domingo, novembro 14, 2010

Bifanas

A mostarda, é tal a forma de a digerir que não permite que nos dediquêmos a pensar noutra coisa senão no nosso estômago. Hoje, para acompanhar o almoço fui ao frigorifico procurar a dita, e, reiterando aquela ideia de que ganhar perspectiva facilita a compreensão, só fui capaz de a ver depois de aquecer; depois de me afastar do aparato.
Durante o almoço tive tempo de pensar na França, no que por ali acontece, divagando de imediato para um âmbito mais amplo, a Europa e as suas convulsões sociais, assincronas, como marca a agenda do capital, que assesta golpes temporalmente desfasados, e, na organização dos protestos dentro deste contexto.
Porém, certo é que, depois de a digerir, como a muitos acontece por resistir a tragar a gordura do estabelecido, esta chega facilmente ao nariz, a questão é que, injectado nos hábitos que foi o consumo desse de vermelho ensaguentado ketchup, é dificil que a mostarda chegue ao nariz da maioria, como chegou no caso da França.
Em Portugal, produzida em Mira, também produzimos mostarda, essa que acompanha a irrecusável bifana das nossas papilas. A mistura, se acompanhada com cerveja, muito provavelmente, mais nuns casos que noutros, eleve também ao nariz dito molho.
Àparte daquela zona da estrada nacional que liga Elvas a Lisboa, ou Montemor a Setúbal, ou vice-versa, o Olimpo das bifanas fica na zona da baixa lisboeta, assim, sem receio de que me suba, dia 20 vou com uns amigos, alguns camaradas, comer bifanas. Lá, para os Restauradores.

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