sexta-feira, junho 05, 2009

Será natural ou imposto?

As tuas decisões políticas interferem na evolução biológica dos teus filhos!

Está certo. Entendo que uma frase assim pode gerar certa descrença ou minimizar a idoneidade de quem a escreve. Porém, reitero, a saúde dos teus filhos, a sua resistência aos patogénicos externos, o seu crescimento, a sua capacidade intelectual, a estabilidade psíquica, são directamente modificadas pelas nossas escolhas politicas.

Migando esta afirmação, sem uma especialização académica ou empírica muito profunda mas com base na recolha da informação necessária, partindo dos resultados dos últimos estudos ou investigações sobre a memória genética, estamos hoje em condições de afirmar que, ao contrário do que se defendia, o ADN não é a base da nossa herança genética, o veículo que transporta tal informação é o denominado ARN, imutável desde a fusão embrionária.

Assim, requalificamos o ADN e podemos passar a entende-lo como o processador de um computador.

No relativo ao ARN, este deve compreendido como o sistema operativo da máquina.

Por outra parte, sabemos também que, a modulação epigenética, metilação do ADN através de agentes exógenos, provoca marcações que se poderiam assemelhar aos populares codécs, que permitem ao processador, com um determinado sistema operativo, executar tarefas especificas assimilando, reproduzindo e utilizando, cifras próprias ou extraordinárias, de um arquivo criado num entorno, ou para um entorno, diferente.

Assim ocorre connosco, quando confrontados com a existência num meio hostil ao desenvolvimento óptimo da nossa espécie, muitas vezes suportando factores que nos colocariam em situações criticas no relativo à sustentabilidade de diversas formas de vida, mais se a exposição a esses derivados de práticas nocivas, no modo de vida ou no comportamento social - para não entrarmos em aspectos ligados à produção, mesmo sendo esta área uma das que maior impacto pode gerar - se torna uma constante.

O ADN é marcado, que não geneticamente mutado; não existe uma mutação molecular, e passa a interactuar com o entorno, respondendo a este, apoiado também na especificidade do ARN. Quando se replica, o ADN, continua comportando as peculiaridades do ARN mas reserva uma certa “idiossincrasia”, adaptando-se assim à realidade.

No relativo à reprodução, mas assim mesmo, no concernente à manutenção da nossa estrutura celular, tudo o que produzimos sofre essa influência, tornando mais coerente a frase “do que se come se cria”, e, mesmo não sendo esta uma verdade científica absoluta, agora podemos também asseverar essa negação.

Desviando a nossa atenção um pouco, observando a qualidade ecoambiental do nosso planeta, ponderando a mesma desde uma retrospectiva cronológica e apelando aos dados que se podem encontrar na bibliografia relacionada, mas, fundamentalmente, na natureza, concluímos que, cada vez vivemos num mundo mais sujo, mais agressivo com as espécies animais, gerando, particularmente na humana mas não só, factores de pressão que não teriam porque existir – ainda que cada um a assimíle de forma diferente, e que, sem os quais, deveríamos evoluir à descoberta da nossa condição.
Muitos dos factores referidos anteriormente, são, sem dúvida, o reflexo, também, da nossa natureza, ainda que, desde há muitos séculos, se tenha verificado que a propriedade, ontem capitalismo, hoje imperialismo, mas sempre acumulação, outorga poder àqueles que propugnam; poderíamos mesmo dizer, pela evolução obscurantista, evolução que pretere o desenvolvimento das características essenciais da espécie, as quais nos diferenciam da restante fauna - com um potencial todos os dias escondido pela manipulação dos poderosos e que é bastante mais rico que o factor que defendem, em prol do enaltecimento da condição animal mais básica, sendo a vontade facilmente conduzida e subjugada aos desígnios, não dos iluminatti, mas daqueles que agarram a tirania amparados na dependência à qual obriga este limitador paradigma .

Como exemplos poderíamos considerar a história dos estados-unidos da america do norte, desde a sua colonização até à actualidade, ou, o aspecto de nativos de países colonizados – que não os neuro-fisiológicos, senão não assistiríamos às mudanças que acontecem na América do sul - os quais, também relacionado com a correlação de forças, exibem uma significativa diferença física, sem atender à coloração da pele, e que, chega ao extremo de tornar “pigmeus” toda uma tribo Brasileira, devido à fome que experimentaram os seus antecessores

De outra forma, poderia dizer que - e espero não estar a entrar demasiado numa área na qual não sou especialista - o ataque dos exploradores ao nosso sistema imunológico, aumenta também a possibilidade de metástases, perdas cognitivas, diminuição na capacidade de aprendizagem, envelhecimento prematuro, ao contrário de uma vida em relativa liberdade, a qual, só mesmo por proporcionar uma impressão de respeito pela vida, pode facilitar o aumento das células “T” – quase 70% dos linfócitos do nosso sistema imunológico – e, incrementar a neurogénese, a produção de células nervosas, potenciando a renovação constante das mesmas, eliminando células auto-imunes, em fim de ciclo, e facilitando a produção levada a cabo pelo hipotálamo e que permitiria alcançar o desenvolvimento completo da nossa capacidade intelectual.

No caso anterior, e como abstracção, poderíamos trabalhar metade da vida e manter capacidades para desfrutar da mesma durante a outra metade, produzindo evolução depois de uma trajectória de enriquecimento e capacitação, desenvolvendo a criatividade nas áreas da nossa apetência

Não querendo ser visto como um positivista, sou contudo levado a afirmar que, evitar a segregação, a clivagem, a escravatura ou a dependência, depende de nós, povo, podendo começar por contrariar o processo de Bolonha, com o voto, parando a privatização dos serviços nacionais de saúde, com o voto, exigindo salários dignos, com o voto, exigindo garantias, direitos, emprego, reformas realmente compensatórias e, sobretudo, justiça e igualdade na diversidade, com o voto.
Entendo assim mesmo que, é natural que muitos de nós pensemos que não vale a pena, que todos os partidos só lá estão para polarizar as 4 ou 5 reacções tipicas do homem, tal e como as modelaram, mas os mortos também falam, e não acredito que alguém morra entregando a sua vida a uma mentira.

Concluindo, sei que sim é possível uma vida melhor, é necessário porém mudar de rumo, e, com toda a legitimidade, assumo que paire no ar uma questão de vital importância: O que é que vou mudar com um voto, sobretudo com um voto de castigo? A resposta é minha, pode ser peculiar, mas é uma realidade: O ser humano muda várias vezes todas as células do seu corpo, dentro de alguns anos nenhuma daquelas que nos constituem hoje nos acompanhará, permitindo-nos, assim, decidir encontrar o homem novo, basta querer, mas fundamentalmente, permite-nos ganhar coragem, olhar em frente, levantarmo-nos do sofá e, dia 7, exercer a nossa vontade.

Esta é uma forma de tentar entender a influência do fascismo, desde diferentes disciplinas que me são alheias, provavelmente existam falhas importantes nesta pseudo-tese, mas, votei hoje!


A revolução é hoje!

4 comentários:

Ana Camarra disse...

CRN

Tenho de pensar nisso melhor!
Que as nossas opções politicas influenciam o futuro dos nossos filhos, parece-me linear, mas há muita coisa a descascar nesse ananás.
Não tenho é tempo agora....

:(

Mário Pinto disse...

Ana,

Não falo só do futuro, que também.
Aí fica o ananás, amadurecendo.


A revolução é hoje!

Ana Camarra disse...

Crn

Li com muita calma e muita atenção.
Não sei se as nossas escolçhas politicvas se embranham no nosso organismo dessa forma que descreves, admito que sim.
No meu caso por exemplo tenho na minha genese várias coisas, referi-me a 3 no máximo 4 gerações atrás: pessoas que passaram fome e dificuldades extremas no entanto inteligentissimos, cultos, acima da média, sem instrução formal; empreendedores que conseguiram montar uma média empresa; pessoas que viviam espartilhados em preconceitos e regras, com uma cultura e capacidade financeira acima da média, pequenos vigaristas.
Sei que genéticamente tenho bisavós nascidos na Cornualha, que no séc XIX tinham um grau académico superior; uma trisavó India da Amazónia, que saiba nunca aprendeu a ler, transportou esse tipo sabedoria secular; uns muito porteguesinhos, que devbido a uma anomalia genética diferente nos homens e nas mulheres, por a qual sou afectada, descendentes de tribos berberes.
Dessa caldeirada resultaram: alcolicos, toxicodependentes, artistas plásticos, profissionais de saude, arquitectos, engenheiros, pessoas profundamente religiosas, ateus, advogados, operários, de uma maneira geral todos temos aptência para outras linguas, politicamente há de tudo, do PSD, PS,BE e PCP...
Há algo mais têm de haver algo mais que nos torna assim unicos.

beijos

CRN disse...

Ana,

No que se refere à desigualdade que promove o capitalismo, o contributo actual de todos os povos é a única forma de a evitar.
No relativo na evoluçao desses mesmos, atendendo à realidade concreta de cada sociedade, podiamos considera-la uma preocupaçao comum.


A revoluçao é hoje!