Tomei hoje conhecimento de uma modalidade contractual que dificilmente (nem sendo o trabalhador um doente terminal) se pode separar de um tipo de vinculação ilegal.
Por outra parte, este tipo de articulação, uma vez mais, denuncía claramente a consideração que os governos PS/D/CDS têm sobre o povo do nosso país e a influência cada vez maior que os interesses económicos privados representam na governação, algo que só por si já não sería aceitável mas, menos ainda com os contornos nacional-corporativistas que cada dia mais adopta a dinâmica política Portuguesa.
Refiro-me ao "contrato a termo incerto", uma designação que nos pode suscitar a vontade de acordar estando despertos. Dito contrato promove no trabalhador a sensação de estabilidade necessária para motivar o compromisso que requere o desempenho das funções, mas, fundamentalmente, mantém sob pressão quem espera passar a efectivo depois de 6 anos, 6 anos, podendo o patrão, depois desse período, prescindir do esforço e de 6 anos da vida dos trabalhadores, bastando para tal dar termo ao contrato. Os direitos consignados num contrato efectivo são assim usurpados a quem a eles tem direito, a deslocalização torna-se uma opção acessível, a contenção salarial encontra o seu paradigma ideal, a natalidade continuará assim a diminuir, a liberdade necessária para a criação de um núcleo sindicalista desaparece.
Como conclusão, esta aberração traduz claramente o abjecto estado no qual se encontram as relações laborais no nosso país, um país com a idade suficiente para não poder considerar um amanhã emergente, um amanhã que retire a população duma realidade que nos obriga a assumir-nos como um país de terceiro mundo.
sexta-feira, janeiro 22, 2010
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