sábado, junho 13, 2009

Europeias 2009

Depois de finalizado o processo eleitoral de 7 de junho, relativo ao parlamento europeu, as conclusões a extrair do seu resultado são inúmeras. Porém, dentro desse vasto número de opiniões, suponho que como todos, também elaborei determinadas conclusões que passo a expôr:
Sem deixar de tomar em atenção que o número de inscritos nos cadernos eleitorais cresceu substancialmente, algo mais de 740.000 eleitores, penso que não seria correcto afirmar que a abstenção aumentou, sobretudo se atendermos a que esse acréscimo de eleitores recenseados está constituido por uma maioria de jovens, muitos deles; a grande maioria, sem uma opção politica clara e pelos novos métodos de recenseamento eleitoral, os quais deturpam a realidade através da utilização de processos electrónicos com problemas de base fundamentais.

Assim, a verdade é que nesta ocasião votaram, aproximadamente, mais 140.000 cidadãos que nas passadas eleições, revelando que, os tais erros informáticos – similares àqueles que apagam centenas de milhar de desempregados das listas do INE – “podem” ser interpretados como manipulação, mostrando e promovendo a indiferença, o “não vale a pena” e, tentando ampliar assim esse muro de protecção do qual, hoje, ainda goza o poder ou diminuindo o peso específico de cada voto, da vontade do povo em concreto.

Com relação aos factos, aos resultados:

1º- PSD: O primeiro derrotado. O primeiro derrotado porque, antes de mais, a sua percentagem de voto desceu 1,58%, o que significa que 2.647 cidadãos deixaram de acreditar neste partido como opção ao neoliberalismo do PS e, como solução para os problemas do país.
Por outro lado, também podemos constatar que, a tal bipolarização imposta através da utilização dos meios de informação do capital e todas as manobras levadas a cabo por detrás do pano, não funcionaram, sem esquecer que, a finais do século XX, o CDS tinha uma massa eleitoral, em legislativas, de mais de 450.000 cidadãos e que o próprio PSD, sozinho, “capitalizava” 43% do eleitorado, enquanto o PS se situava nos 22%.
Contudo, não será de estranhar uma vitória da Manuela nas próximas eleições, não esqueçamos que esta foi convidada, assim como o Cherne, para o Davos sem camaras, ou seja, a reunião Bilderberg 2009, que teve lugar na Grécia.

2º- PS: O bufo. O Partido socialista veio demonstrar que a sua governação não fez mais que alertar os Portugueses sobre a verdadeira intenção dos governos dos 33 últimos anos, continuar a espoliar o povo, a vender o nosso país, os nossos recursos, a nossa vida, aos interesses do imperialismo, o mesmo que, de forma hegemónica já em 1946, permitia a Churchill anunciar, com pompa e circunstância, a definição dos estados unidos da Europa, nome que já nos indicava qual a função da “querida Europa”, funcionar como uma sucursal do império capitalista, como mais um mercado a configurar e para o qual se havia colocado a primeira pedra.
Assim, a perda do apoio de 566.014 votantes, 17.94% menos que nas eleições de 2004, vem confirmar que o apoio conseguido nessa ocasião se devia à procura de uma solução diferente, um sistema alternativo ao implantado desde 1975, mas que, derivou em mais do mesmo, mentido uma vez mais – desta vez com perna curta - aos Portugueses, tentando aproveitar a falta de esclarecimento que promove diariamente. Podendo concluir também que, os 48 de submissão começam a perder o seu efeito na consciência do colectivo e que Abril, realmente, venceu.

3º- BE: O assassinado. O BE viu crescer a sua base de “apoio” em 214.657 eleitores, 5,81% em comparação com o acto anterior. Suponho que não está demais afirmar que polarizou a “arrelia” dos enganados pelo PS e por si mesmos, aqueles que procuram mudar mas que, com o tipicos discípulos de Bernstein, não têm a coragem suficiente para assumir a responsabilidade pelas sua decisões.
Neste caso concreto, sem qualquer tipo de futurologia, entendo que o BE chegou ao limíte da sua capacidade de crescimento, isto contando com a inestimável e manipuladora ajuda dos meios de informação do capital, do governo e, sobretudo, do esbirro alegre.
(este video vem mostrar uma opção vazia de conteúdo na qual se poderiam refugiar os indecisos do PS, uma estratégia psicológica bem ao modo de Skinner ou da escola de Tavistock):




4º- CDS: O último suspiro da ditadura. O CDS, ainda que dificilmente comparável, uma vez que se coligou com o PSD nas Europeias de 2004, viu como 295.000 dualistas, coniventes com esta alternância sem alternativa com a qual se dão muito bem, tentaram reforçar o papel do “pastor”, pondo em mãos deste a sua barata e materialista vontade, essa que prefere o fascismo à liberdade, já seja medo ou por incapacidade.

Como observação, chegámos ao ponto no qual podemos afirmar que, as perdas do PSD e do PS estão diluídas, aglomerando estas duas facções pseudo-radicais que são o BE e o CDS, 510.000 votos. Se, a este número, acrescentarmos o surgimento dos típicos partidos fraccionários como o MMS, com aproximadamente 23.500 votos, do MEP, com 53.000 e do PNR com 13.000, ultrapassamos o equivalente à perda do dualismo.

5º- CDU: A vencedora. A CDU, pese ao amordaçar da sua voz, que é a voz a dos oprimidos, dos trabalhadores, dos desempregados, de todos aqueles que se negam a continuar neste paradigma, foi efectivamente a coligação vencedora nesta jornada eleitoral.
Não sei se porque os seus deputados foram quem mais trabalhou, evitando que o que se fizesse por lá se pagasse cá, se por ter mantido a coerência que a levou a permanecer irredutivelmente ao lado das populações, do povo, daqueles que experimentam a dificuldade de soportar fazer parte do rol cada vez mais alargado de pobres para o sustento de cada vez menos ricos, se por ser constituida por esse mesmo colectivo, se por apontar soluções que primam pelo homem, se por lutar contra a exploração do homem pelo homem, se pelo trabalho incansável da sua militância e massa simpatizante ou provavelmente por todas essas razões e outras muitas, a CDU confirma-se como a única opção de mudança para uma vida melhor, com a vontade de mais de 70.000 novos votantes, com um crescimento de 1,57%, confirmando assim que vale a pena lutar, que Portugal está a acordar de uma mentira que destruiu a agricultura, as pescas, a indústria, a saúde, a educação, as garantías sociais, a soberania; nos seus diversos aspectos, e quase - em Setembro teremos uma das últimas oportunidades de o evitar - a liberdade conquistada em 25 de Abril de 1974.
Neste desafío contamos todos, ainda que só em conversas com os amigos, no metro, no mercado, no trabalho, na bola, na praia, na vida, essa luta deve ser potenciada diariamente, constatemente, conscientemente, necessáriamente, só assim poderemos continuar “No Caminho da Mudança”.

A luta continua, até à vitória final!






A revolução é hoje!

4 comentários:

Jorge disse...

Óbviamente Concordo !!

Abraço!

LuisPVLopes disse...

Só tem dúvidas quem é burro!
Só desacredita isto quem tem interesses de puro protagonismo pessoal!

Ouss

CRN disse...

Jorge,

No teu caso, contava com isso.


A revolução é hoje!

CRN disse...

Sensei,

Quem tem interesse em desacreditar.


A revolução é hoje!