Resistir compensa!
Ao fim de seis anos de luta e resistência, os trabalhadores da CP receberam finalmente o dinheiro que lhes era devido desde 2003 – nesse ano, o Conselho de Gerência da empresa marcou faltas injustificadas aos trabalhadores que aderiram a uma greve. Esta devolução resulta do protocolo assinado, no início deste ano, entre o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, da CGTP-IN e o Conselho de Gerência da CP.
Num comunicado da célula do PCP no Sector Ferroviário de Lisboa, os comunistas retiram desta vitória algumas lições. Uma primeira, a convicção de que «vale a pena lutar». Perante o «comportamento ilegal» da empresa, os ferroviários empreenderam várias formas de luta. Entre as quais se destaca a continuação da adesão massiva às greves que desde então se realizaram, «enfrentando as ilegais sanções que desde 2003 lhes caíam em cima». Casos houve, recorda-se no documento, em que trabalhadores perderam entre três e quatro dias de remuneração por um dia de greve – pela via de «encostar» a falta «injustificada» às folgas.
Mas esta luta foi mais longe, transpondo os portões da empresa até junto do Ministério dos Transportes, do Provedor de Justiça, dos tribunais.
Uma outra «lição» prende-se com o estado da democracia em Portugal. Concluindo que esta «está doente», a célula comunista acrescenta que os «direitos constitucionais – como o direito à greve – são cada vez menos respeitados nas empresas e locais de trabalho». O facto de esta situação se ter passado numa empresa pública e de terem sido necessários seis anos de luta para que finalmente se resolvesse de forma justa é bastante revelador, considera o PCP.
Avante! - 1875
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