quinta-feira, outubro 29, 2009

Acerca do Infantilismo "de Esquerda" e do Espírito Pequeno-Burguês


«No decurso da Primavera e Verão próximos — escrevem os 'esquerdas' nas suas teses — deve começar a derrocada do sistema imperialista que, no caso de vitória do imperialismo alemão na actual fase da guerra, só poderá ser adiada e se exprimirá então em formas ainda mais agudas.»

A formulação é aqui ainda mais infantilmente imprecisa, não obstante todo o jogo ao científico. É próprio de crianças «compreender» a ciência como se ela pudesse determinar em que ano, na Primavera e no Verão ou no Outono e no Inverno, «deve» «começar a derrocada».

São esforços ridículos para saber o que não se pode saber. Nenhum político sério dirá alguma vez quando «deve começar» esta ou aquela derrocada do «sistema» (tanto mais que a derrocada do sistema já começou, e do que se trata é do momento da explosão nos diferentes países). Mas através da impotência infantil da formulação abre caminho uma verdade indiscutível: as explosões da revolução noutros países mais avançados estão mais perto de nós agora, um mês depois da «trégua» iniciada com a conclusão da paz, do que estavam há um mês ou mês e meio.

E então?

Então tinham inteira razão e foram já justificados pela história os partidários da paz, os que tentaram meter na cabeça dos que gostam de atitudes espectaculares que é necessário saber calcular a correlação de forças e não ajudar os imperialistas, facilitando-lhes o combate contra o socialismo quando o socialismo é ainda fraco e as probabilidades de êxito do combate são evidentemente desfavoráveis para o socialismo.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Irracionalidade económica contra os trabalhadores e a soberania nacional

O nosso comércio externo

Em artigo anterior, em 8/10, nas páginas do jornal Avante!, analisámos a exagerada dimensão das nossas importações, salientando, entre outros aspectos, as consequências da desindustrialização e o criminoso défice alimentar imposto ao País. No presente artigo vamos analisar, em termos genéricos, as nossas exportações, bem como o diferencial entre aquilo que, relativamente ao estrangeiro, compramos e vendemos.

Em 2008 exportámos bens e serviços na ordem dos 37 949 milhões de euros.
Este valor, comparativamente às importações, representa uma taxa de cobertura de 62%, ou seja, no binómio «importação-exportação» somos deficitários em cerca de 23 225 milhões de euros, valor que, em tese, a ser totalmente suprido pela nossa produção, daria emprego à totalidade dos nossos desempregados.
O valor do défice da balança comercial, traduzido em mão-de-obra, supera, pois, o valor do desemprego.
É evidente que, na prática, isso não será totalmente viável, porque não dispomos de poços de petróleo, porque a dimensão de um mercado interno com cerca de 10 milhões de habitantes obriga a uma certa complementaridade na troca de bens e mercadorias e porque nuns produtos temos excedentes e noutros temos falta.
Portugal, tal como generalidade dos países, não reunindo condições para ser auto-suficiente, reúne, porém, condições, na base de um outro modelo de desenvolvimento económico, para resolver uma parte significativa dos estrangulamentos que a direita e as políticas de direita, em nome da economia de mercado, impuseram ao País.
Para se perceber a dimensão da gravidade da nossa situação económica vejamos alguns indicadores.
A pergunta que se faz, desde já, é a seguinte: o que é que exportamos?
No topo da lista surgem as máquinas, aparelhos e material eléctrico, no valor de 6855 milhões de euros, logo seguido do material de transporte no valor de 4603 milhões de euros, o que, em conjunto, representam cerca de 30% do total das nossas exportações.
Este valor, aparentemente positivo, esconde um facto importante, ou seja, a importância do capital estrangeiro no nosso comércio internacional, tendo em conta que muitos dos produtos exportados integram pouca ou reduzida incorporação de matérias-primas, produtos intermédios e produtos acabados de origem portuguesa.
Retenhamos, a este propósito, o caso clássico da Quimonda que importava, praticamente, a totalidade da matéria-prima de que necessitava a qual, sujeita à laboração da nossa mão-de-obra, era, posteriormente, totalmente exportada.
O Governo, recentemente, valorizou a alteração havida na composição da exportação para sublinhar que o têxtil, o vestuário, a madeira, a cortiça e o calçado já não ocupam os lugares cimeiros no ranking da exportação, embora, globalmente, tais sectores tradicionais, tendo exportado 6257 milhões de euros, representem cerca de 16% do total das exportações.
O que o Governo não nos disse foi, insistimos, o valor da incorporação da indústria nacional e os respectivos défices. Quanto a estes últimos vejamos.

Défice da balança comercial

Como já atrás foi referido o nosso défice rondou, em 2008, os 23 225 milhões de euros.
Tal défice é, predominantemente, explicado por:
- 7550 milhões de euros em produtos minerais, de onde sobressaem os combustíveis, óleos minerais e materiais betuminosos;
- 4217 milhões de euros em máquinas, aparelhos e material eléctrico;
- 3337 milhões de euros em produtos das indústrias químicas;
- 2328 milhões de euros em metais comuns e suas obras;
- 2155 milhões de euros em material de transporte;
- 1847 milhões de euros em produtos do reino vegetal;
- 1763 milhões de euros em animais vivos e produtos do reino animal.
Bastaria haver, da parte do Governo, um investimento na área da investigação científica aplicada à racionalização do uso da energia para baixar significativamente a importação de petróleo e, assim, evitar a hemorragia de divisas.
Bastaria haver, da parte do Governo, quer um investimento na área industrial quer uma empenhada política de contrapartidas tendentes a substituir uma parte significativa das compras em maquinaria, aparelhos, equipamentos, material de transporte e de produtos químicos, para, assim, aumentar a nossa produção e os postos de trabalho.
Bastaria haver, da parte do Governo, uma especial atenção quanto ao défice alimentar na perspectiva de produzirmos aquilo que compramos no estrangeiro para, assim, não só disponibilizarmos os produtos de que carecemos como, igualmente, fixar a população no interior do País, evitando a macrocefalia do litoral e todas as consequências negativas a ela associadas.

Superavit da balança comercial

Na relação «importação/exportação» não há apenas sectores deficitários.
Há, também, convém esclarecer, sectores com saldos positivos, designadamente os seguintes:
- 770 milhões de euros no calçado;
- 723 milhões de euros em matérias têxteis e suas obras;
- 708 milhões de euros em madeira, cortiça e suas obras;
- 684 milhões de euros em produtos cerâmicos, vidros e suas obras;
- 4 milhões de euros em armas, munições e acessórios.
Estamos a falar de sectores muito influenciados por mão-de-obra intensiva e muitíssimo influenciados pelos baixos salários.
Tais sectores, não obstante as suas limitações, são importantes para o País e para a manutenção do actual emprego embora haja uma exigência a fazer quanto à necessidade de se eliminar o efeito corrosivo da subcontratação, a par do investimento em design e marcas próprias, retirando às grandes marcas internacionais as obscenas margens de lucro pela simples colagem de uma etiqueta num produto, simultaneamente caro para quem o compra e mal pago para quem o produz.
Este é o preço consentido pela subserviência do bloco central à estratégia da divisão internacional do trabalho, modelo que impôs a Portugal e aos países pobres a produção intensiva de produtos baratos e aos países ricos a produção selectiva de produtos caros, dicotomia que tem servido de arenga às «vozes do dono» para estigmatizarem os trabalhadores, invocando, para o efeito, conceitos como produtividade e competitividade, como se um país especializado na mono produção de camisas e sapatos pudesse ser produtivo e competitivo, em confronto com outro especializado na produção de telemóveis e aviões da última geração.

O destino das nossas exportações

Em 2008 vendemos produtos para 208 estados, incluindo alguns territórios autónomos e vários territórios sob administração de antigas potências coloniais.
À primeira vista pode parecer uma grande diversidade.
Não é bem assim, na medida em que 80% das nossas exportações estão circunscritas a apenas 17 países, a saber:
- Espanha, Alemanha, França, Angola, Reino Unido, Itália, EUA, Holanda, Bélgica, Singapura, Suécia, Malásia, Brasil, Suíça, Polónia, Marrocos e Cabo Verde.
De todos os 208 países e territórios assume especial relevância a Espanha.
Com efeito, em 2008, exportámos para a Espanha bens e serviços no valor de 9579 milhões de euros, o que representa cerca de 25% do total das nossas vendas ao estrangeiro, valor que contradiz os modestos valores registados no início da década de 90.
Isto significa que o chamado mercado ibérico não é uma frase oca, sem sentido.
Esta interdependência tem, naturalmente, aspectos positivos, na medida em que se trata de negócios de proximidade os quais evitam os custos desnecessários das longas viagens em aviões, barcos e camiões TIR, autênticos sorvedouros de recursos finitos, nomeadamente do petróleo, e que por isso determinam gravíssimos problemas à sustentabilidade ambiental do nosso planeta.
Contudo, esta interdependência tem, por outro lado, aspectos potencialmente negativos, derivados de estamos dependentes de um comprador que, sozinho, representa ¼ do total das nossas exportações.
É caso para dizer que se a Espanha se constipar é certo e seguro que não nos livraremos de um resfriamento.
Há que evitar tal patologia, pelo que a diversificação das nossas exportações é uma obrigação estratégica em nome do interesse nacional, mas sem esquecer que a opção verdadeiramente estratégica, essa, passa pela defesa do nosso aparelho produtivo e pelo desenvolvimento do nosso mercado interno.
Eis, pois, um tema que deve merecer a reflexão dos portugueses.
Eis, pois, um tema que, pela divisão de classes, não sendo transversal a toda a sociedade, tem como principais destinatários os trabalhadores portugueses.

Anselmo Dias (Direcção da Organização na Emigração do PCP), in "Avante!"

sábado, outubro 24, 2009

Uma questão de classe

Com a cordialidade que todos merecemos, até prova contrária, este post reserva-se a determinada classe.
SINDICATO DAS INDÚSTRIAS ELÉCTRICAS
DO SUL E ILHAS
Av. Almirante Reis, 74 G, 4º, 5º,7º-1150 - 020 Lisboa
Telefone: 21 816 15 90 - Fax: 21 816 16 39

Pela revogação do Artº 161º da Lei nº 98/2009 Reuniões com portadores de doença profissional, em situação de baixa

  • Dia 29 de Outubro, às 11 e 17 horas – União dos Sindicatos de Setúbal
  • A Direcção do SIESI vai realizar, no próximo dia 29 de Outubro, reuniões com trabalhadores portadores de doença profissional em situação de baixa médica com o objectivo de os informar dos efeitos da entrada em vigor, em 1 de Janeiro de 2010, da Lei 98/2009, designadamente da possibilidade de os patrões recusarem a prestação do trabalho e accionarem um mecanismo que pode conduzir à cessação dos contratos de trabalho, sem quaisquer direitos. As reuniões decorrem nas instalações da União dos Sindicatos de Setúbal, sitas na Rua Silva Porto, nº6, em Setúbal.

A Lei 98/2009 foi publicada no dia 4 de Setembro. Este diploma (que regulamenta o Código do Trabalho em matéria de acidentes de trabalho e doenças profissionais) prevê, no seu Artº 161º, a “impossibilidade patronal de assegurar ocupação ou função compatível” aos sinistrados e portadores de doenças profissionais, o que conduziria a que os trabalhadores ficassem a cargo do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e dos Centros de Emprego para serem “apoiados” na procura de soluções alternativas de reintegração profissional.


Na prática isto quer dizer que os trabalhadores poderiam ficar desvinculados das empresas onde contraíram as lesões e incapacidades para o trabalho, sem qualquer indemnização, ficando a cargo do IEFP, sem que a lei defina por quanto tempo nem a fazer o quê, até serem reintegrados profissionalmente, o que, diga-se, a lei também não define o que é.

Na verdade, os patrões poderão passar a dispor, a partir de 1 de Janeiro, do mecanismo que sempre reclamaram que é o depois de estropiarem os trabalhadores poderem mandá-los embora e substituí-los por outros que, por falta de medidas de prevenção, irão ser novos portadores de doença profissional.

O SIESI opõe-se firmemente a esta lei e, através de audiências pedidas aos grupos parlamentares e ao governo, vai exigir a revogação do Artº 161º da Lei, que estabelece aquele mecanismo. Aos trabalhadores, sinistrados ou portadores de doença profissional e a todos os outros, compete dar corpo às iniciativas do nosso sindicato e ampliar o protesto e a exigência da revogação daquela norma.

Daí que, nesta primeira etapa, seja necessário que difundas esta informação e participes nas reuniões de 29 de Outubro. E que contactes outros trabalhadores, na mesma situação, convidando-os também a participar. Impedimos, antes, a criação deste mecanismo de despedimento. Vamos impedir, agora, que este entre em vigor.



21 de Outubro de 2009

A Direcção

sexta-feira, outubro 23, 2009

Começa o extermínio!



É muito importante ver o vídeo com atenção e, já agora, dar uma vista de olhos por aqui: Crimes de farmacêuticas!

quinta-feira, outubro 22, 2009

Resultado da aposta pela continuidade

"A Delphi vai cortar 500 postos de trabalho efectivos num total de 930, na unidade da Guarda, até Março do próximo ano. A informação foi transmitida esta quarta-feira aos funcionários da empresa de cablagens, confirmou o «SOL» junto da administração.
A redução de actividade foi o argumento apresentado pela Delphi para justificar o corte na força laboral da fábrica da Guarda.
A saída dos trabalhadores da empresa de componentes para o sector automóvel, um dos maiores empregadores do distrito da Guarda, será faseada. A primeira leva será de 300 trabalhadores, até ao final deste ano. Os restantes 200 funcionários irão sair até ao fim de Março de 2010.
Quanto a eventuais dispensas em outras unidades, a empresa escusou-se a fazer qualquer comentário."

Por outra parte, no "Avante!":

"No dia a seguir às eleições autárquicas, a administração da Qimonda Portugal, em conjunto com o administrador de insolvência, anunciou o despedimento de 590 trabalhadores que estavam em regime de lay-off.

Este número, que no dia seguinte foi «corrigido» para 490, é, ainda assim, muito superior aos 230 anunciados na assembleia de credores realizada no dia 29 – ou seja, apenas dois dias depois das eleições legislativas. Neste momento, trabalham na Qimonda cerca de 200 operários, sendo que os restantes – já menos de 800 – estão em lay-off.
No mesmo dia, o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Basílio Horta, considerou este despedimento como já estando previsto no plano de viabilização da empresa, não explicando, porém, a diferença de número de trabalhadores abrangidos pelo despedimento. Em declarações à TSF, este responsável voltou a garantir que a empresa não fechará.
Num comunicado de dia 13, a Comissão Sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro (STIENC/CGTP-IN) questiona a «boa-fé do processo em curso, que, a nosso ver, foi travado propositadamente para que esta decisão de continuar a despedir trabalhadores da Qimonda não fosse coincidente com o período eleitoral, respondendo a incompreensíveis interesses político-partidários». A comissão sindical lamenta que o ministro da Economia não tenha respondido ainda ao pedido de reunião feito pelo sindicato.
Considerando que o processo de despedimento agora apresentado «ultrapassa em muito o que era sugerido no plano de insolvência», a Comissão Sindical exige que o Governo intervenha no sentido de evitar os despedimentos e salvaguardar os interesses do País.
No comunicado sindical, a Comissão Sindical lembra a evolução dos despedimentos na Qimonda, desde que se abriu o processo de insolvência, em Janeiro deste ano – empregava então 2 mil trabalhadores. O primeiro passo, lembra-se, foi o despedimento de 400 trabalhadores contratados a prazo. A seguir, foram mais 600, entre os quais os restantes trabalhadores precários.
Dos mil que ficaram, 810 passaram para a situação de lay-off e 190 ficaram a fazer a manutenção técnica dos equipamentos. Tarefa para a qual foram chamados, mais tarde, 40 trabalhadores. Ficaram, assim, 230 nesta situação.
Durante o Verão, mais 180 trabalhadores da Qimonda foram para o desemprego, através das chamadas «rescisões por mútuo acordo». Com o despedimento anunciado na segunda-feira, vão embora os «restantes», ficando a empresa com apenas 230 trabalhadores, «porque precisa deles para fazerem a manutenção dos equipamentos»."

Menos de 1 mês depois das eleições, mais de 1000 trabalhadores para o desemprego. Continua resultando alheio ao nosso micro-cosmos?

quarta-feira, outubro 21, 2009

terça-feira, outubro 20, 2009

Operação de Publicidade???

Segundo a conferência episcopal, o novo livro de Saramago não passa disso mesmo, uma mera operação de publicidade. Vendo o seguinte vídeo, poderiamos então afirmar que, mais que um escritor, Saramago sempre foi um publicitário, ou não?

Não obstante, poderiam porém, outro tipo de afirmações, colocá-lo como elemento publicitário, tipo placard de campanha?


A revolução é hoje!

domingo, outubro 18, 2009

Cresce o desemprego e o nº de desempregados sem direito a subsídio

" O almoço do trolha - Júlio Pomar"

"Rodas paradas de uma engrenagem caduca"

"O chamado desemprego registado, ou seja, o total dos desempregados inscritos nos Centros de Emprego, é apenas uma parte dos desempregados que existem no nosso país (os que não se inscrevem nos centros de emprego não são considerados). Mas mesmo sendo uma parte dos desempregados existentes, entre Agosto de 2008 e Agosto de 2009, o seu número passou de 389.944 para 501.663 empregados, ou seja, aumentou num ano em 111.719 (+28,7%). Neste número não estão incluídos nem os "ocupados" (25.246 em Agosto de 2009), que são "trabalhadores ocupados em programas especiais de emprego", portanto na sua maioria de emprego de curta duração, nem os desempregados em formação, nem os "indisponíveis temporariamente" (14.584 em Agosto de 2009), que incluem também "desempregados que não reúnem condições imediatas para o trabalho por motivos de saúde". E mesmo assim, para que o aumento não fosse ainda maior, foram eliminados 535.217 desempregados (em média, 44.601 desempregado por mês dos ficheiros dos Centros de Emprego no período Setembro/2008 a Agosto/2009.

Enquanto o desemprego registado aumentou 111.719 entre Agosto/2008 a Agosto/2009, o numero de desempregados a receber subsidio de desemprego cresceu apenas 62.017 no mesmo período, o que determinou que, em Agosto de 2009, apenas 46% dos desempregados inscritos nos Centros de Emprego recebessem subsidio de desemprego. Por outro lado, o número de desempregados a receber subsidio social de desemprego, que é atribuído quando o desempregado não tem direito a receber subsidio de desemprego e não tenha recursos para viver, e cujo valor é significativamente inferior ao subsidio de desemprego, aumentou, entre Agosto de 2008 e Agosto de 2009, em 42% abrangendo neste último mês já 107.412 desempregados.

De acordo com dados divulgados no "site" do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, em 2009, o valor médio do subsidio de desemprego é de 519,56 euros, o do subsidio social de desemprego inicial de 322,41 euros (62% do subsidio de desemprego), o do subsidio social de desemprego subsequente de 344,45 euros (66,3% do subsidio de desemprego) e o do subsidio social de desemprego - prolongamento (6 meses nos termos do DL 6872009) é de 290,79 euros (56% do subsidio de desemprego). Portanto, o valor do subsidio social de desemprego é significativamente inferior ao valor do subsidio de desemprego, e mesmo inferior ao limiar de pobreza. O governo de "Sócrates I" , ao procurar substituir o subsidio de desemprego pelo subsidio social de desemprego, como prova o Decreto-Lei 68/2009, atirou milhares de desempregados (actualmente mais de 107.000) para uma situação de pobreza.

Face à exclusão de um elevado numero de desempregados do acesso ao subsidio de desemprego, e devido também ao crescimento do desemprego e, consequentemente, também da pobreza (segundo o INE, em 2008, já 35% dos desempregados tinham um rendimento inferior ao limiar da pobreza) é urgente alterar a actual lei do subsidio de desemprego (Decreto-Lei 220/2006, publicada pelo governo "Sócrates I"), reduzindo, mesmo que seja temporariamente durante a crise, o período de garantia para que mais desempregados tenham acesso ao subsidio de desemprego, nomeadamente os trabalhadores atingidos pela precariedade crescente, sendo também necessário aumentar o período de tempo em que o desempregados tem direito a receber o subsidio de desemprego nomeadamente os trabalhadores mais velhos e os com família. O apoio aos jovens, cuja pobreza está a aumentar, nomeadamente os dos grupos populacionais com mais baixos rendimentos terá de ser também analisado e encontradas formas adequadas de apoio. É uma obrigação para o novo governo corrigir a grave injustiça que se verifica neste campo, em que centenas de milhares de famílias enfrentam já dificuldades crescentes para sobreviver.

Eugénio Rosa"

Quantas liberdades, vidas, devem submeter-se pela fome, para que outros, exploradores, troquem por estas, milhões, as suas varridas migalhas de kilo?

quinta-feira, outubro 15, 2009

Somos muitos, muitos mil...

"O português está em Itália para apresentar o livro "O Caderno", que compila os textos que escreveu entre Setembro de 2008 e Março deste ano no seu blogue, sobre temas da actualidade, entre outros. E sobre isso Saramago reconheceu que a crise da democracia pode dever-se à ausência de empenhamento de escritores e intelectuais.

O escritor alertou ainda que «está a crescer o fascismo» na Europa e está convencido de que nos próximos anos «atacará com força». «Temos de preparar-nos para enfrentar o ódio e a sede de vingança que os fascistas estão a alimentar», recomendou. «Apesar de ser claro que se apresentarão com máscaras pseudo-democráticas, algumas das quais circulam já entre nós, não devemos deixar-nos enganar», concluiu."

José Saramago - Roma - 14-10-2009 - 21:30

quarta-feira, outubro 14, 2009

Depois de 1929, veio o fascismo...

Privatização da companhia nacional de enriquecimento de urânio; exploração do túnel do canal da mancha; ponte de dartford; student loan company, são, entre outras, as medidas adoptadas pelo governo britânico para eliminar ou constranger o déficit, gerado pelos motivos que sabemos, nos quais a salvação da banca.

Zapatero, recebeu a bênção do imperialismo, depois de entregar públicamente a vida das suas tropas, as quais, obrigados por missão humanitária, estão agora à disposição dos estados unidos para morrer no afeganistão. Enquanto o seu presidente viaja, espanha sofre um aumento de outros 2% de desemprego e uma reconsideração da moodys devido à exposição real que a inflaccionária borbulha imobiliária gerou, na pior das hipóteses perto de 240 mil milhões de euros.

Brasil, são já 4 os incêndios acontecidos nas favelas durante este ano, algo insólito desde há décadas. Seguramente veremos umas olimpíadas muito divertidas, com cidades sem favelas e devidamente urbanizadas, nada comparado com as barracas de palha dos escravos da região norte do país.

Sem deixar de entender que o número de emigrantes recenseados é sempre uma amostra da emigração real, entre 2005 e 2009 aumentou em 20.000 cidadãos o recenseamento de Portugueses nos circulos da emigração.

Acabou-se a "cartilla de racionamiento" em Cuba!

terça-feira, outubro 13, 2009

Finalmente..

Soares assume-se e considera, por exclusão, que o PS nunca foi um partido de esquerda: «outro facto importante é que as autárquicas mostraram que o partido de esquerda mais sólido é o Partido Comunista e não o Bloco de Esquerda»

Ler aqui

segunda-feira, outubro 12, 2009

domingo, outubro 11, 2009

quinta-feira, outubro 08, 2009

Autarcas CDU (VI)



Moura:



Membro do comité central do Partido Comunista Português e presidente da Câmara Municipal de Moura, José Pós-de-Mina, foi eleito "Personagem do Ano" pelo projecto "OneWorld".

Se considerarmos a dimensão da iniciativa e a credibilidade que podem ter os seus contribuidores no âmbito internacional, podemos afirmar que: -É obra!

O facto mais inusitado na designação do nosso camarada com o beneplácito de todos estes gigantes transnacionais, é, justamente, a "obra", uma obra comunista e, a transcendência da mesma enquanto nos referimos a uma região de relevância moderada se atendermos à composição da lista de aspirantes ao prémio.

Assim, entre outros, como critérios fundamentais para esta nomeação podemos salientar os seguintes:

1º- Defesa dos direitos humanos.

2º- Justiça na distribuição dos recursos naturais e económicos.

3º- Liberdade de informação e acesso à mesma.

Como curiosidade, recordar que, se o Sr. Costa, o Sr. Menezes, ou tantos outros, usufruissem eventualmente desta capacidade, e assim do galardão, os média do capital teriam provavelmente oferecido um foguete no suplemento extraordinário que publicariam para levar à população esta noticia, mas, como já é hábito, nem sequer a deontologia relega essa permanente campanha anti-comunista para os restantes dias do ano.


Só com a CDU, Portugal avança com toda a confiança!

terça-feira, outubro 06, 2009

O Que Fazer Para Aprender o Comunismo? (IV)


A disciplina consciente

Não queremos um ensino mecânico, mas necessitamos desenvolver e aperfeiçoar a memória de cada estudante dando-lhe fatos essenciais, pois de outra forma o comunismo seria uma extravagância e ficaria reduzido a uma fachada vazia; o comunista seria apenas um fanfarrão, se não compreendesse e assimilasse todos os conhecimentos adquiridos. Não só vocês devem assimilá-los, como fazê-lo em forma crítica, com o fim de não amontoar no cérebro um fardo inútil, mas de enriquecê-lo com o conhecimento de todos os fatos, sem os quais não é possível ser um homem culto na época em que vivemos.
O comunista que se vangloria de o ser, somente por ter recebido conclusões já estabelecidas, sem haver realizado um trabalho muito sério, árduo, e extenso, sem analisar os fatos perante os quais deve adotar uma atitude crítica, seria um comunista lamentável. Nada poderia ser tão funesto como uma atitude superficial. Se compreendi que sei pouco, passarei a esforçar-me por saber mais, mas se um homem diz que é comunista e que não tem necessidade de conhecimentos sólidos, jamais se transformará em nada que se pareça com um comunista.
A velha escola forjava os servidores necessários para os capitalistas; dos homens de ciência fazia pessoas obrigadas a escrever e falar ao jeito dos capitalistas. Isto significa que devemos suprimi-la. Mas se devemos suprimi-la, destruí-la, quer isso dizer que não devemos aproveitar todas as coisas necessárias que acumulou a humanidade? Significa que não devemos saber distinguir entre o que necessitava o capitalismo e o que necessita o comunismo?
Em lugar do adestramento imposto pela sociedade burguesa contra a vontade da maioria, colocamos a disciplina consciente dos operários e camponeses, que aliam seu ódio contra a velha sociedade, a decisão, a capacidade e o desejo de unificar e organizar as suas forças para esta luta, com o fim de criar, com milhões e dezenas de milhões de vontades isoladas, divididas, dispersas na imensa extensão do nosso país, uma vontade única, porque sem ela seremos inevitavelmente vencidos. Sem esta coesão, sem esta disciplina consciente dos operários e dos camponeses, a nossa causa é uma causa perdida. Sem ela seremos incapazes de derrotar os capitalistas e latifundiários do mundo inteiro. Não só não chegaríamos a construir a nova sociedade comunista, mas nem chegaríamos sequer a assentar solidamente os seus alicerces.
Assim, apesar de condenar a velha escola, apesar de alimentar contra ela um ódio absolutamente legítimo e necessário, apesar de apreciar o desejo de a destruir, devemos compreender que há que substituir a antiga escola livresca (a do ensino mnemônico) e o anterior adestramento autoritário, pela arte de assimilar toda a súmula dos conhecimentos humanos e de assimilá-los de modo que o comunismo seja, para vocês, não algo aprendido de cor, mas sim algo pensado por vocês próprios e cujas conclusões se impõem sobre o ponto de vista da educação moderna.
Deste modo se devem expor as tarefas fundamentais, quando se fala de aprender o comunismo.

segunda-feira, outubro 05, 2009

Autarcas CDU (V)

Almeida:

A Câmara Municipal de Almeida anunciou, este domingo, que entregou este mês, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, o dossier de candidatura da antiga praça-forte da vila fronteiriça a Património Mundial.

Segundo o presidente da autarquia, António Baptista Ribeiro, a candidatura está integrada num processo que envolve outras fortificações abaluartadas da raia luso-espanhola, nomeadamente Elvas, Valença, Estremoz e Mação (Portugal), Ciudad Rodrigo, Olivença e Badajoz (Espanha).

Na sessão de apresentação pública do projecto, o autarca referiu que a candidatura foi iniciada em Maio e concluída em Julho deste ano, admitindo que «não foi um trabalho fácil».

António Baptista Ribeiro disse à agência Lusa acreditar que a antiga praça-forte receberá o galardão de Património da Humanidade, a atribuir pela UNESCO, por considerar que a vila possui «muralhas que são consideradas das melhores conservadas da Europa e umas “Casamatas” (construções subterrâneas à prova de bomba) únicas no Mundo».

«Temos um caminho longo a percorrer. Hoje demos o sinal de partida e vamos ter que ultrapassar muitas etapas até chegarmos ao final», afirmou, dizendo esperar que no próximo ano, por esta altura, «esse desígnio» já esteja alcançado.

Para o autarca, a vila fronteiriça possui um vasto património histórico, daí que considere que, finalmente, Almeida, poderá «brilhar no património universal».


A revolução é hoje!

domingo, outubro 04, 2009

O Que Fazer Para Aprender o Comunismo? (III)


A velha escola
Nos é apresentada a questão de como coordenar todos estes aspectos para aprender o comunismo. Que devemos extrair da velha escola e da velha ciência? A velha escola declarava que queria criar homens instruídos em todos os domínios e que ensinava as ciências em geral. Já sabemos que era pura mentira, posto que toda a sociedade se baseava e se cimentava na divisão dos homens em classes, em exploradores e explorados. Como é natural, toda a velha escola, imbuída do espírito de classe, não transmitia conhecimentos a não ser aos filhos da burguesia. Cada uma das suas palavras estava adaptada aos interesses da burguesia.
Nestas escolas, em vez de educar os jovens operários e camponeses, preparavam-nos para dar maior rendimento a essa burguesia. Educavam-nos com a finalidade de formar servidores úteis, capazes de aumentar os benefícios da burguesia, sem perturbar a sua ociosidade e sossego. Por isso, ao condenar a antiga escola, propusemo-nos extrair dela unicamente o que nos é necessário para alcançar uma verdadeira educação comunista.
E agora vou tratar das censuras, das acusações que se dirigem comumente à escola antiga e que levam muitas vezes a interpretações inteiramente falsas.
Diz-se que a velha escola era uma escola livresca, uma escola de adestramento autoritário, uma escola de ensino memorizador. É verdade, mas tem que se saber distinguir, na velha escola, o que é mau do que é útil, há o que saber escolher o indispensável para o comunismo.
A velha escola era livresca, obrigada a armazenar uma quantidade de conhecimentos inúteis, supérfluos, mortos, que obstruíam o raciocínio e transformavam a geração jovem num exército de funcionários talhados todos pelo mesmo padrão. Mas concluir daí que se pode ser comunista sem haver assimilado o tesouro de conhecimentos acumulados pela humanidade, seria cometer um erro. Enganar-nos-íamos se pensássemos que basta saber os lemas comunistas, as conclusões da ciência comunista, sem ter assimilado a soma de conhecimentos que deram origem à teoria do comunismo.
O marxismo é um exemplo de como o comunismo se enraíza da soma de conhecimentos adquiridos pela humanidade.
Já terão lido e ouvido que a teoria comunista, a ciência comunista, criada principalmente por Marx, que esta doutrina do marxismo deixou de ser obra de um só socialista do século 21 realmente genial, para transformar-se na doutrina de milhões e dezenas de milhões de proletários do mundo inteiro, que se inspiram nessa teoria como base da sua luta contra o capitalismo. E se perguntarem por que é que a doutrina de Marx conquistou milhões e dezenas de milhões de adeptos na classe mais revolucionária, terão uma só resposta: é porque Marx se apoiava numa sólida base de conhecimentos humanos, adquiridos sob o capitalismo. Ao estudar as leis do desenvolvimento da sociedade humana, Marx compreendeu o caráter inevitável do desenvolvimento do capitalismo que conduz ao comunismo, e – o que é essencial – baseando-se exclusivamente no estudo mais exato, mais detalhado e mais profundo dessa mesma sociedade capitalista, assimilando plenamente tudo o que a ciência alcançara até então.
Marx analisou tudo o que havia criado a sociedade humana, com espírito crítico, sem desprezar um só ponto. Analisou tudo o que havia criado o pensamento humano, submetendo-o a crítica, e comprovando-o na prática por intermédio do movimento operário; formulou a seguir conclusões que os homens que se encontravam encerrados nos limites estreitos da estrutura burguesa, ou encadeados pelos preconceitos burgueses não podiam extrair.
Há que recordá-lo quando falamos, por exemplo, da cultura proletária. Se não nos apercebemos de que só se pode conceber essa cultura proletária conhecendo exatamente a cultura que a humanidade criou no decurso da sua evolução e que foi elaborando gradualmente, se não tivermos consciência desse fato, não poderemos esquecer esse problema.
A cultura proletária não surge de fonte desconhecida, não brota do cérebro dos que se chamam especialistas na matéria. Seria absurdo pensá-lo. A cultura proletária origina-se, forçosamente, a partir do desenvolvimento lógico do conjunto de conhecimentos conquistados pela humanidade sob o jugo da sociedade capitalista, da sociedade dos latifundiários e dos burocratas.
Estes são caminhos e os atalhos que encaminharam e continuam encaminhando em direção à cultura proletária, do mesmo modo que a economia política, transformada por Marx, nos mostrou aonde haverá de chegar a sociedade humana, indicou-nos o rumo da luta de classes, do desabrochar da revolução proletária.
É freqüente ouvirmos, tanto a representantes da juventude como a certos defensores dos novos métodos de ensino, atacar a velha escola, dizendo que somente fazia aprender de cor os textos e, então, a isto lhes respondemos que, apesar disso, é preciso tirar dessa velha escola tudo o que tinha de bom.
Não há que imitá-la sobrecarregando a memória dos jovens com um peso desmedido de conhecimentos (90% inúteis) e, aliás, alienados do seu contexto; mas daí não se infere, de modo algum, que possamos contentar-nos com conclusões comunistas e limitar-nos a aprender de memória os lemas respectivos. Deste modo não chegaríamos jamais ao comunismo. Para se chegar a ser comunista, tem que se enriquecer a memória com os conhecimentos de todas as riquezas criadas pela humanidade.

sábado, outubro 03, 2009

Autarcas CDU (IV)


Palmela:

O Arquitecto Paisagista Rui Farinha, da Câmara Municipal de Palmela, foi distinguido com o Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista 2009, na categoria Espaços Públicos Urbanos, com o projecto de Requalificação do Largo de S. João, Quinta da Cerca e Largo Engº Jacinto Augusto Pereira, na vila de Palmela.


A revolução é hoje!

sexta-feira, outubro 02, 2009

O Que Fazer Para Aprender o Comunismo? (II)

A divisão entre teoria e prática
Um dos piores defeitos, uma das piores calamidades que nos deixou como herança a antiga sociedade capitalista, é um completo divórcio entre o livro e a vida prática, pois tínhamos livros nos quais tudo estava exposto de forma perfeita, mas na maioria dos casos não eram senão uma repugnante e hipócrita mentira, que nos pintava um quadro falso da sociedade comunista. Por isso seria um grande erro limitar-se a aprender o comunismo simplesmente a partir do que dizem os livros.

Os nossos discursos e artigos de agora não são simples repetição do que antes se disse sobre o comunismo, porque estão ligados ao nosso trabalho cotidiano, sob todos os aspectos. Sem trabalho, sem luta, o conhecimento livresco do comunismo (adquirido em folhetos e obras comunistas) não tem absolutamente nenhum valor, porque não faria mais que continuar o antigo divórcio entre a teoria e a prática, que era a característica mais repugnante da velha sociedade burguesa.

O perigo seria muito maior, todavia, se quiséssemos aprender somente as consignas comunistas. Se não compreendermos a tempo a importância deste perigo, se não fizermos toda espécie de esforços para evitá-lo, a existência de meio milhão ou de um milhão de jovens de ambos os sexos, que depois de semelhante estudo do comunismo se intitulassem comunistas, causaria um considerável prejuízo à causa do comunismo.

Autarcas CDU (III)


Carnide:

A freguesia lisboeta de Carnide recebeu um Premio Internacional sobre Boas Práticas em Participação Cidadã.

O projecto de Carnide competiu com outras 26 experiências internacionais de países tão distintos como seja a Argentina, o Peru, a Espanha, o México, o Brasil, a Itália, a França ou o Canadá.

A avaliação ficou a cargo de um comité que reúne representantes de autarquias locais e de universidades internacionais.

Participam mais pessoas no Orçamento Participativo da Freguesia de Carnide, do que no orçamento participativo da CM de Lisboa.


A revolução é hoje!

quinta-feira, outubro 01, 2009

O Que Fazer Para Aprender o Comunismo? (I)

Camaradas, quero falar-lhes hoje das tarefas fundamentais da União das Juventudes Comunistas e, por esse motivo, do que devem ser as organizações da juventude numa república socialista, de um modo geral.

Este problema merece tanto mais a nossa atenção quanto é certo, em determinado sentido, poder-se afirmar que é precisamente à juventude a quem incumbe a verdadeira tarefa de criar a sociedade comunista. Pois é evidente que a geração de militantes educada sob o regime capitalista pode, na melhor das hipóteses, resolver o trabalho de destruir os alicerces da velha sociedade capitalista baseada na exploração. O máximo que poderá fazer será levar a cabo a tarefa de organizar um regime social que concorra para que o proletariado e as classes trabalhadoras conservem o poder nas suas mãos e para criar uma base sólida, sobre a qual poderá vir a edificar unicamente a geração que começa agora a trabalhar já em novas condições, numa situação em que não se observa a exploração entre os homens.

Pois bem, ao abordar, sob este ponto de vista, o problema das tarefas da juventude, devo dizer que essas tarefas de um modo geral e da União das Juventudes Comunistas, assim como de outras organizações semelhantes, poderiam definir-se numa só palavra: aprender.

Está claro que isto não passa de “uma palavra”, que não corresponde às interrogações mais essenciais: aprender o quê e como? E neste problema o essencial é que, com a transformação da velha sociedade comunista, não podem continuar a ser o que eram. Ora bem, o ensino, a educação e a instrução da juventude devem partir dos materiais que nos legou a antiga sociedade.

Não podemos edificar o comunismo senão a partir da sociedade de conhecimentos, organizações e instituições, do acervo de meios e forças humanas que herdamos da velha sociedade. Só transformando o ensino radicalmente, a organização e a educação da juventude, conseguiremos que o resultado dos esforços da jovem geração seja a criação de uma sociedade que não se pareça com a antiga: isto é, a sociedade comunista.

Devido a esse fato, devemos examinar detalhadamente aquilo que devemos ensinar à juventude e como esta deve aprender se quer realmente merecer o nome de juventude comunista, de que modo haverá que prepará-la para que saiba terminar e coroar a obra que nós começamos.

Devo dizer que a primeira resposta, e a mais natural, parece ser a de que a união das juventudes, e em geral toda a juventude que queira o advento do comunismo, tem que entendê-lo.

Mas esta resposta, “entender o comunismo”, é demasiado geral. Que haverá de fazer para aprender o comunismo? Dentre a soma dos conhecimentos gerais, que se deverá escolher para adquirir a ciência do comunismo? Ameaça-nos, neste ponto, uma série de perigos, que surgem por toda a parte cada vez que se planeja mal o trabalho de aprender o comunismo quando se entenda de uma maneira demasiado unilateral.

À primeira vista, naturalmente, parece que aprender o comunismo é assimilar o conjunto dos conhecimentos expostos nos manuais, folhetos e trabalhos comunistas. Mas esta definição seria demasiado tosca e insuficiente.

Se o estudo do comunismo consistisse unicamente em saber o que dizem os trabalhos, livros e folhetos comunistas, isto originaria facilmente comunistas fanfarrões, o que muitas vezes nos causaria danos e prejuízos, já que estes homens, depois de haverem lido e muito aprendido o que se expõe nos livros e folhetos comunistas, seriam incapazes de coordenar todos esses conhecimentos e de atuar como realmente exige o comunismo.

Adaptação



Os governos, ao haverem perdido o seu equilibrio, estão assustados, intimidados e sumidos na confusão pelos gritos das classes intermedias da sociedade, que, colocadas entre os reis e seus súbditos, rompem o ceptro dos monarcas e usurpam a voz do povo.

Adaptação da carta de METTERNICH ao Czar, 1820




A revolução é hoje!