quarta-feira, julho 22, 2009

Assistindo ao definhar do capitalismo

P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

Quando os homens se convençam
que a força nada faz,
serão felizes os que pensam
num mundo de amor e paz.

Não sou esperto nem bruto,
nem bem nem mal educado:
sou simplesmente o produto
do meio em que fui criado.

Quantas sedas aí vão,
quantos colarinhos,
são pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos!

Quem nada tem, nada come;
e ao pé de quem tem de comer,
se alguém disser que tem fome,
comete um crime, sem querer

Vinho que vai para vinagre
não retrocede o caminho;
só por obra de milagre,
pode de novo ser vinho.

Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado;
O ribeirinho não morre
Vai correr por outro lado.

2 comentários:

Ana Camarra disse...

Se poeta sou
Sei a quem o devo
Ao povo a quem dou
Os versos que escrevo

António Aleixo

beijo

CRN disse...

Ana,

Do melhor que por aí nasceu.


Abraço