quarta-feira, janeiro 12, 2011

Mudar

"Cuba lidera o grupo de dez países emergentes com maior índice de desenvolvimento social, conclui um estudo feito por uma equipa de investigadores da ONU com base nos resultados do Relatório do Índice do Desenvolvimento Humano 2010 , divulgado em novembro do ano passado.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi proposto há cerca de 20 anos pela ONU como alternativa aos tradicionais indicadores de desenvolvimento dos países baseados no rendimento per capita, ao complementar esta informação com indicadores relacionados com a saúde e a educação das populações.

A partir do relatório de 2010, onde é calculado pela primeira vez um indicador sem a componente do rendimento, os investigadores das Nações Unidas chegaram a conclusões surpreendentes. Com efeito, nos países em desenvolvimento, o Top 10 é encabeçado por Cuba, seguida do Chile, Palau (Oceano Pacífico), Lituânia, Montenegro, Letónia, Argentina, Roménia, Uruguai e Geórgia.

17.º lugar no ranking mundial

Cuba encontra-se ainda em 17.º lugar no ranking mundial e o estudo da ONU sublinha que "foi o único país da América Latina no Top 10 do IDH sem a componente do rendimento, ao longo da última década".

Mesmo durante um período "marcado por carências económicas bem conhecidas, os indicadores sociais cubanos continuaram a melhorar, com a esperança de vida da população a aumentar dois anos e a escolaridade esperada a aumentar cinco anos", refere o estudo.

Quanto aos países desenvolvidos, a Noruega perde a liderança mundial para a Austrália, que se encontrava em segundo lugar, os EUA passam da quarta para a sétima posição e surgem quatro novos países no Top 10: Coreia do Sul, Japão, Islândia e Israel, que empurram o Canadá, Suécia, Holanda e Liechtenstein para fora do grupo dos dez melhores, onde figuram ainda a Nova Zelândia, Irlanda e Alemanha.

Como destaca o estudo, "o relatório de 2010 mostra que há uma reduzida correlação entre crescimento económico e melhoramentos na saúde e na educação, mesmo durante longos períodos de tempo"."

Mas, assim mesmo, num país socialista "sem liberdade de expressão" e com um bloqueio com 50 anos:

"Dentro em breve, o cancro do pulmão deixará de ser o mais letal de todos os tipos e entrar para a lista das doenças crónicas. A boa notícia vem de Cuba, que acaba de patentear a primeira vacina terapêutica contra a doença. Mais de 1 000 pacientes já estão a receber o novo tratamento.

A descoberta foi anunciada por Gisela González, responsável pelo projeto que desenvolveu a vacina. Em entrevista ao semanário cubano "Trabajadores" - publicada ontem por esse órgão de comunicação da Central de Trabalhadores de Cuba-, a investigadora disse que o objetivo da vacina é transformar o cancro do pulmão numa doença crónica controlável.

De acordo com a investigadora, a vacina foi desenvolvida a partir de "uma proteína que todos temos: o fator de crescimento epidérmico, relacionado com os processos de proliferação celular. Quando há cancro, essa proteína está descontrolada".

Gisela explicou que, como o organismo tolera "aquilo que é seu" e reage contra "o estranho", tendo sido preciso elaborar uma vacina que produzisse anticorpos contra essa proteína, que já é própria do organismo.

Outros tipos de cancro

Desde o início das investigações passaram-se já 15 anos. De acordo com a cientista cubana, a vacina foi patenteada após se ter testado a sua eficácia em mais de 1 000 pacientes sem que tenham ocorrido efeitos colaterais.

A patenteação em Cuba permitirá aplicar a vacina maciçamente no país, estando em curso o registo da CIMAVAX-EFG noutros países (a investigadora não avança quais).

Segundo Gisela González, a equipa de investigação avalia agora "a forma de empregar o mesmo princípio desta vacina noutros tumores sólidos (cancro da próstata, útero e mama), que podem receber este tipo de terapia. Obtivemos resultados importantes, mas é preciso esperar".

A CIMAX-EFG é indicada para os doentes que terminam o tratamento com radioterapia ou quimioterapia e que são considerados pacientes terminais sem alternativa terapêutica. É nesta fase, pós-tratamentos, que a vacina é aplicada para ajudar a controlar o crescimento do tumor, com a vantagem de não apresentar toxidade associada.

A vacina pode também ser usada como tratamento, como se de uma doença crónica se tratasse, já "que vai aumentar a expectativa e a qualidade de vida do paciente", afirmou a investigadora.

Só em Portugal, o cancro do pulmão mata pelo menos 3.000 pessoas anualmente."


Quanto a Portugal, a sua posição no "ranking" da ONU fica lá para a quadragésima, mas, não se fica por aí:

"Estruturar um texto encadeado, explicar um raciocínio com lógica, utilizar uma linguagem rigorosa ou articular diferentes conceitos da mesma disciplina são incapacidades que percorrem os alunos do 8.o ao 12.o ano de escolaridade, seja na Matemática, seja na Língua Portuguesa ou na Biologia. Mais que dominar a matéria, a grande dificuldade dos estudantes das escolas básicas e secundárias é expressar por escrito as suas ideias e os conhecimentos que adquiriram nas aulas. Esta é a principal conclusão do Relatório 2010 do Gabinete de Avaliação Educacional (Gave).

Poucas semanas depois de o estudo do PISA revelar que Portugal é o país da OCDE que mais progrediu na educação, chega agora o relatório do Gave que vem demonstrar que os alunos portugueses afinal estão ainda longe de conseguir desempenhar tarefas tão simples como, por exemplo, interpretar um texto poético, solucionar um exercício matemático com mais de duas etapas ou enfrentar um enunciado que não seja simples e curto.

A equipa do Ministério da Educação avaliou os conhecimentos dos alunos em 500 escolas secundárias e em 1200 estabelecimentos com o 3.o ciclo do ensino básico. Os testes intercalares do Gave, que começaram no ano lectivo de 2005/06, foram aplicados às disciplinas de Matemática e de Língua Portuguesa (no ensino básico) e ainda às cadeiras de Matemática A, Física e Química A e Biologia e Geologia do ensino secundário.

Nas disciplinas que envolveram contas (Matemática e Física/Química), os adolescentes só conseguiram completar correctamente os exercícios quando o desafio passou por resolver "cálculos elementares". O bom desempenho, aliás, está "fortemente associado" aos enunciados curtos e aos textos simples, conclui o relatório que o i consultou.

Na disciplina de Língua Portuguesa do 9.o ano, as maiores dificuldades estão em utilizar a língua de forma correcta. As lacunas são de ordem gramatical, mas também de construção de frases e textos que tenham lógica e coerência. A resolução de problemas na Matemática do 3.o ciclo é o ponto fraco dos alunos, mas as derrapagens também aconteceram quando foi preciso construir respostas com várias etapas de resolução. Definir estratégias para encontrar a solução de um determinado exercício matemático são dificuldades que se acentuam sempre que os enunciados são mais longos, avisam os técnicos do Ministério da Educação.

Secundário.

Escrever textos explicativos em que é necessário descrever raciocínios e explicar as estratégias adoptadas para justificar as respostas é uma das grandes deficiências que os especialistas do Gave encontraram em todas as disciplinas avaliadas no secundário. A falta de rigor científico e a linguagem desadequada foram falhas detectadas por todas as equipas que monitorizaram e avaliaram o desempenho dos alunos. Sempre que foi preciso seleccionar a informação e construir um texto que traduzisse um conjunto de ideias próprias, os alunos revelaram "grandes dificuldades".

Na Matemática A, do secundário, as fraquezas dos alunos tornaram-se mais evidentes quando tiveram de usar conceitos e estratégias menos treinados nas salas de aula ou então quando foram desafiados a interligar conceitos ou enfrentar enunciados longos. "Não deixam também de ser significativas as dificuldades detectadas nos problemas que envolvem maior número de cálculos e apresentação de raciocínios demonstrativos", alertam os especialistas no relatório de 2010.

Conseguir articular a informação fornecida nas provas e os conhecimentos necessários para responder a determinadas questões é igualmente uma tarefa a que poucos alunos conseguiram corresponder com êxito nos testes intermédios de Biologia e Geologia do 10.o e 11.o anos de escolaridade.

Nas disciplinas de Física e Química A, o desempenho dos alunos decresceu sempre que se exigiu uma avaliação crítica das informações contidas nas provas. Articular várias competências ou fazer cálculos que envolvam duas ou mais etapas são outras fragilidades dos alunos portugueses."

Com uma recessão esperada, por baixo, de 1,3%; um desemprego que se poderá aproximar ao milhão de trabalhadores ainda este ano; cortes na saúde, educação, apoio social, investigação; com direitos laborais usurpados; um grau de corrupção incontestável; sem justiça e com um governo e um presidente submetidos e subjugando o país e o povo aos desígnios do capitalismo transnacional, consciente da manipulação exercida sobre a população, pergunto:

Depois de nos trazerem a esta abjecta realidade, que argumentos apresentam os demais candidatos para esperar dos portugueses um apoio maior que aquele que se revela imperioso prestar ao Francisco Lopes?

2 comentários:

Gisela disse...

Grandes e coerentes notícias!

Mário disse...

Gisela,

Pois são, mas pouco lidas.


Beijo