segunda-feira, setembro 28, 2009

Como em 1929, esperavam a direita, mas...

Ainda em fase de rescaldo, a conclusão primeira que podemos retirar do acto eleitoral vivido no passado dia 27 é que, indubitavelmente, somos um país decididamente de esquerda.
Numa segunda análise, concluir que, não no sentido que se entende no poema, somos ainda vítimas de certo analfabetismo político.
Em terceiro lugar, a perda de confiança na democracia é, de forma cada vez mais preocupante, um sinal que se pode entender como uma abjecta mas tangível realidade.

Em primeiro lugar, no relativo à polarização da vontade dos Portugueses na “esquerda”, se atendermos à vitória do partido pseudo-socialista, tornar-se-á simples entender que, mesmo atacados nos seus direitos; espoliados das suas conquistas, o alarde do “el dorado”; da opulência a crédito com a qual se tem nublado a perspectiva de muitos cidadãos, se desvaneceu.
Assim mesmo, não está demais observar que, a polarização de uma imensa parte do eleitorado da alternância sem alternativa - esse sim o verdadeiro analfabeto político - num partido como o cds, revela o sentimento de decepção e o castigo que este pretende propinar à sua anterior opção de ilusório dualismo, o psd.
Não devemos contudo, escamoteá-los seria grave, deixar de perceber os motivos que estão na base do incremento da base de apoio do be, algo já patente nas eleições europeias. O be, por radicalizar o discurso do ps, pela natureza social do seu colectivo, por prescindir de ideologia, mas, sobretudo, por se autoproclamar um partido revolucionário que nunca foi, assimila ou absorve o voto dos socialistas que, à semelhança dos votantes do cds nestas eleições, pretendem punir o seu partido pelas políticas profundamente anti-sociais e fascizantes que veio praticando

Destas constatações podemos reiterar as conclusões do início deste texto, enquanto verificamos que a falta de confiança na nossa vontade não é mais que um reflexo do medo que impediria um recém-nascido aprender a andar, que a manipulação informativa ainda faz da mentira a balaustrada da nossa existência e assim do horizonte da temida liberdade.

Finalmente, e referindo-me ao nosso partido e à sua coligação... Cresceu, reafirmou-se, afirmou uma vez mais que o Socialismo no caminho do Comunismo é uma luta que se quer exaltada; potenciada, asseverando que, só com o esforço de todos nós, no esclarecimento; na fraternidade; na solidariedade com os oprimidos desta sociedade, poderemos congregar as mãos necessárias para agarrar o nosso futuro enquanto povo soberano da sua vontade.

A revolução é hoje!

2 comentários:

jorge disse...

A juventude que vi ao lado dos comunistas é um alento de que a vitória é difícil mas será nossa.

Abraço!

CRN disse...

Jorge,

O mais curioso é a crítica dos média sobre a (suposta) avançada idade da base de apoio do PCP - algo lógico quando falamos de um partido de mulheres e homens coerentes e de um Partido com quase 90 anos - e logo justificam o entusiasmo que se viu no Vitória pela desmesurada energia da juventude que ali se encontrava como único apoio à nossa candidatura. Os cães ladram e a caravana passa.

Cada dia são mais os acordados!


A revolução é hoje!


Um abraço.