de um trabalho concreto de transformação da realidade em benefício das populações.
Num momento em que o Povo português, dando continuidade à luta de massas desenvolvida ao longo dos últimos anos, impôs uma pesada derrota eleitoral ao PS e às suas políticas, o PCP reafirma a necessidade de uma ruptura com a política de direita que estará tanto mais próxima quanto maior for o reforço da CDU nos próximos actos eleitorais.
Sob o lema “Basta de injustiças! CDU – Soluções para uma vida melhor”, esta acção, que terá incidência em todo o país, arranca com um comício no Barreiro amanhã, sexta-feira, (que incluirá a apresentação dos primeiros candidatos da CDU à Assembleia da República pelo distrito de Setúbal) onde participará Jerónimo de Sousa. Nos dias seguintes, o Secretário-geral do PCP deslocar-se-á a Santarém e Évora (Sábado e Domingo respectivamente) onde, para além da apresentação dos primeiros candidatos à Assembleia da República, abordará aspectos da situação política nacional e das propostas do PCP e da CDU para uma vida melhor.
Integrando também uma jornada nacional de propaganda, de contacto e esclarecimento das populações sobre as propostas para resolver os problemas do país e do Povo (que irá decorrer entre 25 e 28 de Junho), bem como, um conjunto de encontros, debates e visitas integradas na construção do programa eleitoral do PCP, esta acção dará expressão a uma nova fase de construção dos eixos essenciais de uma política alternativa de esquerda indispensável à resolução dos problemas do país.
Esta acção envolve ainda as largas dezenas de iniciativas que estão em desenvolvimento no plano local, com a prestação de contas, apresentação de listas e afirmação do trabalho realizado nas autarquias, cuja obra ao serviço das populações é um importante testemunho de um trabalho concreto de transformação da realidade em benefício das populações.
Num momento em que o Povo português, dando continuidade à luta de massas desenvolvida ao longo dos últimos anos, impôs uma pesada derrota eleitoral ao PS e às suas políticas, o PCP reafirma a necessidade de uma ruptura com a política de direita que estará tanto mais próxima quanto maior for o reforço da CDU nos próximos actos eleitorais.
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18/06/2009 - O Gabinete de Imprensa do PCP
quarta-feira, junho 17, 2009
terça-feira, junho 16, 2009
Diversidade e a realidade concreta de cada indivíduo
Contra a prepotencia com máscara, falta uma vida..
A revolução é hoje!
segunda-feira, junho 15, 2009
Emigrantes, imigrantes, oprimidos e amantes.
A modo de "Cayuco" Africano, similar àqueles que hoje ceifam a vida de centenas de oprimidos pela politica neocolonizadora central, esta fotografia mostra esses mesmos exploradores em tempos remotos, tentando entrar na Venezuela.
"La Elvira", era o nome Espanhol da embarcação que, em 1949, transportava 100 emigrantes "ilegais" para a Venezuela, País no qual residem hoje cerca de 126.000 imigrantes oriundos, na sua maioria, das ilhas espanholas, Canárias, e da Galiza.
Este êxodo teve como momento áureo o período entre 1948 e 1950 e, ainda que perto de 12.000 tenham regressado às origens (algo que no meu caso só acontecerá em horizontal, mesmo respirando). Aparte dos embarques no mar alto, os portos de Lisboa, Marselha, Bordéus ou Gibraltar, eram os cais escolhidos pela emigração Catalã, Andaluza, Galega, Vasca ou Canária, para empreender esse desafio
Tendo pago 4.000 pesetas, que há época era uma quantia bastante avultada, estes 106 seres humanos cruzaram o oceano desde o atraque de Guaira, nas Canárias, fugindo da fome que o regime franquista imprimia à generalidade da população, situação não muito diferente à experimentada esses dias no nosso País.
Depois de 36 dias, nos quais, alimentando-se de grão de trigo tostado ao estilo canário e turnando-se para dormir encima do companheiro, os tripulantes acordavam com o vómito do camarada agradecendo por continuar vivos, chegaram à praia, onde a fome lhes escondeu o cheiro nada agradável de um fruto que desconheciam, o mango.
Estórias foram 106, mas, como exemplo deixo uma que vem asseverar que vale realmente a pena lutar. É a história do Paco Azcona, quem depois de se tornar, à força e muitas vezes por um prato de comida, dormindo na praia e passando na maioria das jornadas essa fome com a barriga cheia de liberdade, pintor civil, criou o orfeão da cidade de Guarena, o liceu da cidade e o primeiro jornal, na companhia da sua amada Ermelinda, uma professora que hoje celebra 83 anos, vítima de alzheimer mas inseparável companheira de Paco.
A revolução é hoje!
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Javier Rada; Jorge Pinto; Mário Pinto
domingo, junho 14, 2009
sábado, junho 13, 2009
Europeias 2009
Depois de finalizado o processo eleitoral de 7 de junho, relativo ao parlamento europeu, as conclusões a extrair do seu resultado são inúmeras. Porém, dentro desse vasto número de opiniões, suponho que como todos, também elaborei determinadas conclusões que passo a expôr:
Sem deixar de tomar em atenção que o número de inscritos nos cadernos eleitorais cresceu substancialmente, algo mais de 740.000 eleitores, penso que não seria correcto afirmar que a abstenção aumentou, sobretudo se atendermos a que esse acréscimo de eleitores recenseados está constituido por uma maioria de jovens, muitos deles; a grande maioria, sem uma opção politica clara e pelos novos métodos de recenseamento eleitoral, os quais deturpam a realidade através da utilização de processos electrónicos com problemas de base fundamentais.
Assim, a verdade é que nesta ocasião votaram, aproximadamente, mais 140.000 cidadãos que nas passadas eleições, revelando que, os tais erros informáticos – similares àqueles que apagam centenas de milhar de desempregados das listas do INE – “podem” ser interpretados como manipulação, mostrando e promovendo a indiferença, o “não vale a pena” e, tentando ampliar assim esse muro de protecção do qual, hoje, ainda goza o poder ou diminuindo o peso específico de cada voto, da vontade do povo em concreto.
Com relação aos factos, aos resultados:
1º- PSD: O primeiro derrotado. O primeiro derrotado porque, antes de mais, a sua percentagem de voto desceu 1,58%, o que significa que 2.647 cidadãos deixaram de acreditar neste partido como opção ao neoliberalismo do PS e, como solução para os problemas do país.
Por outro lado, também podemos constatar que, a tal bipolarização imposta através da utilização dos meios de informação do capital e todas as manobras levadas a cabo por detrás do pano, não funcionaram, sem esquecer que, a finais do século XX, o CDS tinha uma massa eleitoral, em legislativas, de mais de 450.000 cidadãos e que o próprio PSD, sozinho, “capitalizava” 43% do eleitorado, enquanto o PS se situava nos 22%.
Contudo, não será de estranhar uma vitória da Manuela nas próximas eleições, não esqueçamos que esta foi convidada, assim como o Cherne, para o Davos sem camaras, ou seja, a reunião Bilderberg 2009, que teve lugar na Grécia.
2º- PS: O bufo. O Partido socialista veio demonstrar que a sua governação não fez mais que alertar os Portugueses sobre a verdadeira intenção dos governos dos 33 últimos anos, continuar a espoliar o povo, a vender o nosso país, os nossos recursos, a nossa vida, aos interesses do imperialismo, o mesmo que, de forma hegemónica já em 1946, permitia a Churchill anunciar, com pompa e circunstância, a definição dos estados unidos da Europa, nome que já nos indicava qual a função da “querida Europa”, funcionar como uma sucursal do império capitalista, como mais um mercado a configurar e para o qual se havia colocado a primeira pedra.
Assim, a perda do apoio de 566.014 votantes, 17.94% menos que nas eleições de 2004, vem confirmar que o apoio conseguido nessa ocasião se devia à procura de uma solução diferente, um sistema alternativo ao implantado desde 1975, mas que, derivou em mais do mesmo, mentido uma vez mais – desta vez com perna curta - aos Portugueses, tentando aproveitar a falta de esclarecimento que promove diariamente. Podendo concluir também que, os 48 de submissão começam a perder o seu efeito na consciência do colectivo e que Abril, realmente, venceu.
3º- BE: O assassinado. O BE viu crescer a sua base de “apoio” em 214.657 eleitores, 5,81% em comparação com o acto anterior. Suponho que não está demais afirmar que polarizou a “arrelia” dos enganados pelo PS e por si mesmos, aqueles que procuram mudar mas que, com o tipicos discípulos de Bernstein, não têm a coragem suficiente para assumir a responsabilidade pelas sua decisões.
Neste caso concreto, sem qualquer tipo de futurologia, entendo que o BE chegou ao limíte da sua capacidade de crescimento, isto contando com a inestimável e manipuladora ajuda dos meios de informação do capital, do governo e, sobretudo, do esbirro alegre.
(este video vem mostrar uma opção vazia de conteúdo na qual se poderiam refugiar os indecisos do PS, uma estratégia psicológica bem ao modo de Skinner ou da escola de Tavistock):
4º- CDS: O último suspiro da ditadura. O CDS, ainda que dificilmente comparável, uma vez que se coligou com o PSD nas Europeias de 2004, viu como 295.000 dualistas, coniventes com esta alternância sem alternativa com a qual se dão muito bem, tentaram reforçar o papel do “pastor”, pondo em mãos deste a sua barata e materialista vontade, essa que prefere o fascismo à liberdade, já seja medo ou por incapacidade.
Como observação, chegámos ao ponto no qual podemos afirmar que, as perdas do PSD e do PS estão diluídas, aglomerando estas duas facções pseudo-radicais que são o BE e o CDS, 510.000 votos. Se, a este número, acrescentarmos o surgimento dos típicos partidos fraccionários como o MMS, com aproximadamente 23.500 votos, do MEP, com 53.000 e do PNR com 13.000, ultrapassamos o equivalente à perda do dualismo.
5º- CDU: A vencedora. A CDU, pese ao amordaçar da sua voz, que é a voz a dos oprimidos, dos trabalhadores, dos desempregados, de todos aqueles que se negam a continuar neste paradigma, foi efectivamente a coligação vencedora nesta jornada eleitoral.
Não sei se porque os seus deputados foram quem mais trabalhou, evitando que o que se fizesse por lá se pagasse cá, se por ter mantido a coerência que a levou a permanecer irredutivelmente ao lado das populações, do povo, daqueles que experimentam a dificuldade de soportar fazer parte do rol cada vez mais alargado de pobres para o sustento de cada vez menos ricos, se por ser constituida por esse mesmo colectivo, se por apontar soluções que primam pelo homem, se por lutar contra a exploração do homem pelo homem, se pelo trabalho incansável da sua militância e massa simpatizante ou provavelmente por todas essas razões e outras muitas, a CDU confirma-se como a única opção de mudança para uma vida melhor, com a vontade de mais de 70.000 novos votantes, com um crescimento de 1,57%, confirmando assim que vale a pena lutar, que Portugal está a acordar de uma mentira que destruiu a agricultura, as pescas, a indústria, a saúde, a educação, as garantías sociais, a soberania; nos seus diversos aspectos, e quase - em Setembro teremos uma das últimas oportunidades de o evitar - a liberdade conquistada em 25 de Abril de 1974.
Neste desafío contamos todos, ainda que só em conversas com os amigos, no metro, no mercado, no trabalho, na bola, na praia, na vida, essa luta deve ser potenciada diariamente, constatemente, conscientemente, necessáriamente, só assim poderemos continuar “No Caminho da Mudança”.
A luta continua, até à vitória final!
A revolução é hoje!
Sem deixar de tomar em atenção que o número de inscritos nos cadernos eleitorais cresceu substancialmente, algo mais de 740.000 eleitores, penso que não seria correcto afirmar que a abstenção aumentou, sobretudo se atendermos a que esse acréscimo de eleitores recenseados está constituido por uma maioria de jovens, muitos deles; a grande maioria, sem uma opção politica clara e pelos novos métodos de recenseamento eleitoral, os quais deturpam a realidade através da utilização de processos electrónicos com problemas de base fundamentais.
Assim, a verdade é que nesta ocasião votaram, aproximadamente, mais 140.000 cidadãos que nas passadas eleições, revelando que, os tais erros informáticos – similares àqueles que apagam centenas de milhar de desempregados das listas do INE – “podem” ser interpretados como manipulação, mostrando e promovendo a indiferença, o “não vale a pena” e, tentando ampliar assim esse muro de protecção do qual, hoje, ainda goza o poder ou diminuindo o peso específico de cada voto, da vontade do povo em concreto.
Com relação aos factos, aos resultados:
1º- PSD: O primeiro derrotado. O primeiro derrotado porque, antes de mais, a sua percentagem de voto desceu 1,58%, o que significa que 2.647 cidadãos deixaram de acreditar neste partido como opção ao neoliberalismo do PS e, como solução para os problemas do país.
Por outro lado, também podemos constatar que, a tal bipolarização imposta através da utilização dos meios de informação do capital e todas as manobras levadas a cabo por detrás do pano, não funcionaram, sem esquecer que, a finais do século XX, o CDS tinha uma massa eleitoral, em legislativas, de mais de 450.000 cidadãos e que o próprio PSD, sozinho, “capitalizava” 43% do eleitorado, enquanto o PS se situava nos 22%.
Contudo, não será de estranhar uma vitória da Manuela nas próximas eleições, não esqueçamos que esta foi convidada, assim como o Cherne, para o Davos sem camaras, ou seja, a reunião Bilderberg 2009, que teve lugar na Grécia.
2º- PS: O bufo. O Partido socialista veio demonstrar que a sua governação não fez mais que alertar os Portugueses sobre a verdadeira intenção dos governos dos 33 últimos anos, continuar a espoliar o povo, a vender o nosso país, os nossos recursos, a nossa vida, aos interesses do imperialismo, o mesmo que, de forma hegemónica já em 1946, permitia a Churchill anunciar, com pompa e circunstância, a definição dos estados unidos da Europa, nome que já nos indicava qual a função da “querida Europa”, funcionar como uma sucursal do império capitalista, como mais um mercado a configurar e para o qual se havia colocado a primeira pedra.
Assim, a perda do apoio de 566.014 votantes, 17.94% menos que nas eleições de 2004, vem confirmar que o apoio conseguido nessa ocasião se devia à procura de uma solução diferente, um sistema alternativo ao implantado desde 1975, mas que, derivou em mais do mesmo, mentido uma vez mais – desta vez com perna curta - aos Portugueses, tentando aproveitar a falta de esclarecimento que promove diariamente. Podendo concluir também que, os 48 de submissão começam a perder o seu efeito na consciência do colectivo e que Abril, realmente, venceu.
3º- BE: O assassinado. O BE viu crescer a sua base de “apoio” em 214.657 eleitores, 5,81% em comparação com o acto anterior. Suponho que não está demais afirmar que polarizou a “arrelia” dos enganados pelo PS e por si mesmos, aqueles que procuram mudar mas que, com o tipicos discípulos de Bernstein, não têm a coragem suficiente para assumir a responsabilidade pelas sua decisões.
Neste caso concreto, sem qualquer tipo de futurologia, entendo que o BE chegou ao limíte da sua capacidade de crescimento, isto contando com a inestimável e manipuladora ajuda dos meios de informação do capital, do governo e, sobretudo, do esbirro alegre.
(este video vem mostrar uma opção vazia de conteúdo na qual se poderiam refugiar os indecisos do PS, uma estratégia psicológica bem ao modo de Skinner ou da escola de Tavistock):
4º- CDS: O último suspiro da ditadura. O CDS, ainda que dificilmente comparável, uma vez que se coligou com o PSD nas Europeias de 2004, viu como 295.000 dualistas, coniventes com esta alternância sem alternativa com a qual se dão muito bem, tentaram reforçar o papel do “pastor”, pondo em mãos deste a sua barata e materialista vontade, essa que prefere o fascismo à liberdade, já seja medo ou por incapacidade.
Como observação, chegámos ao ponto no qual podemos afirmar que, as perdas do PSD e do PS estão diluídas, aglomerando estas duas facções pseudo-radicais que são o BE e o CDS, 510.000 votos. Se, a este número, acrescentarmos o surgimento dos típicos partidos fraccionários como o MMS, com aproximadamente 23.500 votos, do MEP, com 53.000 e do PNR com 13.000, ultrapassamos o equivalente à perda do dualismo.
5º- CDU: A vencedora. A CDU, pese ao amordaçar da sua voz, que é a voz a dos oprimidos, dos trabalhadores, dos desempregados, de todos aqueles que se negam a continuar neste paradigma, foi efectivamente a coligação vencedora nesta jornada eleitoral.
Não sei se porque os seus deputados foram quem mais trabalhou, evitando que o que se fizesse por lá se pagasse cá, se por ter mantido a coerência que a levou a permanecer irredutivelmente ao lado das populações, do povo, daqueles que experimentam a dificuldade de soportar fazer parte do rol cada vez mais alargado de pobres para o sustento de cada vez menos ricos, se por ser constituida por esse mesmo colectivo, se por apontar soluções que primam pelo homem, se por lutar contra a exploração do homem pelo homem, se pelo trabalho incansável da sua militância e massa simpatizante ou provavelmente por todas essas razões e outras muitas, a CDU confirma-se como a única opção de mudança para uma vida melhor, com a vontade de mais de 70.000 novos votantes, com um crescimento de 1,57%, confirmando assim que vale a pena lutar, que Portugal está a acordar de uma mentira que destruiu a agricultura, as pescas, a indústria, a saúde, a educação, as garantías sociais, a soberania; nos seus diversos aspectos, e quase - em Setembro teremos uma das últimas oportunidades de o evitar - a liberdade conquistada em 25 de Abril de 1974.
Neste desafío contamos todos, ainda que só em conversas com os amigos, no metro, no mercado, no trabalho, na bola, na praia, na vida, essa luta deve ser potenciada diariamente, constatemente, conscientemente, necessáriamente, só assim poderemos continuar “No Caminho da Mudança”.
A luta continua, até à vitória final!
A revolução é hoje!
sexta-feira, junho 12, 2009
terça-feira, junho 09, 2009
Plantemos em Setembro um Outubro florido!
Quanto falta para lá chegar? Um metro, 3 meses, 2 quilómetros?
Vamos como natureza erguida, como vida fonte de vida, mas, sobretudo, como vida!
A revolução é hoje!
Vamos como natureza erguida, como vida fonte de vida, mas, sobretudo, como vida!
A revolução é hoje!
Outubro de vermelho!
"Eu contigo, eu consigo fazer o que digo", como dizia o poeta.
A CDU obteve, segundo uma análise própria e provisória, o melhor resultado dos 15 últimos anos, com a determinação de todos nós, na luta que travámos, à procura deste Junho que sonhámos.
A luta continua, temos um caminho que desbravar o sol e o verão para nos encontrar-mos, pintêmos Outubro vermelho de revolução, para unidos, de Abril, a liberdade resgatar!
A revolução é hoje!
A CDU obteve, segundo uma análise própria e provisória, o melhor resultado dos 15 últimos anos, com a determinação de todos nós, na luta que travámos, à procura deste Junho que sonhámos.
A luta continua, temos um caminho que desbravar o sol e o verão para nos encontrar-mos, pintêmos Outubro vermelho de revolução, para unidos, de Abril, a liberdade resgatar!
A revolução é hoje!
domingo, junho 07, 2009
Aos abstencionistas
Votar nulo é, sem dúvida, uma demonstração de falta de esclarecimento politico, podendo assim mesmo interpretar-se como covardia, ignorância, e, sobretudo quando propagandeado, manipulação.
O voto em branco, pode, dependendo da constituição das mesas, facilitar a conspurcação de um acto que deve transmitir a vontade real dos cidadãos, prestando-se a ser preenchido com uma "holding" daqueles que nos roubam.
Votar nulo, branco, ou mesmo abster-se, o que representa é, invariávelmente, um apoio às forças maioritárias e, fundamentalmente, do partido com mais votos, enquanto impede registrar o inconformismo de quem perdeu a confiança na democracia.
A única forma de castigar os partidos que nos trouxeram a esta realidade é votar, votar em consciência, votar onde quiseres, votar contra quem apoia o neoliberalismo neocolonizador militarista e federalista da UE.
A revolução é hoje!
O voto em branco, pode, dependendo da constituição das mesas, facilitar a conspurcação de um acto que deve transmitir a vontade real dos cidadãos, prestando-se a ser preenchido com uma "holding" daqueles que nos roubam.
Votar nulo, branco, ou mesmo abster-se, o que representa é, invariávelmente, um apoio às forças maioritárias e, fundamentalmente, do partido com mais votos, enquanto impede registrar o inconformismo de quem perdeu a confiança na democracia.
A única forma de castigar os partidos que nos trouxeram a esta realidade é votar, votar em consciência, votar onde quiseres, votar contra quem apoia o neoliberalismo neocolonizador militarista e federalista da UE.
A revolução é hoje!
sábado, junho 06, 2009
sexta-feira, junho 05, 2009
Será natural ou imposto?
As tuas decisões políticas interferem na evolução biológica dos teus filhos!
Está certo. Entendo que uma frase assim pode gerar certa descrença ou minimizar a idoneidade de quem a escreve. Porém, reitero, a saúde dos teus filhos, a sua resistência aos patogénicos externos, o seu crescimento, a sua capacidade intelectual, a estabilidade psíquica, são directamente modificadas pelas nossas escolhas politicas.
Migando esta afirmação, sem uma especialização académica ou empírica muito profunda mas com base na recolha da informação necessária, partindo dos resultados dos últimos estudos ou investigações sobre a memória genética, estamos hoje em condições de afirmar que, ao contrário do que se defendia, o ADN não é a base da nossa herança genética, o veículo que transporta tal informação é o denominado ARN, imutável desde a fusão embrionária.
Assim, requalificamos o ADN e podemos passar a entende-lo como o processador de um computador.
No relativo ao ARN, este deve compreendido como o sistema operativo da máquina.
Por outra parte, sabemos também que, a modulação epigenética, metilação do ADN através de agentes exógenos, provoca marcações que se poderiam assemelhar aos populares codécs, que permitem ao processador, com um determinado sistema operativo, executar tarefas especificas assimilando, reproduzindo e utilizando, cifras próprias ou extraordinárias, de um arquivo criado num entorno, ou para um entorno, diferente.
Assim ocorre connosco, quando confrontados com a existência num meio hostil ao desenvolvimento óptimo da nossa espécie, muitas vezes suportando factores que nos colocariam em situações criticas no relativo à sustentabilidade de diversas formas de vida, mais se a exposição a esses derivados de práticas nocivas, no modo de vida ou no comportamento social - para não entrarmos em aspectos ligados à produção, mesmo sendo esta área uma das que maior impacto pode gerar - se torna uma constante.
O ADN é marcado, que não geneticamente mutado; não existe uma mutação molecular, e passa a interactuar com o entorno, respondendo a este, apoiado também na especificidade do ARN. Quando se replica, o ADN, continua comportando as peculiaridades do ARN mas reserva uma certa “idiossincrasia”, adaptando-se assim à realidade.
No relativo à reprodução, mas assim mesmo, no concernente à manutenção da nossa estrutura celular, tudo o que produzimos sofre essa influência, tornando mais coerente a frase “do que se come se cria”, e, mesmo não sendo esta uma verdade científica absoluta, agora podemos também asseverar essa negação.
Desviando a nossa atenção um pouco, observando a qualidade ecoambiental do nosso planeta, ponderando a mesma desde uma retrospectiva cronológica e apelando aos dados que se podem encontrar na bibliografia relacionada, mas, fundamentalmente, na natureza, concluímos que, cada vez vivemos num mundo mais sujo, mais agressivo com as espécies animais, gerando, particularmente na humana mas não só, factores de pressão que não teriam porque existir – ainda que cada um a assimíle de forma diferente, e que, sem os quais, deveríamos evoluir à descoberta da nossa condição.
Muitos dos factores referidos anteriormente, são, sem dúvida, o reflexo, também, da nossa natureza, ainda que, desde há muitos séculos, se tenha verificado que a propriedade, ontem capitalismo, hoje imperialismo, mas sempre acumulação, outorga poder àqueles que propugnam; poderíamos mesmo dizer, pela evolução obscurantista, evolução que pretere o desenvolvimento das características essenciais da espécie, as quais nos diferenciam da restante fauna - com um potencial todos os dias escondido pela manipulação dos poderosos e que é bastante mais rico que o factor que defendem, em prol do enaltecimento da condição animal mais básica, sendo a vontade facilmente conduzida e subjugada aos desígnios, não dos iluminatti, mas daqueles que agarram a tirania amparados na dependência à qual obriga este limitador paradigma .
Como exemplos poderíamos considerar a história dos estados-unidos da america do norte, desde a sua colonização até à actualidade, ou, o aspecto de nativos de países colonizados – que não os neuro-fisiológicos, senão não assistiríamos às mudanças que acontecem na América do sul - os quais, também relacionado com a correlação de forças, exibem uma significativa diferença física, sem atender à coloração da pele, e que, chega ao extremo de tornar “pigmeus” toda uma tribo Brasileira, devido à fome que experimentaram os seus antecessores
De outra forma, poderia dizer que - e espero não estar a entrar demasiado numa área na qual não sou especialista - o ataque dos exploradores ao nosso sistema imunológico, aumenta também a possibilidade de metástases, perdas cognitivas, diminuição na capacidade de aprendizagem, envelhecimento prematuro, ao contrário de uma vida em relativa liberdade, a qual, só mesmo por proporcionar uma impressão de respeito pela vida, pode facilitar o aumento das células “T” – quase 70% dos linfócitos do nosso sistema imunológico – e, incrementar a neurogénese, a produção de células nervosas, potenciando a renovação constante das mesmas, eliminando células auto-imunes, em fim de ciclo, e facilitando a produção levada a cabo pelo hipotálamo e que permitiria alcançar o desenvolvimento completo da nossa capacidade intelectual.
No caso anterior, e como abstracção, poderíamos trabalhar metade da vida e manter capacidades para desfrutar da mesma durante a outra metade, produzindo evolução depois de uma trajectória de enriquecimento e capacitação, desenvolvendo a criatividade nas áreas da nossa apetência
Não querendo ser visto como um positivista, sou contudo levado a afirmar que, evitar a segregação, a clivagem, a escravatura ou a dependência, depende de nós, povo, podendo começar por contrariar o processo de Bolonha, com o voto, parando a privatização dos serviços nacionais de saúde, com o voto, exigindo salários dignos, com o voto, exigindo garantias, direitos, emprego, reformas realmente compensatórias e, sobretudo, justiça e igualdade na diversidade, com o voto.
Entendo assim mesmo que, é natural que muitos de nós pensemos que não vale a pena, que todos os partidos só lá estão para polarizar as 4 ou 5 reacções tipicas do homem, tal e como as modelaram, mas os mortos também falam, e não acredito que alguém morra entregando a sua vida a uma mentira.
Concluindo, sei que sim é possível uma vida melhor, é necessário porém mudar de rumo, e, com toda a legitimidade, assumo que paire no ar uma questão de vital importância: O que é que vou mudar com um voto, sobretudo com um voto de castigo? A resposta é minha, pode ser peculiar, mas é uma realidade: O ser humano muda várias vezes todas as células do seu corpo, dentro de alguns anos nenhuma daquelas que nos constituem hoje nos acompanhará, permitindo-nos, assim, decidir encontrar o homem novo, basta querer, mas fundamentalmente, permite-nos ganhar coragem, olhar em frente, levantarmo-nos do sofá e, dia 7, exercer a nossa vontade.
Esta é uma forma de tentar entender a influência do fascismo, desde diferentes disciplinas que me são alheias, provavelmente existam falhas importantes nesta pseudo-tese, mas, votei hoje!
A revolução é hoje!
Está certo. Entendo que uma frase assim pode gerar certa descrença ou minimizar a idoneidade de quem a escreve. Porém, reitero, a saúde dos teus filhos, a sua resistência aos patogénicos externos, o seu crescimento, a sua capacidade intelectual, a estabilidade psíquica, são directamente modificadas pelas nossas escolhas politicas.
Migando esta afirmação, sem uma especialização académica ou empírica muito profunda mas com base na recolha da informação necessária, partindo dos resultados dos últimos estudos ou investigações sobre a memória genética, estamos hoje em condições de afirmar que, ao contrário do que se defendia, o ADN não é a base da nossa herança genética, o veículo que transporta tal informação é o denominado ARN, imutável desde a fusão embrionária.
Assim, requalificamos o ADN e podemos passar a entende-lo como o processador de um computador.
No relativo ao ARN, este deve compreendido como o sistema operativo da máquina.
Por outra parte, sabemos também que, a modulação epigenética, metilação do ADN através de agentes exógenos, provoca marcações que se poderiam assemelhar aos populares codécs, que permitem ao processador, com um determinado sistema operativo, executar tarefas especificas assimilando, reproduzindo e utilizando, cifras próprias ou extraordinárias, de um arquivo criado num entorno, ou para um entorno, diferente.
Assim ocorre connosco, quando confrontados com a existência num meio hostil ao desenvolvimento óptimo da nossa espécie, muitas vezes suportando factores que nos colocariam em situações criticas no relativo à sustentabilidade de diversas formas de vida, mais se a exposição a esses derivados de práticas nocivas, no modo de vida ou no comportamento social - para não entrarmos em aspectos ligados à produção, mesmo sendo esta área uma das que maior impacto pode gerar - se torna uma constante.
O ADN é marcado, que não geneticamente mutado; não existe uma mutação molecular, e passa a interactuar com o entorno, respondendo a este, apoiado também na especificidade do ARN. Quando se replica, o ADN, continua comportando as peculiaridades do ARN mas reserva uma certa “idiossincrasia”, adaptando-se assim à realidade.
No relativo à reprodução, mas assim mesmo, no concernente à manutenção da nossa estrutura celular, tudo o que produzimos sofre essa influência, tornando mais coerente a frase “do que se come se cria”, e, mesmo não sendo esta uma verdade científica absoluta, agora podemos também asseverar essa negação.
Desviando a nossa atenção um pouco, observando a qualidade ecoambiental do nosso planeta, ponderando a mesma desde uma retrospectiva cronológica e apelando aos dados que se podem encontrar na bibliografia relacionada, mas, fundamentalmente, na natureza, concluímos que, cada vez vivemos num mundo mais sujo, mais agressivo com as espécies animais, gerando, particularmente na humana mas não só, factores de pressão que não teriam porque existir – ainda que cada um a assimíle de forma diferente, e que, sem os quais, deveríamos evoluir à descoberta da nossa condição.
Muitos dos factores referidos anteriormente, são, sem dúvida, o reflexo, também, da nossa natureza, ainda que, desde há muitos séculos, se tenha verificado que a propriedade, ontem capitalismo, hoje imperialismo, mas sempre acumulação, outorga poder àqueles que propugnam; poderíamos mesmo dizer, pela evolução obscurantista, evolução que pretere o desenvolvimento das características essenciais da espécie, as quais nos diferenciam da restante fauna - com um potencial todos os dias escondido pela manipulação dos poderosos e que é bastante mais rico que o factor que defendem, em prol do enaltecimento da condição animal mais básica, sendo a vontade facilmente conduzida e subjugada aos desígnios, não dos iluminatti, mas daqueles que agarram a tirania amparados na dependência à qual obriga este limitador paradigma .
Como exemplos poderíamos considerar a história dos estados-unidos da america do norte, desde a sua colonização até à actualidade, ou, o aspecto de nativos de países colonizados – que não os neuro-fisiológicos, senão não assistiríamos às mudanças que acontecem na América do sul - os quais, também relacionado com a correlação de forças, exibem uma significativa diferença física, sem atender à coloração da pele, e que, chega ao extremo de tornar “pigmeus” toda uma tribo Brasileira, devido à fome que experimentaram os seus antecessores
De outra forma, poderia dizer que - e espero não estar a entrar demasiado numa área na qual não sou especialista - o ataque dos exploradores ao nosso sistema imunológico, aumenta também a possibilidade de metástases, perdas cognitivas, diminuição na capacidade de aprendizagem, envelhecimento prematuro, ao contrário de uma vida em relativa liberdade, a qual, só mesmo por proporcionar uma impressão de respeito pela vida, pode facilitar o aumento das células “T” – quase 70% dos linfócitos do nosso sistema imunológico – e, incrementar a neurogénese, a produção de células nervosas, potenciando a renovação constante das mesmas, eliminando células auto-imunes, em fim de ciclo, e facilitando a produção levada a cabo pelo hipotálamo e que permitiria alcançar o desenvolvimento completo da nossa capacidade intelectual.
No caso anterior, e como abstracção, poderíamos trabalhar metade da vida e manter capacidades para desfrutar da mesma durante a outra metade, produzindo evolução depois de uma trajectória de enriquecimento e capacitação, desenvolvendo a criatividade nas áreas da nossa apetência
Não querendo ser visto como um positivista, sou contudo levado a afirmar que, evitar a segregação, a clivagem, a escravatura ou a dependência, depende de nós, povo, podendo começar por contrariar o processo de Bolonha, com o voto, parando a privatização dos serviços nacionais de saúde, com o voto, exigindo salários dignos, com o voto, exigindo garantias, direitos, emprego, reformas realmente compensatórias e, sobretudo, justiça e igualdade na diversidade, com o voto.
Entendo assim mesmo que, é natural que muitos de nós pensemos que não vale a pena, que todos os partidos só lá estão para polarizar as 4 ou 5 reacções tipicas do homem, tal e como as modelaram, mas os mortos também falam, e não acredito que alguém morra entregando a sua vida a uma mentira.
Concluindo, sei que sim é possível uma vida melhor, é necessário porém mudar de rumo, e, com toda a legitimidade, assumo que paire no ar uma questão de vital importância: O que é que vou mudar com um voto, sobretudo com um voto de castigo? A resposta é minha, pode ser peculiar, mas é uma realidade: O ser humano muda várias vezes todas as células do seu corpo, dentro de alguns anos nenhuma daquelas que nos constituem hoje nos acompanhará, permitindo-nos, assim, decidir encontrar o homem novo, basta querer, mas fundamentalmente, permite-nos ganhar coragem, olhar em frente, levantarmo-nos do sofá e, dia 7, exercer a nossa vontade.
Esta é uma forma de tentar entender a influência do fascismo, desde diferentes disciplinas que me são alheias, provavelmente existam falhas importantes nesta pseudo-tese, mas, votei hoje!
A revolução é hoje!
Não será o momento de ganhar coragem?
Para que não restem dúvidas sobre a realidade que vivemos, ainda não sendo um personagem da minha total simpatia, o bastonário da ordem dos advogados, uma vez mais, vem denunciar (independentemente do objetivo pessoal do mesmo) que, mais que fascizante, atravessamos um periodo similar ao vivido antes de 1974, experimentamos os métodos fascistas que habitualmente se empregavam pela PIDE, sendo que, actualmente prescinde-se de uma estructura especializada na matéria, o fascismo é real!
"«Temos em Portugal, em pleno século XXI, situações em que pessoas são torturadas, espancadas brutalmente e submetidas a sevícias corporais com dor aguda para que elas digam o que o inquisidor quer saber», frisou, acrescentando: «É a Inquisição, tudo no processo penal inquisitorial é orientado para a confirmação pelo arguido dos factos».
«Nunca nenhum [arguido] se tentou suicidar quando interrogado pelo Ministério Público ou por um juiz, como também nenhum se tentou suicidar quando interrogado pela polícia com o seu advogado ao lado», disse, em declarações citadas pela agência Lusa."
Já votei!
A revolução é hoje!
"«Temos em Portugal, em pleno século XXI, situações em que pessoas são torturadas, espancadas brutalmente e submetidas a sevícias corporais com dor aguda para que elas digam o que o inquisidor quer saber», frisou, acrescentando: «É a Inquisição, tudo no processo penal inquisitorial é orientado para a confirmação pelo arguido dos factos».
«Nunca nenhum [arguido] se tentou suicidar quando interrogado pelo Ministério Público ou por um juiz, como também nenhum se tentou suicidar quando interrogado pela polícia com o seu advogado ao lado», disse, em declarações citadas pela agência Lusa."
Já votei!
A revolução é hoje!
A Batalha pela Antártica
O Árctico e a Antartida são as últimas vastas reservas por explorar de recursos minerais do planeta.
Se se realizar a expansão do território da Austrália, isto levará à destabilização da operação dos mecanismos legais internacionais, que já foram seriamente afectados pela proclamação da independência do Kosovo.
Ainda pior, irá abrir a porta a uma nova divisão do mundo em larga escala. O precedente do Pólo Sul poderia ser aplicado ao Pólo Norte, o que converteria a luta pelos recursos do Árctico numa guerra global que, inevitavelmente, envolveria a Rússia.
O dia 13 de Março deste ano marcou o prazo para que os «Estados apresentassem as reivindicações dos seus direitos, o que alguns peritos descreveram como a última partilha de território marítimo na história», segundo informação da Reuters em Outubro de 2007.
Naquela ocasião, o Foreign Office (Ministério dos Estrangeiros) britânico anunciou que iria apresentar uma pedido para expandir o território antárctico da nação em um milhão de quilómetros quadrados, e que apresentaria também «outras quatro pedidos…pelo território do leito marítimo atlântico próximo das Georgias do Sul e das Ilhas Malvinas (Falkland), e também próximo da Ilha Ascensão no Atlântico Sul, perto da Baía de Viscaya no Atlântico Norte, e na cavidade Hatton-Rockall, em frente das costas da Escócia.»
Antes de 1962, o território antárctico britânico era uma dependência das Ilhas Malvinas, incluindo também as Georgias do Sul e a Sandwich do Sul.
No dia 31 de Março deste ano, a Grã-Bretanha fez uma apresentação parcial à Comissão das Nações Unidas, sobre os limites da Plataforma Continental em relação à área Hatton-Rockall, no Noroeste atlântico (Rockall é uma minúscula ilha escarpada, contudo possui uma importância estratégica fora de proporção com o seu tamanho), o que permite ao país ter a sua única pretensão ao direito da plataforma árctica que, segundo cálculos, contém um quinto do petróleo que resta no mundo e quase um terço do gás natural que resta.
Londres iniciou conversações com Islândia, Irlanda e Dinamarca (na sua qualidade de proprietária da Ilhas Faroe) com o fim de utilizar Rockall para introduzir o Árctico na iminente pugna pelos seus recursos, um tema que foi explorado extensivamente noutro estudo desta série.
Numa acção paralela, contudo muito maior, a Grã-Bretanha apresentou no dia 11 de Maio a sua reivindicação à Comissão das Nações Unidas, pelo direito sobre os limites da Plataforma Continental, de um milhão de quilómetros quadrados que cobiça no Atlântico Sul e que se estendem dentro de Oceano Atlântico.
Foi a formalização dos planos revelados inicialmente em Outubro de 2007, e descritos numa informação à comunicação social nessa altura, de um plano para «estender a soberania britânica na Antárctida», uma zona que «cobre uma vasta área do leito marítimo nas proximidades da Antárctida britânica, perto do Pólo Sul».
Imediatamente, nações muito mais próximas da Antárctida e, por isso, com mais direitos a esse território, sobretudo a Argentina, apresentaram queixa de que «o pedido britânico…está em conflito com o Tratado Antárctico de 1959, assinado pela Grã-Bretanha, que impede toda a exploração de petróleo, gás e minerais que não seja para propósitos científicos».
O alarme também ressoou por outros sítios. Pouco depois da declaração britânica o jornal chinês People’s Daily informava:
«O Pólo Sul, um mundo de gelo e neve, converteu-se num ponto álgido nos últimos anos. O Ministério dos Estrangeiros argentino declarou que os Vice-ministros dos Estrangeiros da Argentina e do Chile vão reunir-se no princípio de Dezembro, para discutir o tema do Pólo Sul, e elaborar uma estratégia conjunta para boicotar os pedidos de soberania britânica sobre a plataforma continental do Pólo Sul».
A mesma fonte forneceu os seguintes elementos:
«A imensidade da terra aparentemente árida, coberta de gelo, revela-se e expõe-se ao mundo exterior, revelando um “mar de tesouros”», com depósitos e reservas de energia incrivelmente abundantes. Existe uma capa de carvão do Período Pérmico no continente e contém 500.000 milhões de toneladas de reservas conhecidas.
«A espessa abóbada de gelo sobre a terra alberga a maior reserva de água fresca do mundo; contém aproximadamente 29,3 milhões de metros cúbicos de gelo e forma 75% do abastecimento de água fresca da terra.
«Pode dizer-se que o Pólo Sul poderia alimentar todo o mundo com os seus abundantes stocks de alimentos (peixes) e água fresca».
E avisou que «o valor do Pólo Sul, não se limita à esfera económica, também reside na sua posição estratégica».
«Há já algum tempo que a Guarda Costeira dos Estados Unidos mantém guarnições na região e a Força Aérea dos Estados Unidos é a potência número um na zona».
«O Tratado do Pólo Sul (Antárctico) especifica que o Pólo Sul só pode ser explorado e desenvolvido com objectivos pacíficos, e não pode ser um campo de batalha. De outra forma, o Pólo Sul, coberto de gelo, podia converter-se num campo de batalha de um calor atroz».
Semanas depois da declaração britânica de 2007, o Ministro da Defesa do Chile, José Goñi, e o chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Ricardo Ortega, visitaram o Pólo Sul, e declararam que a utilização da base naval Arturo Prat seria reactivada formalmente em Março de 2008.
«Goñi declarou que a reactivação da base naval, juntamente com outras duas bases militares na região Antárctida, serviam para demonstrar a presença e soberania do Chile»…
Um jornal canadiano descreveu outro elemento da intensificada febre e luta pela Antárctida.
“Porquê sentiria alguém a necessidade de reivindicar o seu direito a um território diante das costas da Antárctida, uma ilha quase desabitada, a que só lá chegámos há cem anos? A motivação jaz nas profundezas marítimas: minerais, petróleo, gás».
Em Outubro de 2007, o Ministério dos Estrangeiros russo respondeu aos planos antárcticos da Grã-Bretanha declarando: «Por ser uma das nações que deram as maiores contribuições ao Tratado (Antárctico) de 1959 e aos estudos da Antárctida, este país tem trabalhado consequentemente contra a ideia da divisão da Antárctida na base de pedidos territoriais unilaterais e não reconheceu estas».
Um das apreciações mais directas sobre o projecto de divisão da maior área do planeta que não foi explorado veio de um jornal escocês:
«Desde a Idade de Ouro do Império, a Grã-Bretanha não havia reclamado o seu direito a uma área tão vasta da terra na cena mundial. E, embora o Império Britânico tenha desaparecido há já algum tempo, a Antárctida emergiu como o último campo de batalha para potências rivais, que competem em diversas frentes para conseguir territórios ricos em petróleo».
A autora deste artigo citado, Tanya Thomson, caracterizou o que está em jogo.
«A Grã-Bretanha prepara reivindicações territoriais sobre dezenas de milhares de quilómetros quadrados do fundo do Oceano Atlântico junto das Falkland (Malvinas) e da ilha Rockall, na esperança de anexar campos petrolíferos e de gás potencialmente lucrativos.
«A reivindicação do direito sobre as Falkland (Ilhas Malvinas) tem o maior potencial para consequências políticas, já que a Grã-Bretanha e a Argentina combateram pelas ilhas há 25 anos, e sabe-se que o valor do petróleo no fundo do mar da região é imenso. Ensaios sísmicos feitos sugerem que poderia haver 60.000 milhões de barris de petróleo no fundo do oceano».
«É inevitável que explorarão a área em busca de petróleo e gás. Vejam o que sucedeu nas Falkland (Malvinas) em 1982. Mas tratava-se de um continente desabitado e havia uma diplomacia dura e sanções se uma guerra estivesse a ponto de estalar pela Antárctida».
Com a aproximação do prazo de 13 de Maio de 2009 para apresentar reclamações sobre a Antárctida, a Rússia enviou em Janeiro à Antárctida o explorador e membro do Parlamento, Arthur Chilingarov, como representante especial do Presidente russo para a cooperação internacional no Árctico e Antárctida. Chilingarov dirigiu a expedição russa que colocou a bandeira nacional no leito marítimo do Pólo Norte em 2007.
O responsável pela expedição «Antárctida 2009», acompanhado por outros parlamentares, disse nessa altura: «Estamos a demonstrar definitivamente a todo o mundo que temos planos sérios para continuar com a investigação polar».
No que toca à Argentina, a intenção da Grã-Bretanha de formalmente atribuir a si própria uma área de um milhão de quilómetros quadrados da Antárctida, foi precedida pela concessão pelo Reino Unido de uma nova constituição para as Ilhas Malvinas em Novembro passado, concedendo-lhe um maior grau de autonomia nominal, mas confirmando o poder de Londres sobre «os negócios estrangeiros, defesa, segurança interna e justiça».
A Argentina apresentou um protesto e o seu Ministério dos Negócios Estrangeiros fez a seguinte declaração: «Esse acto unilateral britânico constitui, sobretudo, uma nova e aberta violação da Resolução 31/49 de 1976 da Assembleia-Geral da ONU, que urge que ambas as partes em disputa (Argentina e Reino Unido), se abstenham de tomar decisões unilaterais».
Buenos Aires condenou a acção britânica como uma «violação da soberania argentina e do direito internacional».
Em Janeiro deste ano, a Argentina renovou as suas preocupações pela «anacrónica situação colonial inadequada para o rumo e evolução do mundo moderno».
Perante a proximidade do 13 de Maio, a Argentina apresentou em fins de Abril uma contra-pedido baseada em doze anos de investigação, para questionar «a ilegítima ocupação britânica dos arquipélagos do Sul» e declarou que a “sua plataforma continental se estende desde o continente sul-americano e Antárctico, e desde um arquipélago de ilhas que a Grã-Bretanha também reivindica».
Ambas as pedidos devem ser examinadas e adjudicadas pela Comissão das Nações Unidas para os Limites da Plataforma Continental, sobre a base do Artigo 76 da Convenção das Nações Unidas da Lei sobre o Direito Marítimo, todavia, é indiscutível que há mais em jogo do que pormenores legais. A disputa é pelo controle de vastos recursos naturais, incluindo hidrocarbonetos, uma riqueza mineral incalculável, o maior fornecimento de água fresca do mundo e direitos de pesca, assim como posicionamento geoestratégico, incluindo objectivos militares.
O interesse intenso que mostram pela Antárctida não é só por parte da Grã-Bretanha, também é pelo seu antigo apêndice colonial, a Austrália, que examinaremos mais adiante, não é só um caso isolado de luta agressiva, se não for ilegal, por energia estratégica e interesses económicos no estrangeiro às custas dos outros – todos os outros – mas parte de um modelo acelerado das principais potências ocidentais, e dos seus postos militares avançados, para conseguir o controle dos recursos mundiais a um ritmo vertiginoso.
A mesma campanha ocidental, actuando em diversas coligações ad hoc ou antigas, mas principalmente no condomínio militar colectivo que é a OTAN, é realizado no Círculo Árctico, no Golfo Pérsico, na cavidade do Mar Cáspio e no continente africano, particularmente no Golfo da Guiné
No Oceano Atlântico, não se limita ás manobras audazes da Grã-Bretanha, que nunca teriam sido tentadas, sem a cumplicidade dos seus aliados, mas também a uma acção pouco visível e da mesma grande escala e carência de precedentes, por parte da Austrália.
Em Abril do ano passado, a Comissão da ONU sobre os Limites da Plataforma Continental – através, sabe-se lá de que combinação de docilidade perante os poucos escolhidos e da negligência internacional – concedeu à Austrália 2,5 milhões mais de quilómetros quadrados no Oceano Atlântico, de modo que o território do país, nas palavras do Ministro de Recursos, Martin Ferguson, «expandiu-se para uma área cinco vezes o tamanho da França», o que, potencialmente, poderia assegurar uma «bonanza» em reservas de petróleo e gás no fundo do mar.”
«A decisão concede à Austrália direitos ao que existe sobre e debaixo da água do mar, incluindo reservas de petróleo e gás e também recursos biológicos potencialmente lucrativos».
A expansão das fronteiras do leito marítimo da Austrália, incluiu a meseta Kerguelen, perto da Ilhas Heard e McDonald, e prolonga-se em direcção ao sul, até à Antárctida. Desta forma, a Austrália converte-se na primeira nação a que se concedem direitos de propriedade exclusiva do oceano.
Referindo-se à secessão de Kosovo da Sérvia, organizada pelo Ocidente, dois meses antes, Dmitry Yevstafyev, do Centro de Estudos Políticos em Moscovo, pronunciou esta grave advertência:
«Este precedente é muito mais perigoso do que a independência do Kosovo. Surpreende-me que as autoridades russas tenham mantido silêncio sobre isso. Têm de declarar que é uma decisão ilegal, que origina um precedente perigoso, e exigir que o Secretário-Geral da ONU explique o raciocínio por detrás desta decisão».
«Se se formaliza a expansão do território da Austrália, destabiliza-se a operação dos mecanismos legais internacionais, que já foram seriamente afectados pela proclamação da independência do Kosovo».
«Pior ainda, vai abrir-se a porta para uma nova divisão em grande escala do mundo. O precedente do Pólo Sul poderá ser aplicado ao Pólo Norte, o que fará converter a luta pelos recursos do Árctico numa guerra global que, inevitavelmente, envolverá a Rússia».
O Tratado Antárctico de 1959, estipula que: «Nenhum acto ou actividade que tenha lugar enquanto o presente Tratado esteja em vigor, constituirá uma base para afirmar, apoiar ou negar uma reivindicação de soberania territorial na Antárctida, ou criar algum direito de soberania na Antárctida».
O chefe-adjunto da expedição russa à Antárctida, Vladimir Kuchin, declarou naquela ocasião, que «O Tratado Antárctico não reconhece nenhuma reivindicação por direitos, e a ONU não possui nenhum território e, por conseguinte, não pode aprovar extensões territoriais».
Um ano depois, a Austrália deu a conhecer o seu maior crescimento militar desde a Segunda Guerra Mundial, que inclui um aumento de 72.000 milhões de dólares com despesa militar, e a aquisição de doze submarinos «hunter-killer», três novos destruidores-interceptores de mísseis, todos equipados com mísseis de cruzeiro «Tomahawk», com um alcance de 2.200 quilómetros, e 100 «F-35 Lightning Joint Strike Fighters» americanos.
Esta nova máquina bélica contará agora com mais 2,5 milhões de quilómetros quadrados para se alargar e manobrar sobre o Oceano Atlântico, que segundo estipula o Tratado Antárctico deve manter-se livre de equipamentos e armamentos militares.
O Tratado declara que «é de interesse para toda a humanidade que a Antárctida seja sempre utilizada, exclusivamente para propósitos pacíficos, e não se converta no cenário ou no objecto de discórdia internacional», e que «a Antárctida seja utilizada só para propósitos pacíficos. Ali estarão proibidas, entre outras coisas, quaisquer medidas de natureza militar, como ter bases e fortificações militares, a realização de manobras militares, assim como o ensaio de todo o tipo de armas».
A Austrália, massivamente militarizada, terá a liberdade para deambular pelo extenso e auto-proclamado Território Antárctico australiano, apenas reconhecido pela Austrália e Grã-Bretanha, França, Nova Zelândia e Noruega, entre 192 nações do mundo.
Como foi formulado por um escritor do Reino Unido há mais de ano e meio: «Os dias do imperialismo britânico poderão ter ficado para trás, contudo os críticos receiam que estejamos a forjar um novo império, com sérias implicações políticas».
E no que se refere à Grã-Bretanha aplica-se com força comparável aos seus aliados na Europa, América do Norte e Sul do Pacífico.
Com o fim da Guerra-Fria, há quase vinte anos, qualquer ponto da terra, que tivesse escapado aos 500 anos de colonialismo europeu e aos seus sucessores neo-colonialistas europeus e americanos, converte-se agora num alvo legítimo para a avareza e agressão do Ocidente. O extremo sul do mundo não é excepção.
Se se realizar a expansão do território da Austrália, isto levará à destabilização da operação dos mecanismos legais internacionais, que já foram seriamente afectados pela proclamação da independência do Kosovo.
Ainda pior, irá abrir a porta a uma nova divisão do mundo em larga escala. O precedente do Pólo Sul poderia ser aplicado ao Pólo Norte, o que converteria a luta pelos recursos do Árctico numa guerra global que, inevitavelmente, envolveria a Rússia.
O dia 13 de Março deste ano marcou o prazo para que os «Estados apresentassem as reivindicações dos seus direitos, o que alguns peritos descreveram como a última partilha de território marítimo na história», segundo informação da Reuters em Outubro de 2007.
Naquela ocasião, o Foreign Office (Ministério dos Estrangeiros) britânico anunciou que iria apresentar uma pedido para expandir o território antárctico da nação em um milhão de quilómetros quadrados, e que apresentaria também «outras quatro pedidos…pelo território do leito marítimo atlântico próximo das Georgias do Sul e das Ilhas Malvinas (Falkland), e também próximo da Ilha Ascensão no Atlântico Sul, perto da Baía de Viscaya no Atlântico Norte, e na cavidade Hatton-Rockall, em frente das costas da Escócia.»
Antes de 1962, o território antárctico britânico era uma dependência das Ilhas Malvinas, incluindo também as Georgias do Sul e a Sandwich do Sul.
No dia 31 de Março deste ano, a Grã-Bretanha fez uma apresentação parcial à Comissão das Nações Unidas, sobre os limites da Plataforma Continental em relação à área Hatton-Rockall, no Noroeste atlântico (Rockall é uma minúscula ilha escarpada, contudo possui uma importância estratégica fora de proporção com o seu tamanho), o que permite ao país ter a sua única pretensão ao direito da plataforma árctica que, segundo cálculos, contém um quinto do petróleo que resta no mundo e quase um terço do gás natural que resta.
Londres iniciou conversações com Islândia, Irlanda e Dinamarca (na sua qualidade de proprietária da Ilhas Faroe) com o fim de utilizar Rockall para introduzir o Árctico na iminente pugna pelos seus recursos, um tema que foi explorado extensivamente noutro estudo desta série.
Numa acção paralela, contudo muito maior, a Grã-Bretanha apresentou no dia 11 de Maio a sua reivindicação à Comissão das Nações Unidas, pelo direito sobre os limites da Plataforma Continental, de um milhão de quilómetros quadrados que cobiça no Atlântico Sul e que se estendem dentro de Oceano Atlântico.
Foi a formalização dos planos revelados inicialmente em Outubro de 2007, e descritos numa informação à comunicação social nessa altura, de um plano para «estender a soberania britânica na Antárctida», uma zona que «cobre uma vasta área do leito marítimo nas proximidades da Antárctida britânica, perto do Pólo Sul».
Imediatamente, nações muito mais próximas da Antárctida e, por isso, com mais direitos a esse território, sobretudo a Argentina, apresentaram queixa de que «o pedido britânico…está em conflito com o Tratado Antárctico de 1959, assinado pela Grã-Bretanha, que impede toda a exploração de petróleo, gás e minerais que não seja para propósitos científicos».
O alarme também ressoou por outros sítios. Pouco depois da declaração britânica o jornal chinês People’s Daily informava:
«O Pólo Sul, um mundo de gelo e neve, converteu-se num ponto álgido nos últimos anos. O Ministério dos Estrangeiros argentino declarou que os Vice-ministros dos Estrangeiros da Argentina e do Chile vão reunir-se no princípio de Dezembro, para discutir o tema do Pólo Sul, e elaborar uma estratégia conjunta para boicotar os pedidos de soberania britânica sobre a plataforma continental do Pólo Sul».
A mesma fonte forneceu os seguintes elementos:
«A imensidade da terra aparentemente árida, coberta de gelo, revela-se e expõe-se ao mundo exterior, revelando um “mar de tesouros”», com depósitos e reservas de energia incrivelmente abundantes. Existe uma capa de carvão do Período Pérmico no continente e contém 500.000 milhões de toneladas de reservas conhecidas.
«A espessa abóbada de gelo sobre a terra alberga a maior reserva de água fresca do mundo; contém aproximadamente 29,3 milhões de metros cúbicos de gelo e forma 75% do abastecimento de água fresca da terra.
«Pode dizer-se que o Pólo Sul poderia alimentar todo o mundo com os seus abundantes stocks de alimentos (peixes) e água fresca».
E avisou que «o valor do Pólo Sul, não se limita à esfera económica, também reside na sua posição estratégica».
«Há já algum tempo que a Guarda Costeira dos Estados Unidos mantém guarnições na região e a Força Aérea dos Estados Unidos é a potência número um na zona».
«O Tratado do Pólo Sul (Antárctico) especifica que o Pólo Sul só pode ser explorado e desenvolvido com objectivos pacíficos, e não pode ser um campo de batalha. De outra forma, o Pólo Sul, coberto de gelo, podia converter-se num campo de batalha de um calor atroz».
Semanas depois da declaração britânica de 2007, o Ministro da Defesa do Chile, José Goñi, e o chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Ricardo Ortega, visitaram o Pólo Sul, e declararam que a utilização da base naval Arturo Prat seria reactivada formalmente em Março de 2008.
«Goñi declarou que a reactivação da base naval, juntamente com outras duas bases militares na região Antárctida, serviam para demonstrar a presença e soberania do Chile»…
Um jornal canadiano descreveu outro elemento da intensificada febre e luta pela Antárctida.
“Porquê sentiria alguém a necessidade de reivindicar o seu direito a um território diante das costas da Antárctida, uma ilha quase desabitada, a que só lá chegámos há cem anos? A motivação jaz nas profundezas marítimas: minerais, petróleo, gás».
Em Outubro de 2007, o Ministério dos Estrangeiros russo respondeu aos planos antárcticos da Grã-Bretanha declarando: «Por ser uma das nações que deram as maiores contribuições ao Tratado (Antárctico) de 1959 e aos estudos da Antárctida, este país tem trabalhado consequentemente contra a ideia da divisão da Antárctida na base de pedidos territoriais unilaterais e não reconheceu estas».
Um das apreciações mais directas sobre o projecto de divisão da maior área do planeta que não foi explorado veio de um jornal escocês:
«Desde a Idade de Ouro do Império, a Grã-Bretanha não havia reclamado o seu direito a uma área tão vasta da terra na cena mundial. E, embora o Império Britânico tenha desaparecido há já algum tempo, a Antárctida emergiu como o último campo de batalha para potências rivais, que competem em diversas frentes para conseguir territórios ricos em petróleo».
A autora deste artigo citado, Tanya Thomson, caracterizou o que está em jogo.
«A Grã-Bretanha prepara reivindicações territoriais sobre dezenas de milhares de quilómetros quadrados do fundo do Oceano Atlântico junto das Falkland (Malvinas) e da ilha Rockall, na esperança de anexar campos petrolíferos e de gás potencialmente lucrativos.
«A reivindicação do direito sobre as Falkland (Ilhas Malvinas) tem o maior potencial para consequências políticas, já que a Grã-Bretanha e a Argentina combateram pelas ilhas há 25 anos, e sabe-se que o valor do petróleo no fundo do mar da região é imenso. Ensaios sísmicos feitos sugerem que poderia haver 60.000 milhões de barris de petróleo no fundo do oceano».
«É inevitável que explorarão a área em busca de petróleo e gás. Vejam o que sucedeu nas Falkland (Malvinas) em 1982. Mas tratava-se de um continente desabitado e havia uma diplomacia dura e sanções se uma guerra estivesse a ponto de estalar pela Antárctida».
Com a aproximação do prazo de 13 de Maio de 2009 para apresentar reclamações sobre a Antárctida, a Rússia enviou em Janeiro à Antárctida o explorador e membro do Parlamento, Arthur Chilingarov, como representante especial do Presidente russo para a cooperação internacional no Árctico e Antárctida. Chilingarov dirigiu a expedição russa que colocou a bandeira nacional no leito marítimo do Pólo Norte em 2007.
O responsável pela expedição «Antárctida 2009», acompanhado por outros parlamentares, disse nessa altura: «Estamos a demonstrar definitivamente a todo o mundo que temos planos sérios para continuar com a investigação polar».
No que toca à Argentina, a intenção da Grã-Bretanha de formalmente atribuir a si própria uma área de um milhão de quilómetros quadrados da Antárctida, foi precedida pela concessão pelo Reino Unido de uma nova constituição para as Ilhas Malvinas em Novembro passado, concedendo-lhe um maior grau de autonomia nominal, mas confirmando o poder de Londres sobre «os negócios estrangeiros, defesa, segurança interna e justiça».
A Argentina apresentou um protesto e o seu Ministério dos Negócios Estrangeiros fez a seguinte declaração: «Esse acto unilateral britânico constitui, sobretudo, uma nova e aberta violação da Resolução 31/49 de 1976 da Assembleia-Geral da ONU, que urge que ambas as partes em disputa (Argentina e Reino Unido), se abstenham de tomar decisões unilaterais».
Buenos Aires condenou a acção britânica como uma «violação da soberania argentina e do direito internacional».
Em Janeiro deste ano, a Argentina renovou as suas preocupações pela «anacrónica situação colonial inadequada para o rumo e evolução do mundo moderno».
Perante a proximidade do 13 de Maio, a Argentina apresentou em fins de Abril uma contra-pedido baseada em doze anos de investigação, para questionar «a ilegítima ocupação britânica dos arquipélagos do Sul» e declarou que a “sua plataforma continental se estende desde o continente sul-americano e Antárctico, e desde um arquipélago de ilhas que a Grã-Bretanha também reivindica».
Ambas as pedidos devem ser examinadas e adjudicadas pela Comissão das Nações Unidas para os Limites da Plataforma Continental, sobre a base do Artigo 76 da Convenção das Nações Unidas da Lei sobre o Direito Marítimo, todavia, é indiscutível que há mais em jogo do que pormenores legais. A disputa é pelo controle de vastos recursos naturais, incluindo hidrocarbonetos, uma riqueza mineral incalculável, o maior fornecimento de água fresca do mundo e direitos de pesca, assim como posicionamento geoestratégico, incluindo objectivos militares.
O interesse intenso que mostram pela Antárctida não é só por parte da Grã-Bretanha, também é pelo seu antigo apêndice colonial, a Austrália, que examinaremos mais adiante, não é só um caso isolado de luta agressiva, se não for ilegal, por energia estratégica e interesses económicos no estrangeiro às custas dos outros – todos os outros – mas parte de um modelo acelerado das principais potências ocidentais, e dos seus postos militares avançados, para conseguir o controle dos recursos mundiais a um ritmo vertiginoso.
A mesma campanha ocidental, actuando em diversas coligações ad hoc ou antigas, mas principalmente no condomínio militar colectivo que é a OTAN, é realizado no Círculo Árctico, no Golfo Pérsico, na cavidade do Mar Cáspio e no continente africano, particularmente no Golfo da Guiné
No Oceano Atlântico, não se limita ás manobras audazes da Grã-Bretanha, que nunca teriam sido tentadas, sem a cumplicidade dos seus aliados, mas também a uma acção pouco visível e da mesma grande escala e carência de precedentes, por parte da Austrália.
Em Abril do ano passado, a Comissão da ONU sobre os Limites da Plataforma Continental – através, sabe-se lá de que combinação de docilidade perante os poucos escolhidos e da negligência internacional – concedeu à Austrália 2,5 milhões mais de quilómetros quadrados no Oceano Atlântico, de modo que o território do país, nas palavras do Ministro de Recursos, Martin Ferguson, «expandiu-se para uma área cinco vezes o tamanho da França», o que, potencialmente, poderia assegurar uma «bonanza» em reservas de petróleo e gás no fundo do mar.”
«A decisão concede à Austrália direitos ao que existe sobre e debaixo da água do mar, incluindo reservas de petróleo e gás e também recursos biológicos potencialmente lucrativos».
A expansão das fronteiras do leito marítimo da Austrália, incluiu a meseta Kerguelen, perto da Ilhas Heard e McDonald, e prolonga-se em direcção ao sul, até à Antárctida. Desta forma, a Austrália converte-se na primeira nação a que se concedem direitos de propriedade exclusiva do oceano.
Referindo-se à secessão de Kosovo da Sérvia, organizada pelo Ocidente, dois meses antes, Dmitry Yevstafyev, do Centro de Estudos Políticos em Moscovo, pronunciou esta grave advertência:
«Este precedente é muito mais perigoso do que a independência do Kosovo. Surpreende-me que as autoridades russas tenham mantido silêncio sobre isso. Têm de declarar que é uma decisão ilegal, que origina um precedente perigoso, e exigir que o Secretário-Geral da ONU explique o raciocínio por detrás desta decisão».
«Se se formaliza a expansão do território da Austrália, destabiliza-se a operação dos mecanismos legais internacionais, que já foram seriamente afectados pela proclamação da independência do Kosovo».
«Pior ainda, vai abrir-se a porta para uma nova divisão em grande escala do mundo. O precedente do Pólo Sul poderá ser aplicado ao Pólo Norte, o que fará converter a luta pelos recursos do Árctico numa guerra global que, inevitavelmente, envolverá a Rússia».
O Tratado Antárctico de 1959, estipula que: «Nenhum acto ou actividade que tenha lugar enquanto o presente Tratado esteja em vigor, constituirá uma base para afirmar, apoiar ou negar uma reivindicação de soberania territorial na Antárctida, ou criar algum direito de soberania na Antárctida».
O chefe-adjunto da expedição russa à Antárctida, Vladimir Kuchin, declarou naquela ocasião, que «O Tratado Antárctico não reconhece nenhuma reivindicação por direitos, e a ONU não possui nenhum território e, por conseguinte, não pode aprovar extensões territoriais».
Um ano depois, a Austrália deu a conhecer o seu maior crescimento militar desde a Segunda Guerra Mundial, que inclui um aumento de 72.000 milhões de dólares com despesa militar, e a aquisição de doze submarinos «hunter-killer», três novos destruidores-interceptores de mísseis, todos equipados com mísseis de cruzeiro «Tomahawk», com um alcance de 2.200 quilómetros, e 100 «F-35 Lightning Joint Strike Fighters» americanos.
Esta nova máquina bélica contará agora com mais 2,5 milhões de quilómetros quadrados para se alargar e manobrar sobre o Oceano Atlântico, que segundo estipula o Tratado Antárctico deve manter-se livre de equipamentos e armamentos militares.
O Tratado declara que «é de interesse para toda a humanidade que a Antárctida seja sempre utilizada, exclusivamente para propósitos pacíficos, e não se converta no cenário ou no objecto de discórdia internacional», e que «a Antárctida seja utilizada só para propósitos pacíficos. Ali estarão proibidas, entre outras coisas, quaisquer medidas de natureza militar, como ter bases e fortificações militares, a realização de manobras militares, assim como o ensaio de todo o tipo de armas».
A Austrália, massivamente militarizada, terá a liberdade para deambular pelo extenso e auto-proclamado Território Antárctico australiano, apenas reconhecido pela Austrália e Grã-Bretanha, França, Nova Zelândia e Noruega, entre 192 nações do mundo.
Como foi formulado por um escritor do Reino Unido há mais de ano e meio: «Os dias do imperialismo britânico poderão ter ficado para trás, contudo os críticos receiam que estejamos a forjar um novo império, com sérias implicações políticas».
E no que se refere à Grã-Bretanha aplica-se com força comparável aos seus aliados na Europa, América do Norte e Sul do Pacífico.
Com o fim da Guerra-Fria, há quase vinte anos, qualquer ponto da terra, que tivesse escapado aos 500 anos de colonialismo europeu e aos seus sucessores neo-colonialistas europeus e americanos, converte-se agora num alvo legítimo para a avareza e agressão do Ocidente. O extremo sul do mundo não é excepção.
A liquidez anula o significado de "inflação"
Os termos convencionais de inflação e deflação já não são adequados para descrever o efeito monetário geral do excesso de liquidez recentemente libertado pelo US Federal Reserve, o banco central do país, para sanar o esmagamento do crédito que já perdura há um ano.
Isto acontece porque a abordagem adoptada pelo Tesouro e pelo Fed para tratar de uma crise financeira de dívida insustentável criada pelo excesso de liquidez é injectar mais liquidez na forma tanto de nova dívida pública como de dinheiro recém-criado na economia e canalizá-lo para instituições carregadas de dívida a fim de reflacionar uma bolha de preços de activos conduzida pela dívida já estourada.
O Tesouro não tem qualquer poder para criar dinheiro novo. Ele tem de tomar emprestado no mercado de crédito, transformando portanto dívida privada em dívida pública. O Fed tem a autoridade para criar dinheiro novo. Infelizmente, o dinheiro novo do Fed não tem ido para os consumidores na forma de pleno emprego com elevação de salários a fim de restaurar a procura em queda, mas ao contrário tem ido apenas para instituições aflitas infestadas de dívida a fim de que possam desalavancar da dívida tóxica. Portanto a deflação no mercado de acções (com preços em queda) tem sido amortecida pelo dinheiro recém emitido, ao passo que o rendimento salarial agregado continua a cair e, mais uma vez, a reduzir a procura agregada.
A procura em queda deflaciona os preços das mercadorias, mas não o suficiente para restaurar a procura porque os salários agregados estão a cair mais rapidamente. Quando instituições financeiras desalavancam com o dinheiro gratuito do banco central, os credores recebem o dinheiro ao passo que o Fed assume o passivo tóxico através da expansão do seu balanço. O desalavancamento reduz custos financeiros ao mesmo tempo que aumenta o fluxo de caixa para permitir a instituições financeiras zumbis retornarem à lucratividade nominal com rendimento não ganho, enquanto despedem trabalhadores para cortar no custo operacional. Portanto temos inflação do lucro financeiro com deflação de preços numa economia em retracção.
O que teremos pela frente não é uma hiper-inflação de preços do tipo República de Weimar, mas sim uma inflação do lucro na qual instituições financeiras zumbis se tornam nominalmente lucrativas numa economia em colapso. O perigo é que este lucro financeiro nominal e não ganho seja interpretado erradamente como um sinal de recuperação económica, induzindo o público a investir o que resta da riqueza que ainda possui, só para perder mais no colapso seguinte do mercado, o qual acontecerá quando estourar a bolha do lucro.
A hiper-inflação é fatal porque a cobertura (hedging) contra ela provoca fracassos do mercado que destroem riqueza. Normalmente, quando os mercados estão a funcionar, a inflação não coberta (unhedged) favorece os devedores ao reduzir o valor dos passivos que eles devem aos credores. Ao invés de destruir riqueza, a inflação não coberta simplesmente transfere riqueza dos credores para os devedores. Mas com a intervenção do governo no mercado financeiro, tanto os devedores como os credores são os contribuintes. Em tais circunstâncias, mesmo inflação moderada destrói riqueza porque não há partes vencedoras.
Dívida denominada em moeda fiduciária é riqueza tomada emprestada para ser reembolsada posteriormente com riqueza armazenada em dinheiro protegido pela política monetária. A desalavancagem da banca com o novo dinheiro do Fed cancela dívida privada ao valor facial pleno com dinheiro que não foi ganho por ninguém, isto é, sem riqueza armazenada. Esta espécie de dinheiro é tóxica pois quanto mais valioso for (com poder de compra acrescido para comprar mais quando os preços deflacionam), mais degrada ele a riqueza porque nenhuma riqueza foi posta no dinheiro a ser armazenado, negando portanto o pré-requisito do dinheiro como armazenador de valor.
Isto não é destruição da procura porque o declínio na procura é temporariamente atrasado pelo novo dinheiro. É, ao contrário, a destruição do dinheiro como um restaurador de valor ao mesmo tempo que produz um efeito enganoso e desconcertante sobre a procura agregada.
Pensar acerca do valor de qualquer activo real (ouro, petróleo e assim por diante) em termos de dinheiro (dólar) é enganoso. O caminho correcto é pensar acerca do valor do dinheiro (dólares) em termos de activos (ouro, petróleo), porque activos (ouro, petróleo, etc) são riqueza. O Fed pode criar dinheiro, mas não pode criar riqueza.
Os banqueiros centrais são suficientemente astutos para saberem que apesar de poderem criar dinheiro, não podem criar riqueza. Para atar dinheiro a riqueza, os banqueiros centrais devem combater a inflação como se ela fosse uma praga financeira. Mas a primeira lei do crescimento económico declara que para criar riqueza através do crescimento, alguma inflação tem de ser tolerada.
A solução então é fazer com que os trabalhadores pobres paguem pelo sofrimento infligido pela inflação dando aos ricos a maior fatia da riqueza monetizada criada através da inflação, de modo a que a perda do poder de compra devida à inflação seja suportada principalmente pelos trabalhadores pobres de baixos salários e não pelos possuidores de capital, cujo valor monetário é protegido da inflação através de salários baixos. Portanto os trabalhadores pobres perdem tanto nos tempos de expansão como nos tempos de declínio.
O monetarismo considera a inflação como benigna na medida em que os salários ascendam a um ritmo mais lento do que os preços dos activos. A lei de ferro monetarista dos salários funcionou na era industrial, com o excesso de capacidade resultante absorvido pelo consumo conspícuo das classes endinheiradas, embora isto finalmente anunciasse uma era de revoluções. Mas a lei de ferro dos salários já não funciona mais na era pós-industrial na qual o crescimento só pode vir da administração da procura em massa porque a super-capacidade cresceu para além da possibilidade de o consumo conspícuo de uns poucos a absorverem numa democracia económica.
Este tem sido o problema básico da economia global durante as últimas três décadas. Salários baixos mesmo em tempos de expansão levaram o mundo ao seu actual estado lamentável de super-capacidade mascarada pela procura insustentável criada por uma bolha da dívida que finalmente implodiu em Julho de 2007. Todo o mundo está agora a produzir bens e serviços feitos por trabalhadores de baixos salários que não podem permitir-se comprar aquilo que fazem excepto assumindo dívidas que acabarão por incumprir pois os seus baixos rendimentos não permitem servi-la.
Todos os gastos de estímulo de todos os governos perpetuam esta disfuncionalidade. Não haverá recuperação deste sistema financeiro disfuncional. Só a reforma rumo ao pleno emprego com salários em ascensão salvará esta economia severamente defeituosa.
Como é que isso pode ser feito? É simples. Basta tornar o custo de aumentos salariais dedutíveis do imposto sobre o rendimento corporativo e tornar as poupanças decorrentes de lay-offs tributáveis como rendimento corporativo.
Isto acontece porque a abordagem adoptada pelo Tesouro e pelo Fed para tratar de uma crise financeira de dívida insustentável criada pelo excesso de liquidez é injectar mais liquidez na forma tanto de nova dívida pública como de dinheiro recém-criado na economia e canalizá-lo para instituições carregadas de dívida a fim de reflacionar uma bolha de preços de activos conduzida pela dívida já estourada.
O Tesouro não tem qualquer poder para criar dinheiro novo. Ele tem de tomar emprestado no mercado de crédito, transformando portanto dívida privada em dívida pública. O Fed tem a autoridade para criar dinheiro novo. Infelizmente, o dinheiro novo do Fed não tem ido para os consumidores na forma de pleno emprego com elevação de salários a fim de restaurar a procura em queda, mas ao contrário tem ido apenas para instituições aflitas infestadas de dívida a fim de que possam desalavancar da dívida tóxica. Portanto a deflação no mercado de acções (com preços em queda) tem sido amortecida pelo dinheiro recém emitido, ao passo que o rendimento salarial agregado continua a cair e, mais uma vez, a reduzir a procura agregada.
A procura em queda deflaciona os preços das mercadorias, mas não o suficiente para restaurar a procura porque os salários agregados estão a cair mais rapidamente. Quando instituições financeiras desalavancam com o dinheiro gratuito do banco central, os credores recebem o dinheiro ao passo que o Fed assume o passivo tóxico através da expansão do seu balanço. O desalavancamento reduz custos financeiros ao mesmo tempo que aumenta o fluxo de caixa para permitir a instituições financeiras zumbis retornarem à lucratividade nominal com rendimento não ganho, enquanto despedem trabalhadores para cortar no custo operacional. Portanto temos inflação do lucro financeiro com deflação de preços numa economia em retracção.
O que teremos pela frente não é uma hiper-inflação de preços do tipo República de Weimar, mas sim uma inflação do lucro na qual instituições financeiras zumbis se tornam nominalmente lucrativas numa economia em colapso. O perigo é que este lucro financeiro nominal e não ganho seja interpretado erradamente como um sinal de recuperação económica, induzindo o público a investir o que resta da riqueza que ainda possui, só para perder mais no colapso seguinte do mercado, o qual acontecerá quando estourar a bolha do lucro.
A hiper-inflação é fatal porque a cobertura (hedging) contra ela provoca fracassos do mercado que destroem riqueza. Normalmente, quando os mercados estão a funcionar, a inflação não coberta (unhedged) favorece os devedores ao reduzir o valor dos passivos que eles devem aos credores. Ao invés de destruir riqueza, a inflação não coberta simplesmente transfere riqueza dos credores para os devedores. Mas com a intervenção do governo no mercado financeiro, tanto os devedores como os credores são os contribuintes. Em tais circunstâncias, mesmo inflação moderada destrói riqueza porque não há partes vencedoras.
Dívida denominada em moeda fiduciária é riqueza tomada emprestada para ser reembolsada posteriormente com riqueza armazenada em dinheiro protegido pela política monetária. A desalavancagem da banca com o novo dinheiro do Fed cancela dívida privada ao valor facial pleno com dinheiro que não foi ganho por ninguém, isto é, sem riqueza armazenada. Esta espécie de dinheiro é tóxica pois quanto mais valioso for (com poder de compra acrescido para comprar mais quando os preços deflacionam), mais degrada ele a riqueza porque nenhuma riqueza foi posta no dinheiro a ser armazenado, negando portanto o pré-requisito do dinheiro como armazenador de valor.
Isto não é destruição da procura porque o declínio na procura é temporariamente atrasado pelo novo dinheiro. É, ao contrário, a destruição do dinheiro como um restaurador de valor ao mesmo tempo que produz um efeito enganoso e desconcertante sobre a procura agregada.
Pensar acerca do valor de qualquer activo real (ouro, petróleo e assim por diante) em termos de dinheiro (dólar) é enganoso. O caminho correcto é pensar acerca do valor do dinheiro (dólares) em termos de activos (ouro, petróleo), porque activos (ouro, petróleo, etc) são riqueza. O Fed pode criar dinheiro, mas não pode criar riqueza.
Os banqueiros centrais são suficientemente astutos para saberem que apesar de poderem criar dinheiro, não podem criar riqueza. Para atar dinheiro a riqueza, os banqueiros centrais devem combater a inflação como se ela fosse uma praga financeira. Mas a primeira lei do crescimento económico declara que para criar riqueza através do crescimento, alguma inflação tem de ser tolerada.
A solução então é fazer com que os trabalhadores pobres paguem pelo sofrimento infligido pela inflação dando aos ricos a maior fatia da riqueza monetizada criada através da inflação, de modo a que a perda do poder de compra devida à inflação seja suportada principalmente pelos trabalhadores pobres de baixos salários e não pelos possuidores de capital, cujo valor monetário é protegido da inflação através de salários baixos. Portanto os trabalhadores pobres perdem tanto nos tempos de expansão como nos tempos de declínio.
O monetarismo considera a inflação como benigna na medida em que os salários ascendam a um ritmo mais lento do que os preços dos activos. A lei de ferro monetarista dos salários funcionou na era industrial, com o excesso de capacidade resultante absorvido pelo consumo conspícuo das classes endinheiradas, embora isto finalmente anunciasse uma era de revoluções. Mas a lei de ferro dos salários já não funciona mais na era pós-industrial na qual o crescimento só pode vir da administração da procura em massa porque a super-capacidade cresceu para além da possibilidade de o consumo conspícuo de uns poucos a absorverem numa democracia económica.
Este tem sido o problema básico da economia global durante as últimas três décadas. Salários baixos mesmo em tempos de expansão levaram o mundo ao seu actual estado lamentável de super-capacidade mascarada pela procura insustentável criada por uma bolha da dívida que finalmente implodiu em Julho de 2007. Todo o mundo está agora a produzir bens e serviços feitos por trabalhadores de baixos salários que não podem permitir-se comprar aquilo que fazem excepto assumindo dívidas que acabarão por incumprir pois os seus baixos rendimentos não permitem servi-la.
Todos os gastos de estímulo de todos os governos perpetuam esta disfuncionalidade. Não haverá recuperação deste sistema financeiro disfuncional. Só a reforma rumo ao pleno emprego com salários em ascensão salvará esta economia severamente defeituosa.
Como é que isso pode ser feito? É simples. Basta tornar o custo de aumentos salariais dedutíveis do imposto sobre o rendimento corporativo e tornar as poupanças decorrentes de lay-offs tributáveis como rendimento corporativo.
quarta-feira, junho 03, 2009
terça-feira, junho 02, 2009
Manifestação histórica
A maior manifestação de protesto jamais realizada, em Portugal, pelos profissionais da PSP, reuniu, dia 21, mais de oito mil polícias, que exigiram um estatuto que os dignifique e repudiarem as intenções do Governo PS.
Promovida pelas nove estruturas sindicais da PSP, numa acção de unidade sem paralelo nos últimos 20 anos, a acção superou todas as expectativas das entidades promotoras, tendo-se a manifestação alongado por mais de um quilómetro, dos Restauradores ao Terreiro do Paço, onde terminou a acção, diante do Ministério da Administração Interna.
«O Governo vai ter de fazer uma leitura desta manifestação e alterar a sua postura para com os polícias», afirmou Paulo Rodrigues, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), quando chegava ao Terreiro do Paço, sem disfarçar a satisfação pela força do protesto.
Em causa está o novo estatuto dos polícias, que o Governo pretende aplicar com sérias consequências nos vencimentos e nas carreiras destes profissionais.
Os sindicatos exigem que seja introduzida uma tabela remuneratória justa e adequada ao serviço, a não inclusão da PSP na Lei de vínculos, carreiras e remunerações da Função Pública, a pré-aposentação aos 55 anos ou aos 36 de serviço, a atribuição do subsídio de risco a todos os elementos da PSP e o acesso dos cônjuges aos serviços de saúde da PSP.
Mantendo-se a situação e se não forem atendidas as reivindicações dos trabalhadores da PSP, até 8 de Junho, um dia depois das eleições para o Parlamento Europeu, os sindicatos propuseram aos manifestantes que, naquela data, se desloquem à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, e ali entreguem os bonés do seu fardamento, num novo acto de protesto e de luta.
Promovida pelas nove estruturas sindicais da PSP, numa acção de unidade sem paralelo nos últimos 20 anos, a acção superou todas as expectativas das entidades promotoras, tendo-se a manifestação alongado por mais de um quilómetro, dos Restauradores ao Terreiro do Paço, onde terminou a acção, diante do Ministério da Administração Interna.
«O Governo vai ter de fazer uma leitura desta manifestação e alterar a sua postura para com os polícias», afirmou Paulo Rodrigues, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), quando chegava ao Terreiro do Paço, sem disfarçar a satisfação pela força do protesto.
Em causa está o novo estatuto dos polícias, que o Governo pretende aplicar com sérias consequências nos vencimentos e nas carreiras destes profissionais.
Os sindicatos exigem que seja introduzida uma tabela remuneratória justa e adequada ao serviço, a não inclusão da PSP na Lei de vínculos, carreiras e remunerações da Função Pública, a pré-aposentação aos 55 anos ou aos 36 de serviço, a atribuição do subsídio de risco a todos os elementos da PSP e o acesso dos cônjuges aos serviços de saúde da PSP.
Mantendo-se a situação e se não forem atendidas as reivindicações dos trabalhadores da PSP, até 8 de Junho, um dia depois das eleições para o Parlamento Europeu, os sindicatos propuseram aos manifestantes que, naquela data, se desloquem à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, e ali entreguem os bonés do seu fardamento, num novo acto de protesto e de luta.
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