terça-feira, outubro 06, 2009

O Que Fazer Para Aprender o Comunismo? (IV)


A disciplina consciente

Não queremos um ensino mecânico, mas necessitamos desenvolver e aperfeiçoar a memória de cada estudante dando-lhe fatos essenciais, pois de outra forma o comunismo seria uma extravagância e ficaria reduzido a uma fachada vazia; o comunista seria apenas um fanfarrão, se não compreendesse e assimilasse todos os conhecimentos adquiridos. Não só vocês devem assimilá-los, como fazê-lo em forma crítica, com o fim de não amontoar no cérebro um fardo inútil, mas de enriquecê-lo com o conhecimento de todos os fatos, sem os quais não é possível ser um homem culto na época em que vivemos.
O comunista que se vangloria de o ser, somente por ter recebido conclusões já estabelecidas, sem haver realizado um trabalho muito sério, árduo, e extenso, sem analisar os fatos perante os quais deve adotar uma atitude crítica, seria um comunista lamentável. Nada poderia ser tão funesto como uma atitude superficial. Se compreendi que sei pouco, passarei a esforçar-me por saber mais, mas se um homem diz que é comunista e que não tem necessidade de conhecimentos sólidos, jamais se transformará em nada que se pareça com um comunista.
A velha escola forjava os servidores necessários para os capitalistas; dos homens de ciência fazia pessoas obrigadas a escrever e falar ao jeito dos capitalistas. Isto significa que devemos suprimi-la. Mas se devemos suprimi-la, destruí-la, quer isso dizer que não devemos aproveitar todas as coisas necessárias que acumulou a humanidade? Significa que não devemos saber distinguir entre o que necessitava o capitalismo e o que necessita o comunismo?
Em lugar do adestramento imposto pela sociedade burguesa contra a vontade da maioria, colocamos a disciplina consciente dos operários e camponeses, que aliam seu ódio contra a velha sociedade, a decisão, a capacidade e o desejo de unificar e organizar as suas forças para esta luta, com o fim de criar, com milhões e dezenas de milhões de vontades isoladas, divididas, dispersas na imensa extensão do nosso país, uma vontade única, porque sem ela seremos inevitavelmente vencidos. Sem esta coesão, sem esta disciplina consciente dos operários e dos camponeses, a nossa causa é uma causa perdida. Sem ela seremos incapazes de derrotar os capitalistas e latifundiários do mundo inteiro. Não só não chegaríamos a construir a nova sociedade comunista, mas nem chegaríamos sequer a assentar solidamente os seus alicerces.
Assim, apesar de condenar a velha escola, apesar de alimentar contra ela um ódio absolutamente legítimo e necessário, apesar de apreciar o desejo de a destruir, devemos compreender que há que substituir a antiga escola livresca (a do ensino mnemônico) e o anterior adestramento autoritário, pela arte de assimilar toda a súmula dos conhecimentos humanos e de assimilá-los de modo que o comunismo seja, para vocês, não algo aprendido de cor, mas sim algo pensado por vocês próprios e cujas conclusões se impõem sobre o ponto de vista da educação moderna.
Deste modo se devem expor as tarefas fundamentais, quando se fala de aprender o comunismo.

4 comentários:

CDU Belém disse...

Excelente Blogue:Formativo e informativo.
Continuem com esta energia e divulguem-no mais.

Um abraço amigo

Zorze disse...

Pegando neste trecho literário, Lenin, era uma consciência de uma força cortante, e ao mesmo tempo, transcendental.
Será, que haveria, no presente, algum tipo de contradicção?

Da e pela essência, matéria que nem sempre é física, mas constitui um Ser.

Abraço,
Zorze

CRN disse...

CDU Belém,

Colaborar na mudança é o nosso objectivo.

Um abraço!

CRN disse...

Zorze,

Lenine desperta a coragem que nos falta para mudar.

Um abraço!