"O português está em Itália para apresentar o livro "O Caderno", que compila os textos que escreveu entre Setembro de 2008 e Março deste ano no seu blogue, sobre temas da actualidade, entre outros. E sobre isso Saramago reconheceu que a crise da democracia pode dever-se à ausência de empenhamento de escritores e intelectuais.
O escritor alertou ainda que «está a crescer o fascismo» na Europa e está convencido de que nos próximos anos «atacará com força». «Temos de preparar-nos para enfrentar o ódio e a sede de vingança que os fascistas estão a alimentar», recomendou. «Apesar de ser claro que se apresentarão com máscaras pseudo-democráticas, algumas das quais circulam já entre nós, não devemos deixar-nos enganar», concluiu."
José Saramago - Roma - 14-10-2009 - 21:30
quinta-feira, outubro 15, 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
O fascismo de botas cardadas talvez tenha dificuldade em voltar a impor-se - mas o fascismo com pezinhos de lã anda por aí... ó se anda!...
Um abraço.
Fascismo talvez não, mas ditadura económica que diz democrática só porque está aberta à liberdade de expressão, isso há muito!
Fernando,
O fascismo não é vítima da moda, impõe-a, mas existe uma força imensa que o combate, sempre combateu, tenha este pezinhos de lã ou mãos de veludo.
A repressão tem hoje o mesmo alvo de sempre, a liberdade. Os métodos modificaram-se, a realidade fisica e temporal é outra, os oprimidos são sempre os mesmos.
A revolução é hoje!
Um abraço!
Membro do Povo,
É fascismo!
Não quero caracterizar de fascizante algo que está bem definido enquanto sistema.
O nacional corporativismo continua a existir, a subordinação do povo ao capital (com maiores possibilidades de identificar a sua amplitude além fronteiras) é uma realidade. Não querer admitir que em todos os âmbitos quem determina a política são os interesses económicos privados é tapar os olhos com a peneira, aceitar um condicionamento operante que não é mais que as novas botas às quais se refere o Fernando no seu comentário.
Um abraço!
Não estou de forma nenhuma a negar a actual subordinação dos trabalhadores ao patronato, nem a desvalorização da vida Humana em prol do lucro.
Simplesmente considero que o fascismo não é o único método de imposição praticado pelo capital, e na Europa a derrota do nazismo e do fascismo tornou-os impraticaveis sendo necessário um modelo político repressivo mais sofisticado e bem camuflado que os anteriores.
Embora não goste de o admitir -porque quando o faço qualquer pouco atento me chama «antidemocrata», o que não sou - cada vês noto mais a palavra «Democracia» é constantemente deturpada e seu significado fica reduzido à
«liberdade de expressão» (essencial à democracia mas por si só não a define) e a partir daí da-se a fascizassão dos meios de comunicação sem recorrer à censura , a elitizassão da educação e da saúde evocando legitimidade, o agravamento das condições de trabalho devido a falsos prejuízos, o endividamento e empobrecimento de famílias com despesas excessivas relativas a direitos básicos tais como a habitação. Tudo isto é declarado legitimo pois é feito em «democracia», e é feito em «democracia» pois existe «liberdade de expressão», e assim em nome de uma ditadura económica baseada em três liberdades:
1 liberdade de expressão
2 liberdade de comprar o mais barato possível
3 liberdade para vender o mais caro possível
vivem populações inteiras doutrinadas que ao fascismo se opõe a democracia, que não vivendo em fascismo vive-se em democracia, lodo vive-se em democracia quando na verdade se vive num sistema ditatorial mais sofisticado facilmente confundível com democracia.
Isto é só uma consideração minha vale o que vale e só pretendi expor a minha opinião de forma mais explicita!
Não me referia somente aos trabalhadores, referia-me a todos os aspectos sociais.
Com relação ao fascismo, por camuflado não deixa de ser fascismo, sendo que os condicionamentos impostos, directa ou indirectamente, são similares.
A liberdade de expressão não é algo real, estou de acordo contigo sobre a falta de atenção que se verifica, resultado de inúmeras manobras de diversão que cada dia mais se multiplicam.
No relativo à ditadura, neste caso penso que enquanto houver estado, existirá ditadura, preferindo assim aquela designada como proletária.
Em suma, concordo com o essencial do teu comentário, a tua consideração vale o que vale a minha, e penso que é disso mesmo que se trata, de que as explicitemos.
Um abraço!
Enviar um comentário