segunda-feira, dezembro 08, 2008

Também a música!

Curioso mas sem deixar de constituir um privilégio poder relatar experiencias vividas no século passado, a finais dos anos 80, em Boston, como parte de uma missão da Armada Portuguesa, entrei numa discoteca para comprar alguma novidade musical à qual não tivessemos acesso no nosso país, sobretudo por contigências comerciais.
Quando me dispunha a adquirir uma cassete de B. B. King dei por mim como o centro de atenções de 4 empregados e alguns clientes desse local comercial, enquanto uma simpática caixeira me perguntava se gostava de blues, com um olhar tão critico que me provocou questionar-me se estava a infringir alguma lei fundamental nesse país tão "livre".
Tendo sido a música, sempre, uma forma de liberação, esta também serviu de base para que os escravos rompessem correntes, para que começassem a ser olhados como seres humanos, ou, num principio, como animais de circo, resultando finalmente numa arma de união, confratenização e hoje, depois de percorrido um caminho demasiado longo, um motivo de fusão entre a espécie, permitindo tornar mais patente a vontade do Povo.
O Albert Collins foi - e é - um exemplo de inconformismo que tomei desde jovem como referência, fica aqui um excerto de um espectáculo, no qual, como tónica habitual, no seu estilo Jam Session, nega uma condição que o impediria ver a realidade como ela é, reclamando o peso da sua vontade num universo de exclusões contra as quais necessitamos lutar.



A revolução é hoje!

6 comentários:

Anónimo disse...

A música é ela, também, uma forma de luta. A Cantiga é uma arma...
Abraço

Ana Camarra disse...

CRN

Grande SOM!
A música é de facto uma forma de libertação, adoro blues
há uma canção, imortalizada por Nina Simone que me deixa sempre num estado de exaltação.
Consigo encaixa-la em todos os momentos bons.

"Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds driftin on by you know how I feel

Its a new dawn
Its a new day
Its a new life
For me
And Im feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom in the tree you know how I feel

Its a new dawn
Its a new day
Its a new life
For me
And Im feeling good

Dragonfly out in the sun you know what I mean, dont you
Know
Butterflies all havin fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
And this old world is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel

Its a new dawn
Its a new day
Its a new life
For me
And Im feeling good"

beijos

Anónimo disse...

Ludo,
mas, casualmente, eu sabia.

A revolução é hoje!

Anónimo disse...

Ana,
Neste caso, mesmo considerando o conteúdo da letra, a diversidade, no palco e fora dele, é bastante reveladora - mesmo sem perceber inglês - do espirito deste tipo de música.

A revolução é hoje!

Zorze disse...

CRN,

Adoro este género de música. Nasceu como forma de libertação a realidades opressoras e tem uma energia abrangente na forma de vida humana.

Abraço,
Zorze

Anónimo disse...

Zorze,
Este tipo de música advem de uma raiz que em inúmeros paises adquiriu um estatuto diferente, tomando como base a peculiar realidade de cada um deles.
Sem dúvida permite a cada um dos executantes prodigar-se na sua arte, resultando, através da união, da coesão, num potenciador dessa mesma integração.

A revolução é hoje!