sábado, janeiro 24, 2009

Vanguarda

A Distribuição no regime comunista

"O modo comunista de produção não supõe mais a produção para o mercado e sim para as necessidades. Cada operário não trabalha para si, é toda a comunidade gigante que trabalha para todos. Não existem mercadorias, mas, somente, produtos. Estes produtos não são trocados uns pelos outros, nem comprados nem vendidos. São, muito simplesmente, depositados nos armazéns comunais e entregues aos que precisam deles. Também não faz falta o dinheiro. “Como fareis vós? — perguntareis. Um tomará mais e outro tomará menos do que precisa. Que vantagem haverá nessa distribuição?” Expliquemos. No início, durante os 20 ou 30 primeiros anos, talvez seja preciso estabelecer certas regras; por exemplo, tais produtos só serão entregues de acordo com certas indicações constantes da caderneta de trabalho ou contra a apresentação da carteira de trabalho. Mais tarde, porém, desde que esteja consolidada e desenvolvida a sociedade comunista, tudo isto será inútil. Mas, os homens não terão interesse em tirar mais do que necessitarem? Absolutamente não. Hoje mesmo, ninguém teria a idéia de fazer, num bonde, três lugares, para ocupar somente um e deixar vazios os dois outros; esta necessidade não existe. Sucederá o mesmo com todos os produtos. Cada trabalhador tirará do armazém comunal aquilo de que necessita e sucederá sempre assim. Ninguém pensará em vender o supérfluo, porque todo o mundo poderá tirar o que lhe for necessário. Todos os produtos serão abundantes, todas as feridas estarão fechadas de longo tempo, e cada um poderá tirar o que lhe for necessário. Além disto, o dinheiro não terá valor. Por conseguinte, no princípio da sociedade comunista, os produtos serão provàvelmente, distribuídos segundo o trabalho feito, e, mais tarde, muito simplesmente, de acordo com as necessidades dos membros da comunidade.
É voz corrente que, na sociedade futura, cada um terá direito ao produto integral de seu trabalho: cada um receberá o que tiver ganho. Isto não é exato, e nunca poderá ser realizado totalmente. Se cada um recebesse o produto integral do trabalho, seria impossível desenvolver a produção, estendê-la e melhorá-la. Será, imprescindível sempre que uma parte do trabalho feito sirva para a extensão e para o aperfeiçoamento da produção. Se usássemos ou comêssemos tudo o que produzimos, não poderíamos fabricar máquinas, que não são comidas nem carregadas, não é verdade? Cada qual compreende que a vida melhora com o desenvolvimento e o aperfeiçoamento das máquinas. Dai resulta que uma parte do trabalho incluído nelas não é restituída àquele que o executou. Por conseguinte, nunca será possível dar a cada um o produto integral de seu trabalho. E isto não é absolutamente necessário. Com boas máquinas, a produção será organizada de tal modo que todas as necessidades serão satisfeitas.
Assim, no princípio a repartição dos produtos será feita de acordo com o trabalho executado (não, porém, segundo o “produto integral do trabalho”), e mais tarde, quando houver de tudo em abundância, de acordo com as necessidades.

A Administração no regime comunista.

Na sociedade comunista não haverá classes. E, não havendo classes, não haverá mais Estado. Já dissemos que o Estado é a organização de classe do poder; o Estado foi sempre empregado por uma classe contra outra; e o Estado é burguês, é dirigido contra o proletariado; se ele é proletário, é dirigido contra a burguesia. Mas, no regime comunista, não há proletários, nem capitalistas, nem operários assalariados; nele, só existem seres humanos, camaradas. Nele, não há classes, nem mais luta de classe, nem igualmente organização de classe. Por conseqüência, não há também Estado; o Estado não tem nenhuma utilidade, pois não há aí luta de classes, aí não existe ninguém que precise de freio, nem tão pouco alguém para segurar o freio.
— Mas como — perguntarão — poderá funcionar, sem direção nenhuma, uma organização tão formidável? Quem elaborará o plano da produção social? Quem repartirá as forças operárias? Quem calculará as receitas e as despesas comuns? Em resumo, quem velará pela manutenção da ordem?
A resposta não é difícil. A direção central caberá a diversas repartições de contabilidade e de estatística. Aí é que, dia a dia, serão calculadas as contas de toda a produção e de todas as suas necessidades; aí é que se indicará onde se deverá aumentar ou diminuir o número de operários e quanto é preciso trabalhar. E como cada um, desde sua infância, tendo-se habituado ao trabalho em comum, compreenderá que este trabalho é necessário e que a vida é muito mais fácil quando tudo marcha de acordo com um plano, todos trabalharão segundo as instruções dessas repartições. Não se precisará de ministros especiais, nem de polícia, nem de prisões, nem de Leis, nem de decretos. Assim como os músicos, numa orquestra, seguem a batuta do maestro e por ela se regulam, assim, os homens seguirão os quadros da estatística e com eles conformarão o seu trabalho.
Portanto, não haverá mais Estado. Nem grupo ou classe que esteja acima das outras. Ainda mais, nessas repartições de contabilidade, hoje trabalharão estes, amanhã aqueles. A burocracia, o funcionalismo permanente, desaparecerá. O Estado terá morrido.
É claro que isto só terá lugar num regime comunista desenvolvido e consolidado, depois da vitória completa e definitiva do proletariado, e não imediatamente depois dessa vitória. A classe operária será obrigada a lutar muito tempo contra seus inimigos e, sobretudo, contra os vestígios do passado: vadiagem, negligência, criminalidade, presunção. Precisaremos de duas ou três gerações de pessoas educadas nessas novas condições para que sejam suprimidas, pelo Estado operário, as leis, as penas, a repressão e para que desapareçam todos os vestígios do antigo regime capitalista. Se, até lá, um Estado operário é indispensável, nesse regime desenvolvido em que já terão desaparecido os últimos traços do capitalismo, o poder político do proletariado morrerá igualmente. O próprio proletariado fundir-se-á com todas as outras camadas sociais, porque todas se terão habituado, pouco a pouco, ao trabalho em comum, e, em 20 ou 30 anos, haverá um outro mundo, outros homens e outros costumes."
Com este excerto do "ABC do Comunismo - Nikolai Bukharine", explico a minha decisão de retirar o incoerênte, usurpador e despótico video de propaganda do pseudo-projecto Vénus, pretensiosamente vanguardista, utilizando teorias com quase 100 anos, essas sim, de vanguarda.
Contudo, não quero deixar de expôr certos aspectos, os quais, sem dúvida, inviabilizariam a "Nova politica económica", implementada por este bolchevique e por Lenin, quando, em linha com Engels, Marx ou com o próprio Lenin, atribuimos à realidade uma categoria sublime enquanto factor constituinte de qualquer politica socialista, da consideração do binómio espaço/tempo como elemento fulcral da dialéctica materialista.
Considerando a corrupção daqueles que produziam e assim dos intermediários que o compravam, a produção de grão na URSS de Stálin não resultava - aparentemente - suficiente para suprir as necessidades do Povo. Assim, a criação de planos quinquenais veio tentar suprir essa carência - ainda que, de uma óptica pessoal e quiça algo ignorante, a mesma podia haver sido colmatada com o incremento do "imposto" aos camponeses. Contudo, o acontecimento que supôs a 2ª grande guerra, as suas implicações relativas à segurança dos países próximos à Alemanha nazi e a preocupação da URSS, legítima como ficou patente no motivo da morte de milhões de Soviéticos frente às "Wehrmacht", impediram a revolução de 1917 desenvolver o socialismo, no caminho do comunismo, segundo a sua forma exacta, saltando do feudalismo ao socialismo, sem experimentar o capitalismo. Acredito que esse aspecto derivou, depois da deturpação levada a cabo nos últimos anos da União Soviética, no favorecimento da permeabilidade social, corrupção, necessárias para permitir aos oligarcas, muito próximos ao sionismo, se apoderarem do património público dos nosso camaradas, da sua liberdade, em suma, das conquistas da revolução de Outubro, tornando a federação Russa mais uma plataforma de interesses do sionismo politico e económico dos discipulos de theodor herzl (algo que Putin não permitiu).
Esta visão épica, quando extrapolada à situação do nosso país, permite afirmar que, em Portugal, depois de sairmos da ditadura, dentro de algum tempo - que espero seja pouco e por tal lutamos - o Socialismo real, o Comunismo, serão realidades, mais tangíveis cada dia que passe, cada crise que soframos, cada direito alienado que denunciemos.
A luta continua, até à vitória final, este pode ser o nosso ano, basta querer!
A revolução é hoje!

4 comentários:

Anónimo disse...

É isso camarada, basta que a maioria o queira, E QUE ELA SEJA QUALIFICADA, para que os seus actos sejam um exemplo a seguir pelos restantes.
Abraço.

Susete Evaristo disse...

Vamos ao trabalho para ver chegar esse dia. Todos iguais a trabalhar para o bem comum.
Um abraço e obrigada pela visita é muito bom conhecer sempre mais um amigo com pensamento igual.

Anónimo disse...

José,

Lá chegaremos, não poderá ser de outra forma, com luta, lá chegaremos.

A revolução é hoje!

Anónimo disse...

Susete,

Somos muitos, muitos mil e cada vez seremos mais.
É sempre gratificante encontrar camaradas neste meio.

A revolução é hoje!