quarta-feira, janeiro 07, 2009

Sionismo


Motivações reais de Israel

O que Israel teme não é o terrorismo e sim a independência palestina. Israel não permitirá que emerja um governo palestino soberano sobre a terra que pretende manter – e provavelmente expandir – como a sua própria. A Autoridade Palestina estava e está no bolso de Israel. O Hamas nunca será peão de Israel. Portanto, ele deve ser erradicado. Esta é a principal razão para a actual guerra relâmpago contra Gaza. Mas não é a única.

Aproximam-se as eleições israelenses, em Fevereiro. Antes do sítio o Likkud de Benjamin Netanyahu estava à frente nos inquéritos. A guerra relâmpago é uma demonstração de dureza, um gesto de que os políticos gostam de aproveitar-se em tempos de eleição. Tzipi Livni e Ehud Barak colocaram-se em evidência regozijando-se com o bombardeamento desde que os ataques começaram, esperando promover as fortunas eleitorais do Kadima e do Partido Trabalhista. E na verdade as sondagens do Partido Trabalhista estão 50 por cento mais altas nos últimos seis dias.

Finalmente, Israel nunca venceu uma guerra nos últimos 27 anos. Para agravar ainda mais as coisas, as Forças de Defesa de Israel sofreram uma humilhante derrota no Líbano, às mãos do Hezbollah, em 2006. Como disse segunda-feira Mark Heller, chefe de investigação associado no Instituto para Estudos de Segurança Nacional, da Universidade de Tel Aviv:

"Ninguém hoje tem medo de nós da mesma forma que antes... uma boa razão para esta operação [é] restaurar a credibilidade na capacidade de Israel para dissuadir inimigos".

A ironia, naturalmente, é que o actual sociocídio avolumará as fileiras do Hamas e dos seus simpatizantes, tal como o fiasco libanês de Israel reforçou o prestígio do Hezbollah. Mas só o activismo global em solidariedade com o povo palestino derrotará os desígnios colonialistas de Israel e a sua arrogância letal.

6 comentários:

Anónimo disse...

Correcta análise.

Abraço

LuisPVLopes disse...

Nem mais!... Isso é 90% das razões para o que se está a passar.
Só que os Sionistas, o que realmente almejam, é a irradicação total e completa do povo palestiniano da Palestina, seja como for, se necessário, utilizarão a solução final, como os seus velhos amigos no inicio e, exterminadores no fim, os NAZIS.

Ouss

Anónimo disse...

Jorge,
Muito reduzida mas eloquente.

A revolução é hoje!

Anónimo disse...

Sensei,
Já estão a enclausurar 1.500.000 pessoas e a dizimar os nativos.

A revolução é hoje!

Zorze disse...

Este ataque prende-se com as eleições que aí vêm. Uma espécie de mostrar "quem é mais genuíno". Aliás já estava a ser preparado com uma dimensão de tempo mórbida.

Para o povo palestino e israelita que sofrem na carne as ambições dos políticos, tanto o mundo ocidental e árabe tossem para o lado. Ninguém quer se queimar.

Favorece estadistas ambiciosos de protagonismo. Como por exemplo, Sarkozy.

Abraço,
Zorze

Anónimo disse...

Zorze,
Nem todos olham noutra direcção.

A revolução é hoje!