terça-feira, agosto 26, 2008

Reestructurar ou despojar??

Com base nas politicas aplicadas pelos governos que a maioria dos Portugueses têm apoiado nos ultimos trinta e três anos, como jogar os nossos impostos na bolsa americana, oferecer terrenos a empresas privadas ou a eliminação da comparticipação em medicamentos fundamentais, depois das ultimas manobras do governo PS (continuação das pseudo-reformas dos governos anteriores) na area da saúde ou dos apoios fiscais a entidades financeiras com interesses directos nessa matéria, o resultado é o seguinte:

"Os portugueses estão a celebrar mais seguros de saúde e a recorrer mais às clínicas privadas que, segundo um estudo divulgado hoje, facturaram 690 milhões de euros em 2007. As 40 empresas gestoras das clínicas privadas existentes em Portugal no ano passado facturaram mais 8% que no ano anterior, revela o relatório "Sanidad Privada" da empresa espanhola DBKA.
Segundo o documento, que apresenta previsões optimistas para o sector, as 40 clínicas ofereciam cerca de 2.200 camas, sendo a região de Lisboa a zona de maior concentração: 16 centros privados e cerca de 1.300 camas. O estudo associa este crescimento do negócio à "crescente penetração dos seguros de saúde" entre os portugueses.
Tal como as clínicas privadas, também as seguradoras estão a facturar mais: 440 milhões de euros em 2007, mais 7,8% que no ano anterior. De acordo com um estudo da Marktest disponível na Internet e divulgado em Junho deste ano, 1,9 milhões de portugueses possuíam seguro de saúde naquela data, ou seja, 22,6%da população residente no Continente com 15 ou mais anos.
Ainda segundo o estudo espanhol, existe uma forte concentração de oferta em torno dos cinco grandes grupos seguradores. A quota conjunta das companhias Fidelidade Mundial, Ocidental, Império Bonança, Victoria e Allianz representa 74% da oferta.
Também as cinco principais gestoras de clínicas privadas - José de Mello Saúde, Grupo Espírito Santo Saúde, HPP, Grupo Português de Saúde e Clisa - reuniam no ano passado cerca de 80% do mercado de oferta.
O relatório revela ainda que as previsões para o exercício de 2008 apontam para uma manutenção da tendência de crescimento do volume de negócio, "tanto no mercado de clínicas privadas como no de seguros de saúde".
Depois:

Conclusão:
Pelos dados apresentados, o governo expressa o seguinte: -Será melhor que não percas o emprego, que a tua mulher ou o teu marido e o teu filho (sempre que maior de 14 anos) comecem a trabalhar - se não o fazem já - de imediato, que inventes a forma de ganhar pelo menos 2,5 ordenados minimos. Que não adoeças, que se tiveres que baixar a cabeça ao inepto acunhado de turno o faças sem respingar, que se necessário trabalhes treze horas por dia e os fins de semana, tudo isto sem contestação e que contemples o direito de pernada como um elemento cultural de estilo retro, que pode chegar a constituir uma realidade num futuro quase imediato. O fundamental é que saibas que, a economia do teu país depende de ti, o governo conta com o teu esforço e com o da tua familia para tornar Portugal num país mais pobre, esperamos que saibas o quão importante é que te assumas como um escravo moderno, é importantissimo modernizar a nação! Assim, já começámos, e só um povo unido nos poderia parar, a destruir todo este podre sistema de saúde, que mais não é que uma lembrança do 25 de Abril e que está feito para uma população sem recursos, para esmolas está a "AMI".

7 comentários:

Ana Camarra disse...

CRN

O que estão a fazer é simples: desvirtuar e retirar qualidade, meios e pessoas aos serviços públicos; criar a ideia altamente generalizada que no privado é melhor o que por acaso não corresponde á verdade; abrir portas aos grandes investimentos privados na área da saude, ajudando com o fecho de unidades de saúde públicas em locais estratégicos onde estão privados prontinhos a abrir....
Como utente dos SNS, criado aliás com as caracteristicas de "gratuito e universal" por Mª de Lurdes Pintassilgo, que nem sequer era de esquerda, e com familiares que passara por complexos processos e doenças terminais, sou testemunha que na maior parte dos casos no SNS tudo é feito idependentemente do custo, foram efectuados procedimentos e exames carissimos no meus pai já em fase terminal, por oposição a minha tia no Canadá morreu sem lhe er sido tentado aplicar determinado tratament para a leucemia, que poderia eventualmente porlongar-lhe a vida com o simples rotulo de que tinha mais de 60 anos, como tal não era produtiva...acresce dizer que para além do Serviço de Saúde Canadiano a minha tia tinha seguro de saúde e ainda assim tentou pagar o tratamento á parte, mas não lhe foi aplicado, morreu á espera de uma autorização do Ministério da Saúde Canadiano.

È isto que querem?
Não obrigado.

beijos

Anónimo disse...

Olá Ana,
Esclarecida para não variar, este aumento ds receitas é o reflexo da retirada de garantias sanitárias ao povo Português, dentro de pouco tempo será tudo a pagar, e os que não têm sequer para comer??

Cumprimentos.

Zorze disse...

Os seguros de saúde têm um objectivo primordial. O lucro. O resto são cantigas. Conheço bem esta matéria.
Em Portugal os nossos parvanitos legisladores não acautelarem uma questão muito importante e que faz toda a diferença.
Aqui o seguro de saúde pode ser anulado em qualquer anuidade pela seguradora.
Isto dá azo a que um cliente que paga há anos e que contraia uma doença "complicada" fique sem seguro de um momento para o outro.
Mais não é preciso dizer.

Abraço,
Zorze

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mário Pinto disse...

Olá Zorze,
Não duvído que estejas por denro da matéria, no que respeita ao lucro estamos falados, porém, o aumento não só é do lucro como do portfolio, algo que só tem lugar quando o estado não presta os serviços necessários ao povo.
Por outra parte, antes de pensar que a articulação e as garantias contractuais estão permitidas por culpa do governo, podemos pensar em quem não tem a possibilidade de aceder a este tipo de sistema de saúde?
Existem, em Portugal, pessoas que não têm tecto, comida, roupa, trabalho, capacidade de inserção no mercado de trabalho (sem sequer a quarta classe) ou qualquer tipo de subsidio de sobrevivência, pessoas que verão a sua vida acortada através da degeneração do seu estado de saúde - derivante da sua realidade socio-económica - quando se eliminar por completo o SNS, que lhes poderá acontecer?

A revolução é hoje!

Cumprimentos.

Ana Camarra disse...

CRN

Os que não em de comer serão eliminados por etapas: á nascença porque não há igualdade de oportunidades, na escola, porque nao há igualdade de oportunidades, no emprego, porque não há igualdade de oportunidades, etc...
e assim sucessivamente.

beijocas

Mário Pinto disse...

Olá Ana,
À nascença porque não há nem haverá igualdade de oportunidades, nem hospitais públicos.
Na escola, porque nao há nem haverá igualdade de oportunidades", nem escolas públicas.
No emprego, porque não há nem haverá igualdade de oportunidades, nem emprego, "etc..."
Totalmente de acordo.

A revolução é hoje!

Cumprimentos.