Lutar contra esse eu que me esconde é quase diabólico, mas não sou eu, são só conflitos, regras do “super-eu” que me atiram para a proa, não como vigia senão como carranca.
Liberdade é desmatar o caminho a esse que nos agita, que nos afirma humanos, diferentes e iguais, mas sendo, sem freio. Longe, contudo, de bakunin.
Em França queimam automóveis, na Grécia incendeiam bancos, e essa, essa não é luta de massas, essa é a anarquia que promove a anarquia.
Em França, em França também lutam organizados, como em Portugal, como na Grécia, como deve acontecer na Roménia, é bom sabê-lo, mas, também se luta nas Honduras, no México, no Brasil, na Colômbia, no Equador, luta-se por quase todo o mundo, todos os dias, em todas as noites, contra todas as noites. Porém, no nosso caso, não será esse ser sociável, ou socializado, nós, quem se disporá a lutar, será outro, esse que não assume tudo o que esta sociedade lhe impõe, esse que nos preocupamos em esconder para continuarmos ligados a qualquer coisa menos vida, pueril dependência
Cada 6 segundos morre uma criança, cada 6 segundos, morre uma criança!
Num projecto de mitigação da fome em Moçambique, um país que não experimenta a realidade mais aguda da fome mas onde esta mata diariamente, uma das trabalhadoras, depois de se precatar que um dos cooperantes chorava pela morte de um bebé, retorquiu: “-Chorar por quê? A vida é mesmo assim!” Pois! Assim mesmo, esta negação não é privilégio dos africanos, afinal todos aqueles que aceitam de bom grado entregar a única vida que têm a troco da ração que o capital considera suficiente para repor a energia que nos dia seguinte consumirá na produção da mais-valia que este continuará a acumular; aqueles que comem calados as migalhas que lhe atiram, só negam. Negam esse Homem livre que nunca desapareceu, que vive na penumbra da nossa cobardia, que sobrevive, libertador.
Qualquer caminho começa com 1 passo, termine depois de 100 metros ou 100 quilómetros, a diferença reside no valor de cada passo, um passo único que não voltaremos a dar, só o recordaremos... Ou não
quinta-feira, outubro 21, 2010
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